sábado, 7 de abril de 2012

Crime sem castigo


Revi o filme "Crime e Escapadelas" (1989) de Woody Allen e confirmei que se trata de uma das melhores obras do cineasta. Todo o filme é uma complexa abordagem filosófica a questões como a fé, a culpa, a consciência moral, crime e castigo, a possibilidade do amor e da justiça e o impacto dos valores religiosos (judaicos, no caso) na conduta humana.
Com um argumento extremamente inteligente e com interpretações inesquecíveis (sobretudo Martin Landau), "Crimes e Escapadelas" é um ensaio profundo sobre a condição humana e as consequências de certas decisões morais.
Woody Allen olha com extrema perspicácia para as contradições e paradoxos da vida, tendo como ponto de partida um homicídio premeditado que fica sem castigo, mas não sem fortes sentimentos de culpa no espírito do seu autor (ideia que o realizador iria retomar no brilhante "Match Point"). Particularmente interessante é o diálogo final entre Woody Allen e Martin Landau (na imagem), sobre as diferenças entre o assassínio no cinema e o assassínio na vida real.
Eis uma aprofundada análise filosófica a todas as implicações que o filme levanta.

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