segunda-feira, 4 de janeiro de 2010

Mero revivalismo?

Há mais de um ano chamei o a atenção, num post intitulado "Os leitores são todos velhos?", para um fenómeno interessante na imprensa especializada em música: o cada vez maior revivalismo - para o bem e para o mal - de grupos e referências de outrora. A revista Blitz não é virgem neste capítulo, com chamadas de capa de grupos com 30 ou mais anos de existência (e alguns grupos até já inexistentes).
O último número editado desta publicação (actualmente nas bancas), volta a reincidir na mesma estratégia: os Queen, que foram capa há apenas um ano, voltam a sê-lo agora. Qual a razão? Voltarão a fazer capa da Blitz daqui a 6 meses ou um ano (os Led Zeppelin e os Rolling Stones também são referenciados na capa). A que leitores, afinal, quer chegar a revista? Pretende conquistar as novas gerações com nomes sonantes de décadas passadas ou recuperar leitores de gerações mais antigas que deixaram de comprar revistas e jornais?...

8 comentários:

Zunga Fosga disse...

O jornal tentou bandas novas e afundou-se.

Preguiça disse...

Folheei esta revista e reparei nisto tudo e no facto de ,supostamente, ser o numero dedicado ao melhor de 2009.

Carlos Lopes disse...

Pois é, sou leitor da revista porque também não há muitas mais em Portugal, e acho estranho a aposta da capa. Talvez seja problema meu, mas logo os Queen?! Pior não podia ser!

joao amorim disse...

eu não me queixo, porque prefiro assim uma Blitz, do que ter uma Rolling Stone... o facto é que não há muitas mais grandes bandas...

olha-se para as bandas que estão no activo, e não há nenhum super-grupo das dimensoes dos Beatles, Pink Floyd ou Queen... não sei se os Stones ainda estão...

talvez isso aconteça por fraca divulgação dos media, e não percebo porque é que numa revista em que os Them Crooked Vulture, que parecem reunir algum consenso quanto à sua qualidade e aparecem dentro num pequeno artigo, os Animal Collective ou os The XX, bandas apontadas como as melhores do ano, não fazem a capa muito merecida (tenho comprado a Blitz em grande parte do último ano, não me lembro de qualquer artigo sobre nenhum destes dois).

ou melhor, percebo, ninguem se chega à frente e a Blitz não quer arriscar, ou talvez não tenha artigos para comprar. parece que vamos continuar a ter capas revivalistas.

cumps

Unknown disse...

Já fui um seguidor da blitz, quer na plataforma física quer digital. Entretanto, desmotivado por alguma infantilidade no tratamento de ambas as plataformas deixei de comprar/visitar o website. Contudo, uma das razões pelas quais adquiria era o fornecimento da história (ainda que resumida) de vida de algumas das bandas mais famosas do planeta. Ainda hoje guardo a edição que destaca os Pink Floyd. E a verdade é que acabei mesmo por adquirir este número pelo simples facto que gosto dos Queen e nunca é tarde (nem demasiado dispendioso) para aprender mais uma ou outra coisa sobre Mercury e companhia.

É normal que os textos são traduzidos. Disso não tenho dúvidas. Por outro lado, não tira o prazer que tenho em lê-los. É normal que, por exemplo, Legendary Tiggerman seja mencionado na capa mas não seja a figura central. O tempo de carreira não lhe concede esse privilégio. Quando falamos dos Queen, sabemos que foi uma banda que mudou o mundo da música (quer se goste ou não) e, a muitos níveis, marcou um contexto social. Isso sim, tem interesse ler.

Joana Coimbra disse...

'A que leitores, afinal, quer chegar a revista? Pretende conquistar as novas gerações com nomes sonantes de décadas passadas ou recuperar leitores de gerações mais antigas que deixaram de comprar revistas e jornais?...'

nao acredito que haja qualquer estrategia por parte da blitz no que toca a 'formar' leitores. para mim a ideia é mesmo vender.

Luis Baptista disse...

É pena é essas capas na maioria, serem do pior de muitos anos atrás, e o blitz, que já fez capas brilhantes, claro no formato jornal, pois hoje não passa de uma revista mal produzida e feita por aprendizes e por cima, maus.Desculpem o trato, mas o mau serviço, neste caso choca-me, pois já vi o Blitz muito bom e hoje vejo-o mesmo mau.

Pedro C. Reis disse...

Vender é a palavra de ordem.