Vi há tempos o filme "Fur - Um Retrato Imaginário de Diane Arbus" (2007) de Steven Chainberg. Uma total desilusão.
O visionamento do filme só teve um benefício: despertou-me um interesse maior em conhecer a obra fotográfica de Diane Arbus (no filme interpretada por Nicole Kidman), uma notável e talentosa fotógrafa americana que se especializou (se a palavra é a correcta) em fotografar a perversão e a decadência humanas.
A grande maioria das suas fotografias parece vinda directamente do circo de anormalidades físicas do filme "Freaks" de Tod Browning.
Diane contrariou a tendência da fotografia do glamour e da elegância própria das revistas de moda e do social para se centrar no lado mais negro, marginal, aberrante e diferente da condição humana (Nova Iorque da década de 50 e 60): gémeos siameses, doentes mentais, deficientes físicos, anões, gigantes, mendigos decrépitos, hermafroditas, nudistas. Um olhar sobre uma outra América.
Das suas fotografias ressalta uma beleza única, uma poesia que confirma o amor que Arbus tinha por esses seres humanos ostracizados pela sociedade. Diane dizia que a fotografia servia como um escape para expiar as suas emoções lúgubres e inquietantes. A plasticidade das fotografias, os contrastes de luz, os pormenores captados, a composição visual, são elementos estéticos que conferem identidade artística à fotografia de Diane Arbus.
A primeira foto deste post, intitulada "Identical Twins" (1967) é de duas irmãs gémeas com olhar penetrante e quase ameaçador - serviu de inspiração a Stanley Kubrick para as gémeas terroríficas que surgem no filme "The Shining" (2ª imagem).
Diane Arbus morreu com apenas 48 anos de idade, por suicídio.
Diane Arbus morreu com apenas 48 anos de idade, por suicídio.
Mais fotos aqui.
1 comentário:
As suas fotografias, são simplesmente fabulosas...assim como a sua vida.
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