Há mais de um ano chamei o a atenção, num post intitulado "Os leitores são todos velhos?", para um fenómeno interessante na imprensa especializada em música: o cada vez maior revivalismo - para o bem e para o mal - de grupos e referências de outrora. A revista Blitz não é virgem neste capítulo, com chamadas de capa de grupos com 30 ou mais anos de existência (e alguns grupos até já inexistentes).
O último número editado desta publicação (actualmente nas bancas), volta a reincidir na mesma estratégia: os Queen, que foram capa há apenas um ano, voltam a sê-lo agora. Qual a razão? Voltarão a fazer capa da Blitz daqui a 6 meses ou um ano (os Led Zeppelin e os Rolling Stones também são referenciados na capa). A que leitores, afinal, quer chegar a revista? Pretende conquistar as novas gerações com nomes sonantes de décadas passadas ou recuperar leitores de gerações mais antigas que deixaram de comprar revistas e jornais?...
8 comentários:
O jornal tentou bandas novas e afundou-se.
Folheei esta revista e reparei nisto tudo e no facto de ,supostamente, ser o numero dedicado ao melhor de 2009.
Pois é, sou leitor da revista porque também não há muitas mais em Portugal, e acho estranho a aposta da capa. Talvez seja problema meu, mas logo os Queen?! Pior não podia ser!
eu não me queixo, porque prefiro assim uma Blitz, do que ter uma Rolling Stone... o facto é que não há muitas mais grandes bandas...
olha-se para as bandas que estão no activo, e não há nenhum super-grupo das dimensoes dos Beatles, Pink Floyd ou Queen... não sei se os Stones ainda estão...
talvez isso aconteça por fraca divulgação dos media, e não percebo porque é que numa revista em que os Them Crooked Vulture, que parecem reunir algum consenso quanto à sua qualidade e aparecem dentro num pequeno artigo, os Animal Collective ou os The XX, bandas apontadas como as melhores do ano, não fazem a capa muito merecida (tenho comprado a Blitz em grande parte do último ano, não me lembro de qualquer artigo sobre nenhum destes dois).
ou melhor, percebo, ninguem se chega à frente e a Blitz não quer arriscar, ou talvez não tenha artigos para comprar. parece que vamos continuar a ter capas revivalistas.
cumps
Já fui um seguidor da blitz, quer na plataforma física quer digital. Entretanto, desmotivado por alguma infantilidade no tratamento de ambas as plataformas deixei de comprar/visitar o website. Contudo, uma das razões pelas quais adquiria era o fornecimento da história (ainda que resumida) de vida de algumas das bandas mais famosas do planeta. Ainda hoje guardo a edição que destaca os Pink Floyd. E a verdade é que acabei mesmo por adquirir este número pelo simples facto que gosto dos Queen e nunca é tarde (nem demasiado dispendioso) para aprender mais uma ou outra coisa sobre Mercury e companhia.
É normal que os textos são traduzidos. Disso não tenho dúvidas. Por outro lado, não tira o prazer que tenho em lê-los. É normal que, por exemplo, Legendary Tiggerman seja mencionado na capa mas não seja a figura central. O tempo de carreira não lhe concede esse privilégio. Quando falamos dos Queen, sabemos que foi uma banda que mudou o mundo da música (quer se goste ou não) e, a muitos níveis, marcou um contexto social. Isso sim, tem interesse ler.
'A que leitores, afinal, quer chegar a revista? Pretende conquistar as novas gerações com nomes sonantes de décadas passadas ou recuperar leitores de gerações mais antigas que deixaram de comprar revistas e jornais?...'
nao acredito que haja qualquer estrategia por parte da blitz no que toca a 'formar' leitores. para mim a ideia é mesmo vender.
É pena é essas capas na maioria, serem do pior de muitos anos atrás, e o blitz, que já fez capas brilhantes, claro no formato jornal, pois hoje não passa de uma revista mal produzida e feita por aprendizes e por cima, maus.Desculpem o trato, mas o mau serviço, neste caso choca-me, pois já vi o Blitz muito bom e hoje vejo-o mesmo mau.
Vender é a palavra de ordem.
Enviar um comentário