Como eu gosto deste tipo de músicos. Músicos como Dan Deacon, um americano típico, de aspecto gordinho, semi-calvo, barba, que estudou num conservatório de música, tirou cursos de composição e mandou os diplomas às malvas. Também não cultiva aquela imagem petulante de artista intelectual. Mas a verdade é que Dan Deacon faz alguma da música electrónica mais interessante, rica e divertida (porque a música pode ter este atributo) da actualidade. Dan Deacon ganhou já diversos prémios artísticos e de "solo performance", actua em prestigiados centros de arte, mas isso nem é o mais importante. O importante é que este músico faz música como se fosse uma criança de 6 anos a descobrir, fascinada, instrumentos de brincar: de forma eminentemente lúdica - mas visto ser um adulto, sem perder a seriedade estética - à maneira de um Felix Kubin.
Depois, há outra característica desconcertante em Deacon: as suas actuações ao vivo. Ao invés de actuar num palco separado da assistência, faz exactamente o contrário: o público rodeia o músico à volta da mesa repleta de parafernália electrónica (samplers, teclados, fios, microfones, computador, mesa de mistura...). A fruição musical faz-se muito mais espontaneamente e de forma muito mais directa e intensa (literalmente aos empurrões). Esta ligação quase umbilical entre músico e assistência provoca uma loucura sadia (à boa maneira do espírito de comunhão libertado da energia dos Lightning Bolt) e o ambiente do concerto apodera-se de uma loucura contagiante. Fantástico:
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