quarta-feira, 22 de julho de 2009

O livro negro... do Cristianismo


"O Livro Negro do Cristianismo" - Editorial Magnólia, 2009

6 comentários:

Anónimo disse...

Este livro não passa de uma diatribe primária e ideologicamente motivada onde o rigor da análise histórica (que se exige sempre imparcial) é pura e simplesmente lançado às urtigas, à semelhança de obras homólogas como "O Livro Negro do Comunismo" ou "O Livro Negro do Capitalismo". Enfim, pensei que o Prof. Victor Afonso tivesse maior capacidade de discernimento...

Unknown disse...

Caro Cid: confesso que ainda não li o livro (por isso não fiz quaisquer comentários), apenas o sugeri em complemento de outros autores e livros de temática religiosa que eu coloquei no link. Não sei a que se refere quando diz "diatribe primária", quando se trata de um ensaio sério por parte de um historiador/sociólogo respeitado. Os outros livros "negros" também são "diatribes primária"? Será que termos de de aceitar, de forma completamente acrítica, todos os dogmas impostos por sistemas ideológicos ou religiosos? Eu penso pela minha própria cabeça, refuto fundamentalismos (de parte a parte) e parto para a discussão. Ora uma coisa é certa: está mais do que demonstrado, historicamente, que o o comunismo, o capitalismo e o cristianismo estão longe, muito longe, de serem sistemas perfeitos - daí haver correntes de pensamento que refutam as suas estruturas ideológicas de base com teorias de autores que eu já abordei no meu blogue.

Anónimo disse...

O problema, caro Victor Afonso, é a metodologia utilizada pelos autores deste livro: em vez de rigorosa e imparcial, como de qualquer maneira se exige a qualquer ensaio histórico, omite e/ou manipula inúmeros factos da história do Cristianismo. Apenas a título de exemplo: a biblioteca de Alexandria não foi destruída por cristãos nem a filósofa neo-platónica Hipátia foi uma mártir da Ciência "imolada" por um bando de religiosos misólogos e trogloditas - os motivos da sua morte foram eminentemente políticos; por outro lado, S. Francisco de Assis é reduzido a uma breve referência no primeiro capítulo e nem uma palavra temos sobre John Newton, William Wilberforce e os restantes abolicionistas cristãos. Em suma, estamos perante uma obra de propaganda ideológica e não propriamente de História, como de resto já acontecia com os outros "Livros Negros", por mim citados no comentário anterior, e que foram por isso duramente criticados pelos historiadores e especialistas mais isentos, lembra-se? Se é óbvio que nenhum sistema criado por humanos (seja ele religioso, político ou económico) jamais pode ser "perfeito", também é verdade que nenhum historiador dito sério pode ser tendencioso quando os analisa (independentemente de concordar ou não com as suas premissas). E quanto aos fundamentalismos, pode estar descansado que também os rejeito liminarmente. Para terminar, se está mesmo interessado na história do Cristianismo sugiro que leia a obra de Martin Hengel (recentemente falecido), E. P. Sanders e John Dominic Crossan, entre outros.

Unknown disse...

Caro Cid: apesar de alguma divergência de posição, agradeço o seu contributo, que me parece valioso e enriquecedor. Irei averiguar sobre os autores que referenciou para solidificar uma opinião mais conclusiva.

Anónimo disse...

Felicito a sua abertura de espírito, caro Victor. Também devo dizer que gosto muito de ler o seu blogue, sobretudo quando escreve sobre cinema e música. Já agora, se quiser trocar mais umas impressões sobre este tema, pode adicionar-me no msn: pedrogaspar_80@hotmail.com

Cumprimentos

Unknown disse...

Cid: obrigado, irei adicionar ao meu msn, mas desde já aviso que enquanto estou de férias é raro ligá-lo. Assim que regressar ao trabalho, estarei diariamente online, pelo que poderemos entrar em conversação nessa altura.
Saudações.