Recebi um mail a promover um concerto dos Wraygunn na Aula Magna, em Lisboa, no dia 31 de Janeiro, que finaliza assim: “Um concerto dos Wraygunn é como assistir a “Lost Highway”, de David Lynch. É um murro no estômago. Um turbilhão de adrenalina e energia”. Não deixa de ser curiosa esta analogia entre um concerto de música e um filme. Aliás, que me lembre, é mesmo a primeira vez que vejo uma comparação deste teor no âmbito da divulgação formal de um espectáculo musical. E com tamanha veemência - o filme de Lynch é um murro no estômago, a música dos Wraygunn também. No entanto, esta associação pode revelar-se tão profícua para a banda quanto contraproducente. Basta que alguém não morra de amores pelos delírios visuais do realizador para, à partida, ser um potencial detractor do grupo de Paulo Furtado.
Seguindo a mesma lógica de relações, que filme seria indicado para promover um concerto do Leonard Cohen? E dos Massive Attack? E dos Tindersticks? E de Mike Patton? E de Anthony Braxton? E dos Dead Can Dance? Bem, se calhar, com um bocadinho de esforço e de imaginação, nem se tornará muito difícil atribuir um filme para cada um destes artistas...
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