quinta-feira, 13 de março de 2008

O grande ídolo oficial


É nestas coisas que se comprova o nível cultural dos americanos. Neste caso, os americanos militares: Chuck Norris foi elevado oficialmente no ídolo dos soldados do exército dos EUA. Tinha de ser Chuck Norris, provavelmente o pior actor da História do Cinema e um dos maiores canastrões pseudo-heróicos de sempre. Se Norris é o ídolo para milhares de soldados que combatem no verdadeiro teatro de operações de guerra, então algo vai muito mal na consciência moral e política do exército mais poderoso do mundo. Podridão, só podridão naquelas cabeças formatadas.

9 comentários:

Jorge Silva disse...

Victor Victor....

Essa primeira frase...parece-me um pouco infeliz e este texto revela frases feitas e estereótipos estéreis...

Não vamos agora discutir a percentagem de prémios nóbeis (parece-me pacífico este medidor da intelectualidade de um povo/país) ganhos por cidadãos norteamericanos

( podemos ver a sua história em:
http://www.improbable.com/ig/ig-pastwinners.html )

em contraste com o portugês.

Não digo que não haja muita ignorância nos EUA. Evidentemente que haverá sempre muito mais do que aqui, mas isso é porque há lá 100 vezes mais população, ou seja, em termos absolutos.

Agora quando vejo portugueses a chamarem ignorantes aos "amaricanos" e constato que tudo o que é mau de lá copia-se aqui (se ao menos copiassem o que é bom...) faz-me cá uma comixxxããaaaooooooo!

Jorge Silva disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Unknown disse...

Jorge: tenho tanta razão eu como tu. Repara: concordas que haverá muita ignorância na América, mas é na América que existem muitos prémios Nobel. Eu eu concordo em absoluto com este argumento. Talvez não devesse ter referido a frase "o nível cultural dos americanos". Queria apenas especificar que a escolha de Chuck Norris como ídolo por parte do Exército me parece uma manifestação de completo embrutecimento, dado que Norris representa o PIOR que existe na cultura cinematográfica mundial. Seria o mesmo se, por hipótese, a selecção nacional de futebol, escolhesse como hino oficial uma canção do Emanuel ou do Toy. A analogia não anda longe. E a última frase que referes - copiar o mau e não o bom que vem dos EUA, certamente que não tem nada a ver com o que disse, dado que não refiro, nem de perto nem de longe, nenhum argumento que aborde essa questão. Claro que os EUA têm muita coisa boa e que eu admiro (tem as melhores Universidades do mundo), mas quando vemos o mais alto representante da Nação (que por vezes gosta de vestir a pele de um clown) e este tipo de exemplos vindos de uma instituição como o Exércio, não posso ter uma visão muito positiva da coisa.
VA

Jorge Silva disse...

Penso que não é difícil chegar a um consenso.

O que eu critico é o esterótipo criado, e que perigosamente se está a transformar em verdade, de que "os americanos são uma cambada de ignorantes".

Eu ouço isto dia sim, dia não nas ruas, nos cafés, nos jornais, na internet.

Há anedotas e videos a circular pela internet e alojados no youtube enfatizando isto.

Tenho uma amiga sudanesa (mas a viver no Egipto), islâmica, que ainda não consegui demonstrar que há muita gente culta nos EUA, apesar dos inúmeros esforços.

Não é que eu tenha algum problema com isso, não é lá que faço a vida, faço a vida aqui e é aqui que
reside aqui a minha preocupação.
Enquanto chamarmos burros aos americanos não damos conta de que aqui, só 1/5 de nós tem o 12º ano!!!

Subscrevo em absoluto aquilo que dizes em relação ao valor artístico do Norris.

Mas, se calhar, as hierarquias do exército utilizam a figura de ficção respresentada por ele para, de alguma forma, motivar as tropas.

Colocando-me na pele de um soldado em combate, provavelmente sentiri-me motivado a entrar em combate após o visionamento dos filmes dele.

Tenho uma história curiosa em relação ao filme "Fight Club" (que vi no cimena da Guarda) mas como isto já vai longo....

Termino só para dizer que, no Exército Nortamericano, os soldados frequentam cursos educativos e muitos deles acabam cursos de nível superior (lic./mestrados/dout.) em universidades do exército.

Aqui no RI 19....

Unknown disse...

Agora fiquei eu curioso: qual é a história curiosa em relação ao filme "Fight Club"?...

Jorge Silva disse...

He he he!

Foi combinado entre um grupo de amigos ir ao cinema ver o "Fight Club", tomr um cafézito e ir directos para casa.

Á saída do cinema, fiquei com uma predisposição para a violência nada, mas mesmo nada, normal em mim.

Quem me conhece sabe que violência ou até mesmo agressividade são coisas que nada têm a ver comigo.

Mas naquela noite apetecia-me bater em alguem da mesma forma que a personagem do Brad Pitt fez com um indivíduo qualquer cujo único pecado foi o cruzar-se com ele naquele momento, um arraial de porrada.

Falei nisso aos amigos que me acompanhavam e eles tambem sentiam o mesmo.

Nessa noite tivemos de sair até tarde para descarregar a adrenalina.

Não batemos em ninguem mas foi preciso muito "shot" para descontrair...

:-D

Unknown disse...

Não fales deste episódio a muita gente não vá chegar aos ouvidos dos preconceituosos da cultura que depois vão dizer que o cinema e a televisão influenciam negativamente o comportamento dos jovens! ;)

Unknown disse...

Vou meter-me neste post porque me parece que não ficou tudo esclarecido. Pessoalmente parece-me que se está a fazer uma certa confusão entre Instrução e Educação. De certeza que os mestrados e doutoramentos tirados pelos miltares não têm qualquer carácter cultural, no sentido de cultura das Artes, mas apenas Ténico-científico. É evidente que os americanos não são ignorantes, sobretudo nestas áreas específicas, mas já demonstram algumas lacunas quanto a outroa temas. Digamos que´, não sendo ignorantes, são boçais. O presidente, por exemplo, licenciado numa prestigiada Universidade da Ivy League, ainda hoje tem algumas "falhas" em História e Geografia; há uns anos, uma das revistas de referência (Time ou Newsweek, não me recordo bem), fez um inquérito junto dos senadores e congressistas e concluíu que 70% dos Republicanos não possuíam nem nunca tinham possuído passaporte. Ou seja, esta gente não tem qualquer interesse em ver para lá do seu "rancho", o que não é América não lhes interessa. Só encontro a palavra boçalidade para exprimir esta atitude. Um Nobel da Física, Química, Economia que tenha nascido e crescido no seio de uma família conservadora, criacionista, defensora dos valores da violência e das armas, pode perfeitamente considerar Chuck Norris como um exemplo de "bom americano"; tenho a certeza que Lou Reed, Patti Smith, Scorcese, R. Redford, Norman Mailer(já falecido), Bret E Ellis, Woody Allen e tantos outros o não consideram.
Um Abraço
jPinto

Unknown disse...

João: concordo.