quinta-feira, 15 de maio de 2008

O café dos artistas (e não só)


O que têm em comum Camus, Picasso, Apollinaire, Artaud, Sartre, Simone de Beauvoir e Tristan Tzara? Para além de todos serem grandes figuras da arte e da cultura, todos foram clientes assíduos do mais mítico e elegante café de Paris: Café de Flore, em Saint-Germain-des-Près. Francis Ford Coppola disse um dia que o seu sonho era viver neste bairro francês para assim poder tomar o pequeno-almoço todos os dias no Café de Flore. Foi neste café que, durante décadas, dezenas de pintores, intelectuais, escritores, estilistas, actores e outros artistas se encontravam num ambiente de tertúlia (na bela esplanada ou no interior requintado). Dizia-se que houve tempos em que o café tinha mais artistas em convívio do que garçons a servir à mesa.
Em Portugal extinguiram-se os últimos cafés com tradição, bom gosto, espaços de conversa e tertúlia, de convívio à volta de uma bebida e de um jornal. Fernando Pessoa, Almada Negreiros ou Luiz Pacheco viveram grande parte das suas vidas em cafés (Martinho da Arcada, por exemplo) e criaram muita das suas obras nesses cafés. Hoje já não existem cafés com carisma, personalidade, abertos à discussão das artes e da cultura. Por isso o Café de Flore é uma referência incontornável deste tipo de vivência e de modo de estar, não só de Paris, mas de toda a Europa. Aberto desde o final do século XIX, este café de culto continua a fascinar meio mundo, das artes à moda, do desporto ao cinema, da figura pública ao cidadão comum. A última vez que estive em Paris (há 5 anos) não tive oportunidade de por lá passar. Não falharei a visita da próxima vez.

2 comentários:

ana disse...

Há muito tempo que digo a mim mesma que um dia hei-de ir a este local...

_+*Ælitis*+_ disse...

Let's meet there one day :)

Beijo meu ♥,

A Elite