Nos tempos que correm fala-se muito da manipulação da informação e da crescente paranóia à volta de alegados eminentes perigos que ameaçam a Humanidade. Ou a sociedade tal como a conhecemos. Há, por isso, teorias da conspiração para todos os gostos, de inspiração política, económica ou até religiosa.
Um dos melhores filmes sobre estes temas - ainda que não de forma aberta - é o filme "Bug" (2006), do realizador William Friedkin. Passou ao lado de muita gente quando estreou em Portugal no verão de 2006 (o Verão não é altura propícia para se dar atenção a este tipo de filmes).
Do mesmo realizador do essencial thriller dos anos 70 "Os Incorruptíveis Contra a Droga" (1971) e um dos mais assustadores filmes de terror de sempre, "O Exorcista" (1973), "Bug" é um filme-catarse dos traumas reminiscentes do pós-11 de Setembro. Numa contenção rara de recursos - um cenário de hotel decrépito e quatro personagens assoladas pela paranóia e pelo medo - o argumento é baseado numa peça de teatro de sucesso.
Paranóia, viagem aos abismos dos fantasmas interiores, metáfora política em jeito de pesadelo kafkiano num filme portentoso capaz de por em causa toda a ideia de segurança social e política contemporânea.
Devia ser visto por todos quantos detêm poder político e/ou económico à escala global.
1 comentário:
Eu gostei muito :)
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