O crítico de cinema João Lopes lamentou-se, num texto de sábado passado na revista "Notícias Sábado" do Diário de Notícias, do excesso de oferta no que concerne a estreias semanais de filmes nas salas de cinema. Referia que os jornalista e críticos de cinema, que têm de ver os filmes antecipadamente, já não conseguem ver todos os títulos porque algumas sessões de visionamento para a imprensa ocorrem em horas sobrepostas. Dito de outros modo, torna-se impossível a um crítico de cinema acompanhar todas as estreias (mesmo sendo selectivo). Por outro lado, segundo o crítico instalou-se um problema da inflação de estreias que se tornou comercialmente irrealista. As distribuidoras despejam filmes para as salas sem qualquer rigor ou critério, enquanto que filmes de qualidade ficam na gaveta.
Em Portugal, a semana passada foram lançados sete novos títulos, esta semana outros tantos e, pasme-se, para 8 de Outubro estão anunciados uma dezena de estreias! Com tamanha avalanche de filmes novos semanalmente, nem mesmo um espectador informado e atento consegue orientar-se e separar o trigo do joio. E não admira que cada vez se torne mais difícil ver filas para comprar bilhete de cinema (como na imagem). João Lopes finaliza o seu texto elaborando duas perguntas: "Qual é afinal a capacidade de acompanhamento do espectador médio? Alguém está a pensar as relações entre a oferta e a procura?" Eu respondo "muito pouca ou nenhuma" à primeira pergunta e "ninguém" à segunda.
1 comentário:
No entanto, um cinéfilo não está preocupado com isso pois anda informado e sabe à partida seleccionar o que quer ver até porque por muito bom que seja ir ao cinema (e é!!!), os bilhetes já ultrapassaram os 5 euros logo temos mesmo que ser selectivos.
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