Ao fazer zapping na televisão apanhei, na SIC Radical, o início do concerto dos Faith No More no festival Sudoeste. Por questões contratuais, só foi possível assistir a três temas em directo, mas foram suficientes para comprovar a boa forma da banda e, especialmente, do vocalista Mike Patton. Os músicos entraram em palco vestidos com fato e gravata cor de salmão e, para espanto de todos, Patton surgiu de bengala. Talvez representasse uma mordaz crítica às vozes que questionaram o regresso da banda após mais de dez anos de inactividade. A presença em palco de Patton, o seu carisma e, principalmente, a sua extraordinária capacidade vocal, provam que os Faith No More têm ainda muito a dar ao panorama rock internacional.
Os Faith No More não estão velhos, e muito menos o multifacetado e genial Mike Patton, considerado por muita gente (eu incluído) o mais versátil e original cantor/músico de rock da última década (pelo menos). Devo dizer que, dos muitos projectos em que esteve envolvido Mike Patton ao longo da sua carreira, o que menos me interessou foram, precisamente, os Faith No More. Não era tanto por se tratar de uma banda com maior sucesso comercial, que influenciou o movimento grunge. Apenas porque, musicalmente, nunca me interessaram tanto como as outras bandas que liderou, os Mr. Bungle e os Fantômas, verdadeiros projectos de vanguarda onde Mike Patton explorou todos (?) os limites da sua criatividade.
Os Faith No More não estão velhos, e muito menos o multifacetado e genial Mike Patton, considerado por muita gente (eu incluído) o mais versátil e original cantor/músico de rock da última década (pelo menos). Devo dizer que, dos muitos projectos em que esteve envolvido Mike Patton ao longo da sua carreira, o que menos me interessou foram, precisamente, os Faith No More. Não era tanto por se tratar de uma banda com maior sucesso comercial, que influenciou o movimento grunge. Apenas porque, musicalmente, nunca me interessaram tanto como as outras bandas que liderou, os Mr. Bungle e os Fantômas, verdadeiros projectos de vanguarda onde Mike Patton explorou todos (?) os limites da sua criatividade.
No dia 21 de Maio de 2004 tive a oportunidade e o privilégio de conhecer pessoalmente o músico e cantor, num (grande) concerto dos Fantômas na Aula Magna, em Lisboa. Foi o próprio Mike Patton que me convidou pessoalmente a fazer a primeira parte desse concerto. A impressão com que fiquei do Mike é que se trata de uma pessoa extremamente afável e humilde, características que me habituei a associar a artistas de grande talento. Sem tiques de vedetismo, sem maneirismos de estrela rock, sem pose altiva e hermética (pelo contrário, é um excelente conversador e possui um surpreendente sentido de humor).
Artisticamente, Mike Patton é uma das figuras musicais que mais admiro e uma das minhas referências absolutas dos últimos dez anos (um músico que gosta de estilhaçar convenções e que procura a inovação estética). Não tanto com os Faith No More. Muito mais com as superbandas Fantômas, Mr. Bungle, Tomahawk e com muitas outras colaborações/projectos musicais com outros músicos de muitas proveniências estéticas. Um músico que gosta tanto de rock hardcore como de canção tradicional italiana dos anos 50; de bandas sonoras de "western spaghetti" como de electrónica mais experimental; de hip-hop como de improvisação noise. Patton já experimentou estes e outros terrenos fusionistas, (quase) sempre com resultados fantásticos. Por isso Mike Patton é único.
4 comentários:
eu tive o prazer de estar presente, ontem dia 8 de agosto de 2009, e ver os faith no more pela ultima vez, o que me deu realmente muita pena, foi ainda à muito que cantar com os Faith no more.
Eu também estive lá (aliás ainda cá estou), e confirmo que foi um dos melhores concertos a que já assisti. Ele até cantou a Evidence em português. Aliás uma espécie de português.
Foram mais os "nu-metaleiros" que foram influenciados pelos FNM. E, como seria de esperar de tais grunhos, não perceberam nada.
Por falar em grunhos, parece que as previsões de assobios aos My Bloody Valentine confirmaram-se.
Um génio e nem acho grande piada aos Faith No More. Terem acabado foi a melhor coisa que podia ter acontecido ao Patton, a partir daí deu início a uma viagem incrível de projectos.
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