Porque é que há 20 anos existiam programas de rádio de autor a divulgar música alternativa e independente às 16h, todos os dias, numa rádio nacional (Comercial) e hoje já não é possível que tal aconteça? Há, actualmente, menos liberdade para espaços de divulgação musical de qualidade? A ditadura comercial das “playlists” suga todo o espaço radiofónico? Os interesses económicos suplantam os interesses culturais? Já não há radialistas de qualidade? A rádio, afinal, morreu?
13 comentários:
Para mim, que não tenho idade suficiente para ter desfrutado dessa maravilha radiofónica da divulgação de boa música, dos programas de autor, da personalização de um programa de rádio, tudo isso hoje se reflecte (por um lado ainda bem que existe, por outro é apenas um sinal de inexistência desses programas de rádio - ou até de TV - de qualidade) na blogosfera e nas redes sociais ligadas à música como o Last.fm, entre isso e algumas (poucas) conversas de café com gente interessante que parece também tender a desaparecer, se calhar fruto desta podridão que são os media.
A Comercial, RFM, Cidade FM, bla bla, são todas insuportáveis, mas existem boas rádios em PT, com aquilo exactamente o que «pedes». As 3 Antena's. E também bons radialistas, com gente interessante, especialmente na Antena 2.
Eu como ouço pouco rádio, não me importa.
Não há durante o dia pq há + rádios, e nenhuma quer mostrar aos patrocinadores que a uma certa hora do dia, os ouvintes fogem em massa para onde estão as canções "que já conhecem". Basta que uma mantenha esse formato p ganhar a guerra.
Claro que saber se a culpa é das rádios ou da falta de gosto pela novidade das pessoas é uma questão de ovo e galinha. E por outro lado, a Radar é conservadora fazendo-se passar por alternativa.
Claro que a minha pergunta tinha uma ponta de provocação. Mas no fundo a desilusão perante o panorama actual da rádio é gritante. E não tem a ver apenas com a recente morte do malogrado António Sérgio. Já vem de trás. É evidente que ainda existem rádios e programas de qualidade em Portugal, sobretudo na Antena 2 (mais direccionada para um nicho de mercado), na Oxigénio ou nas rádios universitárias (RUC e RUM). A questão fundamental que coloquei é simples: como é possível que na ressaca do Pós-25 de Abril tenha havido tantos bons programas de rádio e hoje não. E atenção que me refiro a rádios de dimensão nacional que, supostamente, deveriam assegurar um serviço público de rádio.
por acaso com a morte do António Sérgio pensei nisso... Olhei para a Antena 3 que é o sítio que conheço melhor... muitos programas de autor, mas muito pouca música...
creio que o Portugália do Henrique Amaro faz divulgação de música nacional menos conhecida...
e penso que o Costa a Costa revista êxitos passados contracenando-os com novas músicas, mas não tenho a certeza...
ainda assim, está muito longe DA rádio. da que se vê nos filmes... da que realmente merecia o nome de rádio.
cumps
A Antena 3 tem um ou outro programa de boa música, julgo.
Mas, no geral, está tudo uma miséria, são insuportáveis de ouvir!
Perfeitamente de acordo.
É só "música-lixo".
Viram o "War, Inc." com o John Cusack? De certo modo, uma magnífica antecipação de um futuro que já está aí. Pelo menos na cultura-lixo.
Sinto o mesmo com a Ant3na. É a minha rádio de eleição mas cada vez a acho mais comercial. O Rui Esteves tinha programa de autor e agora já o vejo a meter aquelas merdas comerciais...
Pode ser...por isso está entre meus projetos de vida, ter uma rádio pirata hahaha!
Pode ser...por isso está entre meus projetos de vida, ter uma rádio pirata hahaha!
Para minha surpresa (eu voltei à rádio) a rádio não morreu, simplesmente obriga-nos a fazer zapping mais vezes.
Radialistas, existem bons, mas muitos fora da rádio e certamente o que manda hoje em dia são as editoras e a maior parte do lixo que mandam cá para fora, claro o poder económico, essa da rádio pirata, seduz-me, vamos voltar aos velhos tempos...
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