Uma vez por semana, João Palhares, autor do blogue "Cine Resort", convida bloggers a escolher um plano especial de um determinado filme e a falar, também, sobre ele. Esta semana o escolhido fui eu. Escolhi o último plano da sequência do labirinto da obra-prima "The Shining", de Stanley Kubrick.
A justificação:
Kubrick sempre foi um esteta das imagens, um observador geométrico dos enquadramentos e dos planos minuciosamente estudados.
Em "The Shining" estas qualidades são particularmente evidentes. Não é tanto pelo virtuosismo da realização e da montagem, é também pela forma como Kubrick encena determinadas cenas, desafiando a toda a hora o olhar do espectador. O plano do labirinto é sintomático: Jack Torrance (Jack Nicholson) aproxima-se de uma maqueta do labirinto em cima de uma mesa situada no grande salão do Overlook Hotel. De repente, no plano seguinte, o espectador "vê" o labirinto pensando que se trata do mesmo que Jack está a olhar. Nada mais errado. O que o espectador vê é um plano fixo aéreo desse labirinto. Paulatinamente, a câmara vai-se aproximando (zoom in) até que damos conta que, bem no meio do labirinto, estão Danny e a mãe em movimento. Já não era o labirinto artifical da maqueta. Era o labirinto "real" onde estavam os dois personagens. Este plano é um prodigioso momento de cinema, de insuperável criatividade na construção da ilusão deste plano e, por inerência, do cinema em si mesmo.
Ver a sequência em vídeo.
1 comentário:
Deve ter sido difícil produzir este cenário. Mas é nele que ocorre uma das melhores cenas em "The Shining".
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