quinta-feira, 12 de novembro de 2009

A música do Dia da Ira

Na globalidade, prefiro o "Requiem" de Mozart (como referi aqui), obra-prima absoluta da história da música (tão bem retratada num grande filme, "Amadeus", de Milos Forman). No entanto, empolgo-me muito mais a ouvir o "Dies Irae" do "Requiem" do compositor italiano Giuseppe Verdi.
"Dies Irae" significa "Dia da Ira" e é uma importante secção estrutural de qualquer "Requiem". Verdi compôs um extraordinário "Dies Irae", ritmicamente vibrante, com harmonias bem orquestradas e intervenções instrumentais que quase exalam fogo (timbales, sopros, cordas e um possante coro). É um trecho musical de uma intensidade avassaladora. O exemplo a seguir não faz justiça a essa tremenda intensidade (fraca qualidade de som). Mas imaginem ouvir isto ao vivo com uma orquestra de 100 músicos e outros tantos cantores de coro. Ah, e com a entrega total da direcção da orquestra por parte do grande maestro Claudio Abbado.
Deve ser uma experiência "extrema".

3 comentários:

joao amorim disse...

deve ser sem dúvida uma experiência extrema...

cumps

joao amorim disse...

não, não ando... na verdade eu diria que sou mais depressivo que deprimido...

por isso é uma sugestão que irei ter em conta...

cumps

disse...

Pessoalmente tambem prefiro o Requiem de Mozart, apesar da clara disparidade de filosofia musical entre a pena de Wolfgang e de todos os outros que completaram o requiem...

Nisto dos requiem's, modéstia à parte, tenho uma certa experiência, pois já interpretei os ditos de Mozart, Fauré, Andrew Lloyd Webber, e Rheinberger. E já assisti para além destes aos de Britten, Verdi, Cherubini, Bontempo e do Eurico Carrapatoso. Só tenho pena de ainda não ter assistido ao de Penderecki.

De facto, a secção mais entusiasmante é o Dies Irae (daqueles que o incorporam). A tensão pode e deve ser avassaladora.

Mas a experiência mais extrema no que respeita a requiem's é definitivamente o Libera Me do War Requiem. Após horas(literalmente) de música complexa, de sentimentos violentos, em que questionamos muita da História e nós mesmos, somos atingidos finalmente por uma redenção absoluta, e a paz que nos invade é quase diáfana...

Abraço