quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

O malfadado "Fade Out"


Não gosto de músicas que acabem em "fade out", isto é, em diminuição progressiva da intensidade do volume até restar apenas silêncio. Por melhor que seja a música e o compositor, sempre me deu a sensação que o "fade out" é um recurso fácil e pouco original para terminar uma composição musical. É como se o músico dissesse, de forma subliminar ao ouvinte: "Não tenho inspiração para terminar a música de outra maneira, por isso acabo-a em "fade out" no software de edição áudio (na imagem)". E há grandes artistas da constelação pop que fizeram (e continuam a fazer) músicas que acabam desta maneira.
Como ouvinte, não gosto e não aprovo.

6 comentários:

::Andre:: disse...

Concordo. O teu post levou-me a pensar que não ouço um tema a acabar em fade out há muito muito tempo...

Joana Coimbra disse...

Eu acho que depende. Há musicas que ja ouvi e que são tao boas que nesses casos o fade out não me chateia minimamente.

Gonçalo Trindade disse...

De acordo. É uma coisa em que reparo logo. Gosto que uma música tenha princípio, meio e fim; não apenas um princípio e um meio.

Anónimo disse...

Quase sempre aprecio as suas críticas e cultas opiniões Vítor; mas que diz de quando o fade out é utilizado, como nálgumas músicas de melodias circulares, enquanto forma de prolongar infinitamente, pelo menos imageticamente nas nossas cabeças, o efeito espiral e hipnótico que tais melodias podem ter em nós? Como se, simplesmente, não houvesse um final que pudesse concluir a música e a esta coubesse um ciclo de permanente perpétuação na nossa cabeça que o registo técnico é incapaz de assegurar?

Manuel Bogalheiro.

Unknown disse...

Caro Manuel: obrigado pelo contributo. As minhas opiniões são tão cultas e válidas como as suas ou as de qualquer outra pessoa.

Quanto ao que diz, eu aprecio esse efeito que a música pode ter em nós, com melodias em registo circular que produz um efeito hipnótico e caleidoscópico no ouvinte. Há músicas que conseguem produzir esse efeito: algumas tribos africanas usam o ritmo para esse efeito; a música minimal repetitiva também; a música dos budistas tibetanos, idem; algum rock psicadélico e alguma electrónica, o mesmo. Mas eu julgo que o "Fade Out" não tem muito a ver com a essência destas músicas. Eu referia-me sobretudo ao contexto pop-rock e do formato canção. A mim desagrada-me o fade out, mas a oturas pessoas não (como alguns já manifestaram nestes comentários). É uma simples questão de gosto e de interpretação.

Luis Baptista disse...

Tambem me desagrada e o que desagrada mais é comentários anónimos, nunca gostei, nem nunca os fiz nem farei, cheira-me sempre a falta de principios e personalidade, desculpa o desabafo, mas irrita-me solenemente esse tipo de comentários, têm medo de quê, cresçam um pouco...