O escritor Pedro Paixão deu uma entrevista à revista Sábado. 53 anos, doente bipolar há 25, casado por quatro vezes, um filho de 19 anos. Diz que fez a tese de doutoramento em apenas 4 meses (para depois entrar em depressão meio ano), escreve na cama com o portátil em cima das pernas, deita-se às 20h, nunca teve televisão em casa nem lê jornais ou revistas, não gosta de aparecer em público nem de ser fotografado, toca piano de ouvido, só se interessa por dois temas - mulheres e ideias, tudo o que escreve é autobiográfico, manteve uma grande cumplicidade intelectual com o Miguel Esteves Cardoso (assegura que sentia amor por ele), já tentou o suicídio, e diz que se não se sentisse o melhor escritor português já teria dado um tiro na cabeça. Tamanha honestidade comove-me.
Eu só li um livro do Pedro Paixão (o primeiro dele, por sinal), “A Noiva Judia” (1992) e até não desgostei da prosa melancólica e existencialista, mas perdi o interesse depois de ler um outro livro no qual repetia a mesma fórmula. Já não tenho muita paciência para histórias sobre amores frustrados e devaneios filosóficos sobre cidades e suas gentes anonimamente alienadas.
1 comentário:
tb li noiva judia e viver todos os dias cansa e boa noite, creio eu que são alguns dos outros títulos em que, como dizes, a fórmula soou a mesma, ou o uso recorrente a um dos elementos faz-nos arrancar deja vus com os dentes. Estou a ficar velha, cansada e menos tolerante nesta matéria. Mas parece que não estou sozinha
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