Depois da moda do 3D, vem a moda do... 4D. Era inevitável.
Não é uma novidade assim tão nova quanto isso, visto que já tinha havido experiências muitos anos atrás - mas ainda incipientes. A tecnologia avançada proporcionou novas formas de imersão do espectador. E o que o 4D contribui ao 3D? Basicamente, efeitos, digamos, meteorológicos: vento, nevoeiro, chuva, neve...
Assisti uma única vez a uma sessão em 4D, numa sala especialmente preparada para tal, no Zoo Marine (Algarve), visionando um pequeno documentário sobre o reino animal. Confesso que achei piada à experiência de cair chuva (em pequenas quantidades, claro) ou vento sobre mim, mas a surpresa e a novidade depressa se esgotaram. No entanto, os produtores de cinema, ávidos de encontrar novas possibilidades comerciais para determinados filmes, têm opinião contrária. Prova disso é o facto da obra-prima "Nightmare Before Christmas" de Tim Burton ser resposta, no próximo dia 21, em Los Angeles, numa versão 4D. Este filme já tinha tido uma versão em 3D, e agora passa para o 4D.
Para quê? Por fins unicamente comerciais, porque à arte cinematográfica propriamente dita, os elementos naturais dentro da sala escura em nada contribuem para o seu enriquecimento. Não passará apenas de uma experiência mais sensorial e fugaz. O filme de Tim Burton não precisava deste tipo de complementos para se afirmar como um dos melhores filmes de animação jamais realizados.
Agora resta esperar que outros filmes serão submetidos à ditadura do 4D. Quanto esta tecnologia expirar a sensação de novidade, é provável que chegue o 5D - a quinta dimensão!
A boa notícia à volta deste assunto é o facto de, no mesmo dia da projecção 4D, ser lançado uma edição especial de discos comemorativa dos 25 anos de colaboração entre o compositor Danny Elfman e o realizador Tim Burton: 19 horas de música referente a 13 filmes em que trabalharam juntos. Isto sim vale a pena!
3 comentários:
Ó!
Acho tambem desperdicio isso, se o filme for ruim, não é um um "D" à mais que vá salva-lo!
Assisti recentemente uma animação em 6D. Mesmo que tenha durado no máximo uns 5 minutinhos, valeu pra não achar tanta graça assim. As cadeiras balançavam sem contar que saí molhadinha de lá [sem duplo sentido please]!!
Beijo!
Vã
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A ideia é puramente comercial e se resulta como efeito novidade, associada ao mundo cinematográfico, acho desnecessário. No entanto, mais importante que explorar os prós e contras do 3D e 4D, acho mais interessante pensar no porquê da escolha deste filme. Nightmare Before Christmas é um filme brilhante. Henry Selick, o realizador é genial. O interessante é que já há uns anos atrás este filme foi escolhido para ser relançado em... 3D. O que faz deste filme tão bom a ponto de pensarem nele como plataforma de lançamento de novas formas de exibição de filmes? Não estou a ser irónico, estou mesmo a questionar.
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