Se há algo que os produtores e realizadores da cerimónia dos Óscares fazem bem, esse algo é, indubitalmente, a montagem de imagens que remetem para a memória de Hollywood e do cinema. Comemorando 80 edições, havia toneladas de material imagético para apresentar como referências que marcaram o imaginário colectivo dos espectadores de todo o mundo. Numa dessas sequências, surgiram em catadupa inúmeras imagens de actores, actrizes e realizadores (de todos os tempos) que fizeram a magia do cinema. A última imagem que fecha essa montagem é a de Charlie Chaplin (na imagem), velho e cansado, a aceitar o único (!) Óscar que lhe foi atribuído: um Óscar especial pela carreira, em 1972, cinco anos antes de morrer com 88 anos. Foi feliz a Academia em fechar a tal montagem com Chaplin. A outra leitura possível é a de que foi hipócrita. É que Hollywood foi hostil (por questões políticas e de "valores morais") ao autor de "City Lights" durante décadas, tendo inclusive retirado o seu nome do Passeio da Fama. Tanto assim foi que Chaplin se exilou na Suíça e raramente voltou aos EUA. 30 anos depois da sua morte, a Academia de Hollywood, na sua 80ª edição dos Óscares, emenda a mão e atribui a Chaplin uns escassos segundos de memória e admiração.
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