Sabemos que o festival da canção já não possui o carisma e o potencial artístico que teve em décadas passadas (sobretudo nos anos 60 e 70, época em que revelava verdadeiros novos valores da canção portuguesa). Também já não mobiliza a atenção massiva dos espectadores. O formato do festival está esgotado. E compreende-se: ao fim de 44 edições, o Festival da Canção já nada diz a uma geração mais preocupada com outros entretenimentos. No fundo, é um triste espectáculo televisivo sem substância ou critérios mínimos de qualidade. Por outro lado, as canções que, ano após ano, são apresentadas, constituem um hino à mediocridade e à ausência total de ideias originais. O resultado é o profundo desinteresse proporcionado a uma audiência que prefere ver a novela ou canal Hollywood do que assistir a trivialidades televisivas. O cúmulo foi no ano transacto ter ganho uma canção manifestamente pimba (escrita pelo Emanuel, pasme-se). Este ano, mais um desfile de canções escritas sempre pelos mesmos produtores e compositores, e interpretadas pelos cantores da moda (saídos, claro está, dos concursos da televisão). Pelo menos este ano Portugal leva à Eurovisão uma cantora com qualidades vocais (ainda que a canção que interpreta seja meramente mediana e convencional): Vânia Fernandes (na imagem). Claro que não sairá de Belgrado (onde decorrerá a Eurovisão) sem o último ou penúltimo lugar. Por outro lado, mesmo que vencesse o dito festival, ninguém se interessaria muito com isso.
4 comentários:
Eh eh eh eh eh... mas tu ainda te deste ao trabalho de acompanhar minimamente!!!!! :)
Mesmo nos tempos áureos nunca me suscitou grande interesse. Sempre achei aquilo uma 'seca'. Mas há gostos para tudo e, sobretudo, há que respeitá-los.
Acompanhei porque, enquanto estava a ler e a escrever, ouvia (mais do que via) a televisão. Foi o suficiente para formar a minha opinião.
abraço. Visitem este novo blogue!
O problema do Festival da Canção está nos seus organizadores e das suas curtas vistas, são funcionários públicos que fazem o seu trabalho sem se cansarem muito. Daí o espectáculo ser pobre.
Outra das causas está nas editoras e cantores que acham que participar neste evento é desprestigiante, pelo passado negativo que Portugal tem no certame europeu (ESC).
Para finalizar está a ideia muito comum, onde ver o Festival é sinónimo de falta de cultura e de parolice.
O exemplo contrário da nossa realidade está o velho Melodifestivalen da Suécia ( o equivalente ao nosso Festival) e que ano após ano soma audiências fabulosas que rondam os 80 a 90%.
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