Victor, tenho acompanhado todos os dias o teu blog. Deve dar imenso trabalho todos os dias colocar um post. Ainda estive para entrar naquela discussão sobre a "velocidade" na era contemporânea. E concordo em quase tudo contigo. O debord tinha razão e ainda tem, como ele dizia até o "tempo" se tornou um produto da sociedade do espectáculo. Ora, eu ando farto do tempo totalmente controlado desta sociedade onde vivo. E o que mais quero é a liberdade no tempo para ler um livro fascinante, Paroles (1948) e pela primeira vez traduzido em Portugal do grande poeta Jacques Prévert. O tempo para ir a um cinema a sério, com tela grande, numa rua escondida de uma cidade pequena, e ver um filme. O tempo de ouvir os discos no meu tempo sem a angústia de ouvir a última novidade. O tempo de falar com amigos, não aqui, nas aplicações que a web ofereçe. Mas na mesa de um café. O tempo de voltarmos a saber ver a terra, o mar. De saber ler uma paisagem. De voltarmos ao "flaneur" nas cidades. O tempo de voltarmos ao fogo. Todo estes tempos andam a desaparecer...
E a culpa é...daquela coisa horrorosa que se faz de interpretar a arte e explicá-la em pequenos resumos nas visitas guiadas às exposições. Eu andei a fugir duma na Colecção Berardo...Medo, sabes? :)
Daniel: compreendo perfeitamente o que dizes e partilho contigo as mesmas preocupações. Folgo em saber que acompanhas o blog que, como dizes e bem, exige uma certa disponibilidade e empenho. Um abraço, VA
3 comentários:
Victor,
tenho acompanhado todos os dias o teu blog. Deve dar imenso trabalho todos os dias colocar um post. Ainda estive para entrar naquela discussão sobre a "velocidade" na era contemporânea.
E concordo em quase tudo contigo.
O debord tinha razão e ainda tem, como ele dizia até o "tempo" se tornou um produto da sociedade do espectáculo.
Ora, eu ando farto do tempo totalmente controlado desta sociedade onde vivo. E o que mais quero é a liberdade no tempo para ler um livro fascinante, Paroles (1948) e pela primeira vez traduzido em Portugal do grande poeta Jacques Prévert.
O tempo para ir a um cinema a sério, com tela grande, numa rua escondida de uma cidade pequena, e ver um filme. O tempo de ouvir os discos no meu tempo sem a angústia de ouvir a última novidade.
O tempo de falar com amigos, não aqui, nas aplicações que a web ofereçe. Mas na mesa de um café.
O tempo de voltarmos a saber ver a terra, o mar. De saber ler uma paisagem. De voltarmos ao "flaneur" nas cidades. O tempo de voltarmos ao fogo. Todo estes tempos andam a desaparecer...
E a culpa é...daquela coisa horrorosa que se faz de interpretar a arte e explicá-la em pequenos resumos nas visitas guiadas às exposições. Eu andei a fugir duma na Colecção Berardo...Medo, sabes? :)
Daniel: compreendo perfeitamente o que dizes e partilho contigo as mesmas preocupações. Folgo em saber que acompanhas o blog que, como dizes e bem, exige uma certa disponibilidade e empenho.
Um abraço,
VA
Enviar um comentário