Este Domingo foram atribuídos os prémios da 61ª edição do Festival de Cinema de Cannes. A desejada e sempre muito competitiva Palma de Ouro foi ganha pelo realizador francês Laurent Cantet, pelo filme "Entre Les Murs", sobre a problemática das relações entre professores e alunos num liceu francês. Apesar de não ter visto, obviamente, nenhum filme a concurso, fiquei ainda assim contente pelo facto do cineasta turco Nuri Bilge Ceylan ter ganho o não menos desejado prémio de Realização com o filme "Three Monkeys".
É que Nuri Ceylan é, indiscutivelmente, um dos mais singulares e originais cineastas da actualidade, herdeiro da sensibilidade estética de um Antonioni ou de um Tarkovski. Tem apenas seis filmes no activo, dois dos quais são verdadeiras peças de relojoaria em forma de imagens e sons: "Uzak" (2002 - ganhou 17 prémios internacionais e o Grande Prémio do Júri em Cannes 2003) e "Climas" (um dos melhores filmes de 2006 - seleccionado à Palma de Ouro em Cannes desse ano). A linguagem de Nuri é minimalista, feita de silêncios e gestos, de meditações existenciais, de longos e belos planos de personagens e paisagens que se complementam. Um cinema de grande exigência formal e visual (tem um passado de fotógrafo e essa preocupação nota-se na qualidade plástica dos seus filmes).
Veja-se o magnífico trailer do filme "Three Monkeys" que acaba de vencer o prémio de realização de Cannes. Em escassos 70 fabulosos segundos de trailer, percebemos que Nuri Bilge Ceylan é um esplendoroso fazedor de imagens. Ah, e atente-se também ao som, parceiro irrefutável do seu cinema. Um filme muito aguardado, portanto.
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