O realizador espanhol Pedro Almodóvar Mantém um blogue já há algum tempo. Ultimamente, as suas crónicas, como não poderiam deixar de ser, versam sobre a sua experiência no Festival de Cannes, onde apresentou o seu último filme “Los Abrazos Rotos”. É sempre interessante ler a visão de um cineasta acerca da dinâmica de um festival com a dimensão de Cannes, e comprovar, na primeira pessoa, a sua própria sensibilidade opinativa sobre os acontecimentos que rodeiam a estreia de uma obra cinematográfica.
Pedro Almodóvar regista, no seu blogue, de forma frontal e desinteressada, as suas opiniões e críticas. Como a crítica que faz ao jornalista do jornal El País, correspondente de Cannes e que denigra o último filme de Almodóvar e a sua própria imagem, dizendo coisas provocatórias como “O filme ‘Tetro’ de Francis Coppola parece querer imitar o pior de Pedro Almodóvar”, ou “Não sou masoquista, não quero ver outra vez “Los Abrazos Rotos”. Almodóvar não se conteve e respondeu na mesa letra, num texto sintomaticamente intitulado “Crónica negra do Festival de Cannes”. Contra-ataque oficial de Almodóvar face aos ataques do crítico de cinema do El País.
1 comentário:
por acaso tenho acompanhado esta novela. O almodóvar tem razão. Não tem o direito de se insurgir contra alguém que critica negativamente um filme dele, achando que Não é um bom filme, mas tem o direito de se defender contra frases gratuitas como essa do masoquista.
como ele diz no seu blog:
"Un hombre que emplea el 75 por ciento del espacio para despotricar sobre mi persona (lo que ni siquiera es una novedad, porque lleva casi treinta años haciéndolo), y alrededor del 25 por ciento para despachar la película diciendo cosas como que la interpretación de los actores es “inane y lamentable” (dos de sus adjetivos favoritos) sin mostrar un sólo ejemplo que nos ayude a entenderle..."
é precisamente isto que eu também penso da maioria das críticas que se vão lendo nos jornais portugueses (e pelos vistos também nos espanhóis). As críticas são encaradas por estas pessoas como questões de gostar ou não, e a partir daí utiliza-se todo o tipo de retórica de melhor ou pior gosto mas que não é, em todo caso, argumentação real.
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