Poucos filmes existem com uma interpretação feminina tão intensa e perfeita quanto "Quem Tem Medo de Virginia Woolf?" (1966) de Mike Nichols. Elizabeth Taylor é a perturbada Martha, mulher de meia idade, alcoólica e emocionalmente instável, que numa única noite afunda o seu casamento com George (Richard Burton) numa espiral de violência e degradação como raramente de viu no grande ecrã. Um trabalho de composição verdadeiramente notável e arrepiante num intrépido drama filmado com parcos recursos: apenas quatro personagens, uma sala de estar como elementos principais.
Um olhar frio sobre as contradições e derrapagens emocionais de um casamento à beira da ruptura e da total desorientação, no qual o amor e o ódio se revelam faces da mesma moeda. Nomeado a 13 Óscares e vencedor de 5 - incluindo o Óscar para Taylor - "Quem Tem Medo de Virgina Woolf?" é uma prodigiosa demonstração de uma obra extremamente bem conseguida ao nível da realização, fotografia, interpretação e argumento (baseado no livro de Edward Albee).
Elizabeth Taylor prova os seus incríveis recursos de actriz encarnando a débil e atormentada Martha, um dos papéis mais difíceis e exigentes da sua carreira. E custa a acreditar que tenha aceite contracenar com Richard Burton num drama tão dilacerante, tanto mais que, na dita vida real, estavam casados.
A seguinte sequência, entre outras do filme, exemplifica bem a qualidade da interpretação de Elizabeth Taylor, os diálogos acutilantes, e a fotografia a preto e branco que denunciam uma viagem ao desespero - sem regresso - na relação entre um homem e uma mulher:
1 comentário:
adoro este filme. muito e sempre bem mencionado.
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