É um dos grandes cineastas malditos e de culto da história do cinema da segunda metade do século XX - Alejandro Jodorowsky (nasceu em 1929). E, apesar de ter feito apenas sete filmes ao longo da sua carreira única, bastaria um só filme para atestar esta premissa: "The Holy Mountain" (1973). Um cineasta com uma visão extremamente original da arte e do cinema, um esteta da imagem, um místico surrealista.
Nascido no Chile, Jodorowsky mudou-se nos anos 50 para Paris onde viveu e conheceu os escritores Fernando Arrabal e Roland Topor, com quem fundou o mítico grupo teatral "Movimento Pânico" (fundia humor e terror). É também conhecido como escritor, dramaturgo e autor de banda desenhada (ou novelas gráficas).
Há um dado curioso em relação ao filme "The Holy Mountain": o cineasta chileno foi financiado inteiramente por John Lennon e Yoko Ono para fazer realizar o filme, visto que estes ficaram impressionados com o seu filme anterior, "El Topo" (1970). "The Holy Mountain" é um filme iconoclasta, repleto de misticismo e simbolismo, e situações completamente inusitadas. Provocador face à religião e seus rituais, Jodorowsky subverte e corrompe quaisquer referências religiosas e sexuais com uma linguagem visual irreverente e um sentido de humor absurdo. Conta-se que, para fazer este singular filme, o realizador esteve vários dias sem dormir ao lado de um mestre Zen.
Influenciado pelo imaginário estético mais bizarro de um Fellini e pelo surrealismo de um Luís Buñuel, Alejandro Jodorowsky - que chegou a estudar mímica com Marcel Marceau - tornou-se num cineasta de culto reverenciado por nomes como David Lynch, David Cronenberg ou George Romero. Vendo os seus filmes percebe-se porquê.
3 comentários:
Adorei o Holy Mountain, é um espanto, verdadeira viagem psicadélica.
Já vi quem dissesse se aproxima da experiência de uma trip de LSD.
O El Topo infelizmente ainda não vi porque não o arranjei com grande qualidade...
Grande texto.
Eu considero jodoro como um dos melhores cenaristas de 9ª arte. E essa descoberta deu-se com o Incal.
Victor,Muito Obrigado por sempre teres respondido às mimhas perguntas. Assim , desculpa a minha ignorância : O termo novelas gráficas que empregas ( para também designar a Bd ) e que nunca tinha lido é aquele que é empregue em Portugal para a Bd ?
A Bd ainda não tem espaço em Portugal ?
Todavia , o festival Bd da Amadora está a ganhar cada vez mais espaço espaço internacional . E Carlos Pessoa tem dado a conhecer o que foi as origens da Bd portuguesa.
Ou será que me engano ?
Nuno
Olá Nuno.
Sim, a BD em Portugal é o termo mais conhecido, ainda que ultimamente se refira também "novela gráfica".
O Festival de BD da Amadora é o mais conhecido e com mais projecção nacional e internacional. Mas sabes que eu não sou um grande entendido em BD... ;)
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