Allen Ginsberg, Jack Kerouac e William S. Burroughs, incendiaram a cultura dos anos 50 e 60 com a "Beat Generation", ao som de jazz e literatura "libertária".
O poema de Ginsberg, "Howl - Uivo", (considerado por muitos obsceno e pornográfico - pode ser lido aqui) foi o livro de poesia mais vendido da história dos EUA, tendo vendido mais de 1 milhão de exemplares em pouco tempo. "Howl" foi também um enorme grito de revolta de uma geração assumidamente insurrecta e ávida de novas experiências (artísticas e existenciais), imbuída de festas hedonistas repletas de sexo, música jazz e aventuras deambulatórias pela geografia norte-americana. Juntamente com "Naked Lunch" de William S. Burroughs e "On The Road" de Jack Kerouac, "Howl" completaria a trilogia da contracultura da Geração Beat.
Bob Dylan, Jim Morrison, Lou Reed, Leonard Cohen entre muitos outros músicos, foram sempre fãs incondicionais da poesia de Allen Ginsberg. E até os portugueses Mão Morta partiram do poema "Uivo" para conceberem o seu álbum "Nus" (2004). Depois de contaminar a literatura, a música, a poesia e as artes plásticas, era uma questão de tempo até que a vida e obra do poeta beat fossem transpostas para o universo da Sétima Arte.
Rob Epsteins e Jeffrey Friedman, mais conhecidos por documentários, levaram Ginsberg ao grande ecrã, com o actor James Franco no papel do poeta. O filme, intitulado "Howl", começa no momento em que Ginsberg é julgado no tribunal de São Francisco por causa da sua controversa obra. Pelo meio, consta que o filme - a estrear em Setembro - relata as desventuras de Ginsberg com os seus amigos escritores homossexuais e todo o ambiente de contracultura que se vivia naqueles efeverscentes anos.
Na imagem da esquerda, Allen Ginsberg, na direita, James Franco como Ginsberg.
Trailer do filme "Howl":
5 comentários:
Vou ver esse filme nem que eu tenha de matar:)
Uau, desconhecia que ia haver filme :)
A não perder, sem dúvida.
Ando a ler uma biografia de Kerouac, de Yves Buin. Ginsberg é presença assídua, diria página sim, página não, como não podia deixar de ser.
este post foi música para os meus ouvidos...
O Uivo: grande referência da metáfora do Deus amonita Moloch. Sociedade que engole seus atores em prisão incessante do suspirar no concreto fervente.
"Moloch!" cujo, até que me leve o conhecimento disso, salva-se de referência no filme Metropolis de Fritz Lang. Verdadeiramente, não consigo relacionar à mais nada sem ser a mesma figura coincidente de Lang e Ginsberg.
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