quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

As migalhas da Cultura

Dos 15 Ministérios do actual Governo e do Orçamento de Estado para 2010 agora apresentado, a verba mais baixa vai para o Ministério da Cultura. Tem sido assim todos os anos com o Governo de José Sócrates: a cultura é sempre o parente pobre do investimento do Estado. O orçamento para a Cultura é de 235 milhões de euros. Mas subiu em relação a 2009 - uns inexpressivos 0,4%, uma estratégia para calar os críticos e fazer a afirmação populista que o orçamento "aumentou". Mas a verdade é que se trata de um valor que nem dava para pagar uma parcela das despesas de uma grande obra pública como o TGV ou um aeroporto.
Só em jeito comparativo, o orçamento da pasta das Finanças é da ordem dos 30 mil milhões de euros. Segundo a RTP, qualquer uma das 800 maiores empresas portuguesas facturam mais, num só ano, do que todo o orçamento agora atribuído ao Ministério da Cultura.
Bem pode a Ministra da Cultura, Gabriela Canavilhas, ir tocar para o metro com vista a angariar mais uns trocos para o seu Ministério...

6 comentários:

joao amorim disse...

a cultura é o primo afastado da família, que anda por aí a tocar a ver se ganha algum. e desse algum, quanto deve ir para o próprio ministério???

cumps

disse...

Esses trocos devem dar para a Gabriela ir para o metro (já agora para a estação do Intendente que é mais acolhedora), comprar um sintetizador, um amplificador e uns micros, para interpretar umas modinhas sertanejas e a canção do ceguinho...

Como cantaria o meu querido Jorge: "Ai Portugal, Portugal...Tens um pé numa galera, outro no fundo do mar...Ai Portugal, Portugal, enquanto ficares à espera, ninguém te pode ajudar..."

::Andre:: disse...

Este orçamento será suficiente se bem aplicado, é a minha opinião. Acabam de anunciar que o Porto irá ter (finalmente) uma Cinemateca, para mim já começou bem.

Anónimo disse...

Como eu costumo dizer, vamos continuar sem ter um ministério de tal, apenas de tal vez.

Mas também é verdade que com esse pouco era possível fazer muito mais. O problema é que escolhem para o lugar pessoas que nunca pensaram a cultura, sobretudo o lado da criação.

Sérgio Currais disse...

Quem comprar a imprensa do fim-de-semana vê um país fervilhante de ofertas culturais: música, dança, teatro, exposições, literatura. Grande parte desta oferta deve-se à perseverança de pessoas e instituições que não desistem da cultura como via para o desenvolvimento, muitas delas quase trabalhando só por amor à camisola. Portugal não é um país rico e, perante o cenário, este dinheiro, bem administrado, pode dar par algo. Mas seria preciso mais, muito mais. É que para alguns governantes o dinheiro a atribuído à cultura é uma espécie de chouriça para a quermesse: vá, vamos lá dar qualquer coisita, a ver se se calam. Ainda há um longo caminho a percorrer.

Yves São Paulo disse...

aqui no brasil está para ser aprovado o cartão de cultura, onde o trabalhador público recebe um cartão no valor de 50 reais para gastar em revista, livro, DVD, cinema...