A primeira vanguarda histórica das artes do século XX surgiu nestas páginas do jornal francês Le Figaro. As premissas teóricas do Futurismo de Filippo Marinetti foram publicadas pela primeira vez no jornal francês, em forma de Manifesto Futurista. Foi no dia 20 de Fevereiro de 1909. Faz agora 100 anos. Marinetti considerava que os habituais recursos da arte - forma e cor - já não bastavam para expressar a complexidade social, cultural e política do mundo moderno e industrializado que então começava a despontar nas sociedades ocidentais. Assim, era necessário incorporar outros elementos para estabelecer uma ruptura radical com o passado: o movimento, a velocidade, a vida moderna, a violência e as máquinas, foram tópicos desenvolvidos pela arte Futurista.
O Futurismo italiano estendeu-se, igualmente, à pintura, à literatura e à música. Com Marinetti houve outro grande visionário, Luigi Russolo, inventor das "máquinas de fazer ruído", que já abordei neste post. Foi com Russolo que o ruído foi, pela primeira vez na história da música, utilizado com intencionalidade estética e artística. O Futurismo extinguiu-se ainda antes do fim da primeira Grande Guerra (1916), mas deixou uma indelével herança teórica por toda a Europa, despoletando outros movimentos de vanguarda, como o Dadaísmo e o Surrealismo.
Um dia tive um professor de artes visuais que me disse que nunca mais houve, em todo o século XX, um período tão rico e inovador em termos de ideias e de experiências artísticas como no período das duas primeiras décadas do século XX. Duas décadas de total libertação de convenções, de libertação ao encontro da novidade, da transgressão, da audácia criativa. Não foi de imediato, mas ao fim de alguns anos acabei por achar que esse professor tinha total razão.
Filippo Marinetti
1 comentário:
:) que nice, soube há pouco tempo desde centenário e fui pesquisar mais, é de facto fascinante o mundo do futurismo!
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