terça-feira, 14 de setembro de 2010

Regressar a Tarr em 90 segundos

No meio de tão mau cinema que se vê nas salas e nas televisões, é sempre refrescante regressar a Béla Tarr, o realizador húngaro dono de uma linguagem estética única. O seu filme "Satantango" (1994) é um épico de 7 horas de duração. Mas basta ver um minuto e meio desse épico para se perceber quão original é a forma de filmar (e de sentir, diria) de Béla Tarr.
Como alguém já disse, isto não é apenas cinema: é poesia visual em estado de graça, expressão maior de uma arte restrita a eleitos criadores.
Tarr mostra a sua mestria na composição plástica das imagens, na fotografia a preto e branco, no suave movimento de câmara, na rigorosa mise-en-scène, no trabalho de sonoplastia.
O vento, as folhas a esvoaçar, os passos firmes dos homens, a desolação, a incerteza do caminho futuro...

3 comentários:

Álvaro Martins disse...

Brilhante

blueangel disse...

Fabuloso!

Anónimo disse...

"não é apenas cinema: é poesia visual". Ai! Mais um cliché mortal...!