Dos 15 Ministérios do actual Governo e do Orçamento de Estado para 2010 agora apresentado, a verba mais baixa vai para o Ministério da Cultura. Tem sido assim todos os anos com o Governo de José Sócrates: a cultura é sempre o parente pobre do investimento do Estado. O orçamento para a Cultura é de 235 milhões de euros. Mas subiu em relação a 2009 - uns inexpressivos 0,4%, uma estratégia para calar os críticos e fazer a afirmação populista que o orçamento "aumentou". Mas a verdade é que se trata de um valor que nem dava para pagar uma parcela das despesas de uma grande obra pública como o TGV ou um aeroporto.
Só em jeito comparativo, o orçamento da pasta das Finanças é da ordem dos 30 mil milhões de euros. Segundo a RTP, qualquer uma das 800 maiores empresas portuguesas facturam mais, num só ano, do que todo o orçamento agora atribuído ao Ministério da Cultura.
Bem pode a Ministra da Cultura, Gabriela Canavilhas, ir tocar para o metro com vista a angariar mais uns trocos para o seu Ministério...
6 comentários:
a cultura é o primo afastado da família, que anda por aí a tocar a ver se ganha algum. e desse algum, quanto deve ir para o próprio ministério???
cumps
Esses trocos devem dar para a Gabriela ir para o metro (já agora para a estação do Intendente que é mais acolhedora), comprar um sintetizador, um amplificador e uns micros, para interpretar umas modinhas sertanejas e a canção do ceguinho...
Como cantaria o meu querido Jorge: "Ai Portugal, Portugal...Tens um pé numa galera, outro no fundo do mar...Ai Portugal, Portugal, enquanto ficares à espera, ninguém te pode ajudar..."
Este orçamento será suficiente se bem aplicado, é a minha opinião. Acabam de anunciar que o Porto irá ter (finalmente) uma Cinemateca, para mim já começou bem.
Como eu costumo dizer, vamos continuar sem ter um ministério de tal, apenas de tal vez.
Mas também é verdade que com esse pouco era possível fazer muito mais. O problema é que escolhem para o lugar pessoas que nunca pensaram a cultura, sobretudo o lado da criação.
Quem comprar a imprensa do fim-de-semana vê um país fervilhante de ofertas culturais: música, dança, teatro, exposições, literatura. Grande parte desta oferta deve-se à perseverança de pessoas e instituições que não desistem da cultura como via para o desenvolvimento, muitas delas quase trabalhando só por amor à camisola. Portugal não é um país rico e, perante o cenário, este dinheiro, bem administrado, pode dar par algo. Mas seria preciso mais, muito mais. É que para alguns governantes o dinheiro a atribuído à cultura é uma espécie de chouriça para a quermesse: vá, vamos lá dar qualquer coisita, a ver se se calam. Ainda há um longo caminho a percorrer.
aqui no brasil está para ser aprovado o cartão de cultura, onde o trabalhador público recebe um cartão no valor de 50 reais para gastar em revista, livro, DVD, cinema...
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