Dois jovens intelectuais abastados encontram-se numa festa num apartamento e assassinam a sangue frio (com uma corda) um terceiro amigo apenas para sentir a adrenalina do acto e por acreditarem na supremacia moral de uns homens sobre os outros. Escondem o corpo num baú onde irá ser servido o jantar à família e à noiva do morto. Entretanto, surge o professor dos dois estudantes (James Stewart) que, suspeitando do terrível acto dos seus alunos, começa a deslindar o perverso jogo que envolveu a morte de um homem inocente. O que queriam os assassinos, afinal, provar com esta morte sem aparente motivo?
“A Corda” (1948) foi o mais ambicioso e desafiante filme da carreira de Alfred Hitchcock (e o seu primeiro filme a cores): foi filmado como se se tratasse de uma peça de teatro, num cenário único, em diversos movimentos de câmara contínuos de 10 minutos cada (todo o filme é filmado com se de uma longuíssimo travelling se tratasse). Este prodígio técnico resultou num filme único na História do Cinema. O clima de tensão progressiva do filme do mestre do suspense não deixa respirar o espectador, mergulhando-o num ambiente claustrofóbico e psicologicamente perturbante. A interpretação de James Stewart é soberba, assim como o argumento e a realização estilizada do cineasta inglês. "A Corda", apesar de ser um filme menos conhecido e comentado da sua rica filmografia, é um caso de estudo em todas as escolas de de cinema. O realizador russo Sokurov seguiu-lhe os passos quando filmou, com câmara digital, o filme "A Arca Russa" apenas com um único plano-sequência.
2 comentários:
um belíssimo filme. um dos melhores do mestre! tambem escrevi sobre ele la no meu tasco.
um abraço
É o filme de Hitchcock que mais adoro a seguir a Vertigo. É fabuloso, com uma narrativa perturbadora e sem recear o poder teatral que transpira. Depois, dá brilho à grandiosidade da Palavra! Brilhante, brilhante, brilhante...
Abraço
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