domingo, 9 de março de 2008

Nas malhas da unanimidade


A actriz francesa Marion Cotillard (na imagem), que ganhou o Óscar de Melhor Actriz pela sua magnífica interpretação no filme "La Vie en Rose", está a ser alvo de pressão da comunicação social derivado de declarações suas (proferidas há mais de um ano) sobre os acontecimentos do 11 de Setembro. Cotillard terá referido que não acredita na versão oficial dos acontecimentos, assumindo simpatia pelas teorias da conspiração. Como cidadã, tem toda a legitimidade para opinar o que quiser, como artista, essas mesmas opiniões podem provocar reacções imprevisíveis. Há muitas personalidades ilustres de âmbito mundial (escritores, filósofos, pensadores, cientistas) que duvidam da versão oficial da queda das torres gémeas do World Trade Center e que nutrem, de forma frontal ou subliminar, a defesa das teorias da conspiração. O que acontece é que essas figuras mundiais acabam por ser alvo de profunda polémica e de ataques cínicos por parte dos defensores dos acontecimentos oficiais do 11 de Setembro. Como se não vivêssemos num mundo pluralista, democrático e aberto à livre expressão (ah pois, não vivemos mesmo). Como as declarações de Marion Cotillard foram há um ano, espero agora que não venha a público negar as declarações anteriormente proferidas e que tenha a coragem de manter a sua opinião (e que o Óscar não a faça mudar de ponto de vista pelo facto de se ter tornado uma figura pública mundial).
Este caso faz-me lembrar um outro semelhante ocorrido há cerca de um ano: o cantor Brian Ferry disse numa entrevista que admirava a estética Nazi: os uniformes da Gestapo, as coreografias das manifestações, a simbologia e iconografia, etc. Teve o cuidado de afirmar que esse fascínio era inversamente proporcional à respectiva ideologia (que odiava). Mas nem este argumento foi suficiente para que não fosse objecto de crítica feroz, de todas as proveniências, pelas declarações efectuadas. Resultado: Ferry acabou por pedir desculpas públicas por ter dito o que disse, provavelmente porque achou que tal acto lhe poderia salvar a carreira artística. Vivemos num mundo hipócrita e sem definições morais. As opiniões minoritárias que ousam enfrentar o pretensa unanimidade de pensamento, acabam por ser trucidadas. A liberdade de expressão é uma garantia da civilização Ocidental. Mas essa é uma premissa na qual acredito cada vez menos.

7 comentários:

Unknown disse...

Será que chegaremos ao ponto de termos de falar ao ouvido uns dos outros para referir, por exemplo, a beleza e o assombro que nos causam os filmes de Leni Riefenstahl? Tão grandes, quanto o ódio que voto ao regime.
jPinto

Anónimo disse...

Great point!

bjs
Ana

Unknown disse...

volto a este post porque Marion Cotillard não disse nem mais nem menos que Sean Penn, Angelica Houston, Susan Sarandon, Martin e Charlie Sheen, Tim Robbins e last but not the least Sharon Stone que, numa entrevista dada à TV em Fevereiro, disse não acreditar em nenhum dos relatórios oficiais.
Alguém sabe que no passado dia 26 Fev houve um debate no Parlamento Europeu sobre o 11/9 a pedido do deputado italiano Giulietto Chiesa? Que foram convidados 1000 jornalistas de todo o mundo e apareceram 0 (exactamente, ZERO)? A confirmar em http://www.youtube.com/watch?v=ciuWbfJkvl8.
Para mais informações consultar o blogue "Investigar-11S".
um abraço
jP

Unknown disse...

Obrigado João pelo contributo.
Já imaginava que esses actores tivessem a mesma opinião. Não sabia era do debate no Parlamento Europeu sobre o 11-S. Realmente incrível.

Jorge Silva disse...

Vi recentemente uma entrevista aos Interpol e, questionado acerca do seu visual estético, o baixista Carlos, disse mais ou menos o mesmo.
Creio que os Death In June e outros da mesma família tambem comungam da mesma admiração pelo imaginário estético nazi.
Embora tambem abomine a natureza violenta bárbara, compreendo a admiração que alguns possam sentir pela estética visual.

Unknown disse...

Jorge: no caso dos Death in June, parece-me que o fascínio não era apenas pelo lado visual, mas também pelo lado ideológico. O mesmo se dizia dos Laibach e de Boyd Rice. Mas não tenho a certeza...

Maria disse...

De facto parece que um certo tipo de admiração torna as pessoas nazis. Passou-se do 8 para o 80.