terça-feira, 19 de fevereiro de 2008

Cidadão jornalista


Vivemos uma revolução na forma como entendemos o jornalismo convencional. O cidadão comum, outrora espectador passivo dos acontecimentos, tornou-se um elemento activo na criação, produção e manipulação da notícia. É tanto assim que já existe uma nova categoria para esse estatuto de "jornalista cidadão." O advento das tecnologias digitais de fotografia e vídeo, catapultadas pelas acessíveis páginas pessoais na Internet, ditou uma viragem na imprensa e nos media em geral. Lembremo-nos que foram imagens, ditas amadoras, que trouxeram a força do tsunami na Ásia ao mundo inteiro, assim como com os atentados terroristas de Londres ou com o assassínio de Benazir Bhutto. Por estes dias de cheias em Portugal, assistimos a fotografias e vídeos feitos por cidadãos comuns que são transmitidos pelos canais de televisão. No local onde o facto noticioso acontece e o jornalista profissional não pode estar, é quase certo que algum cidadão irá ocupar o seu lugar para registar, em suporte auidiovisual, o acontecimento. A internet serve, por outro lado, como ferramenta fundamental para qualquer pessoa poder veicular conteúdos informativos (quase) em tempo real. Nesta dualidade de conceitos, nesta sociedade global e digital, como encarar a verdadeira missão dos media?

2 comentários:

pegueitrinquei disse...

É uma temática sem dúvida bastante pertinente. E concerteza será alvo de acesos debates a curto prazo, nos media. Aguardemos!

José Magalhães disse...

É um dos aspectos muito positivos da Interntet: os acontecimentos fantásticos são narrados de uma forma apaixonada e desinteressada por cidadãos comuns. Ou seja, isto mostra que os jornalistas hoje em dia já não servem para grande coisa a não ser para servir interesses e lobbys. A neutralidade é um problema que se punha há muito tempo sem haver verdadeira reflexão. A neutralidade em si não existe. O que existe é uma ideologia do preconceito, e isso é o melhor que estes jornalistas conseguem. Para eventualmente se alcançar um ponto de vista objectivo sobre o real, isto só pode ocorrer com fundamento numa forte tomada de posição subjectiva.
O jornalismo do futuro será altamente engagé, militante, com valores diferentes consoante o público.