segunda-feira, 29 de março de 2010

Da passerelle ao palco de Shakespeare

Sempre me meteu confusão o facto de modelos sem qualquer formação ou experiência teatral passarem para a profissão de actrizes com uma facilidade inaudita. Parece que o único critério para os realizadores ou encenadores é a beleza das modelos e a sua capacidade de atrair público. Nem vale a pena dar exemplos, porque os há aos pontapés.
Neste capítulo, a novidade é que Kate Moss, a supermodelo dos anos 90, vai passar para o palco das grandes produções teatrais e logo para interpretar um papel na peça clássica "A Tempestade" de William Shakespeare. A notícia foi avançada pela edição digital do "Daily Mirror" que também informa que o convite partiu directamente do actor Kevin Spacey, encenador da pela teatral. Kate Moss terá aceite porque, confessa, "quer abrir os seus horizontes, esperando que esta primeira experiência como actriz seja o início de uma nova carreira", pelo que já começou a receber (à pressa, calcula-se) aulas de interpretação para o efeito.
Aposto que Woody Allen já tem debaixo de olho a actuação de Kate, para uma eventual participação num futuro filme seu.

4 comentários:

Ricardo disse...

Regra geral, os realizadores têm as modelos sempre debaixo de olho, porque querem-nas comer.

Agora, o convite ter vindo do Kevin Spacey, espanta-me.

::Andre:: disse...

Só vendo...

PortoMaravilha disse...

Victor , não acredito muito .

Essa coisa é a mesma que dizer : o meu filho joga bem tenis intão ( com i ) vao ser um grande jogador.

Os modelos antes passaram por inúmeras provas . Uma coisa é o que se diz e escreve outra é a realidade.

A seleção é enorme. Nestas terras ela assenta na cultura geral .

Já viste alguém sem dicção poder rodar ? Ora a dicção, exemplo entre outros, trabalha-se e muito.

Mas tambem pode ser que esteja enganado.

Nuno

Jorge AG disse...

Exactamente Ricardo. A tua perplexidade e ironia eu também a vejo.
Há muitos mitos em redor destas coisas da interpretação que o Nuno parece não estar a ver. o exemplo da dicção, que requer muito trabalho, também o cinema está cheio de péssimas performances. Sobre isto vejam por exemplo as obras de Lee Starsberg e o capítulo crítico aobre a dicção escola do actor studio em compararação com a escola inglesa. vejam também a autobiografia de Elia Kazan (my life)