É um filme de 2006, mas só ontem o vi em DVD. Realizado por um desconhecido Neil Armfield, conta com notáveis interpretações de Heath Ledger e de Abbie Cornish (co-adjuvados por um não menos brilhante Geoffrey Rush). Baseado num romance de Luke Davies, "Candy" narra a trágica (mas ao mesmo tempo poética) história de amor entre dois jovens que julgam poder viver todos os sonhos do mundo. Mas a insuperável dependência das drogas interrompe a possibilidade de qualquer sonho, de qualquer vivência digna. Amam-se e odeiam-se, sempre com a obsessão do consumo de drogas como obstáculo inultrapassável. Pensava que "Requiem For a Dream" (2000) de Darren Aronofsky fosse o melhor filme da última década sobre as drogas. E de facto é. "Candy" não tem a sofisticação formal e a intensidade dramática quase surreal do filme de Aronofsky, mas em certos aspectos, consegue ser mais realista e contundente. É um relato cru e nu de um homem e uma mulher que lutam contra um desígnio difícil de ultrapassar. Um filme sobre um destino sinuoso de duas almas perdidas (e tem um dos finais mais desoladores que tenho visto). Está longe de ser um filme sobre a dependência de drogas. À semelhança de "Requiem For a Dream", também tem uma excelente (e diversificada) banda sonora, com Tim Buckley, Mozart, Soul Coughing e Amon Tobin.
6 comentários:
Também vi esse filme. É bastante tocante; o desempenho de HL é espectacular.
Heath Ledger que nos deixou tão cedo deixou este, e muitas mais, obras cinematográficas dignas de um valor excepcional...
Abraço
P.S.- Em The Dark Knight tem, provavelmente, a melhor interpretação dos últimos anos...
Grande filme, grande interpretação do Heath.
Sabes quando estreia o último do Terry Gilliam?
Não sei. Provavelmente nem estreia, como tem acontecido a alguns bons filmes...
O filme, de facto, conseguiu agarrar-me pela pureza das suas personagens e pela temática, mas não deixei de me sentir algo sufocado pelo decorrer do argumento (talvez o efeito pretendido fosse mesmo esse...) Devo dizer, contudo, que o Requiem consegue ser ainda melhor, ainda que diferente.
É certo que não supera A Vida Não É um Sonho (parecendo-me essa tarefa praticamente impossível) na temática, mas é um triunfo nas carreiras dos envolvidos. Candy consta na lista dos meus favoritos, de sempre!
Abraço
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