Num mundo cada vez mais digital e informatizado, por vezes somos levados a pensar que a imprensa escrita tem tendência a acabar no seu formato de edição em papel. Ou, por outro lado, que cada vez mais o suporte de informação digital na internet é o suporte privilegiado em relação ao papel. Nem sempre é assim e, por enquanto, as duas formas de informação são válidas. Vem isto a propósito da excelente revista de artes performativas, a Obscena. Pode ser lida aqui. Começou por ser uma revista exclusivamente online (em Fevereiro de 2007). Passados alguns meses e outros tantos números, passou do formato digital para... papel de revista. Pode-se comprá-la em qualquer quiosque por 4,20€, mas também é possível descarregar em PDF alguns dos seus melhores artigos e reportagens. Apesar de ser uma aposta arriscada, parece-me antes de tudo uma excelente política de promoção e marketing. Por um lado, o formato electrónico não é desvalorizado, cativando as novas gerações habituadas aos conteúdos da internet e das formas de cibercultura; por outro, investe-se no formato papel porque, quer queiramos quer não, o formato de "revista física" é ainda o melhor formato para o exercício da leitura e como objecto gráfico e conceptual. Afinal, ainda há bons exemplos de convivialidade entre o mundo da escrita em papel e o do digital. Seja como for, vale bem a pena ler a Obscena, seja em que formato for.
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