Ainda era novo quando alguém me disse que, na vida, se deveria seguir a máxima do compositor George Gershwin: "Life is a lot like jazz... It's best when you improvise." Sempre me agradou esta engenhosa analogia entre o jazz e a vida. O jazz é, de facto, uma bela metáfora da vida: é um território privilegiado de liberdade, de exploração, de rupturas de fronteiras. A improvisação sempre foi um dos principais vectores criativos do jazz (sobretudo no período do Free Jazz), e não admira que a "Beat Generation" tenha adoptado o jazz como estética musical preferencial: tinha tudo a ver com a procura de uma vivência libertária (deriva, descoberta, viagem) que presidia à literatura de escritores como Kerouac, Burroughs ou Ginsberg.
Num mundo perfeito e idílico, a vida também deveria ser assim. Sem regras programáticas definidas, sem amarras sociais castradoras de liberdade, sem convenções específicas. Uma vida incessante de descoberta "on the road", ao sabor da improvisação jazzística e das surpresas do dia-a-dia. Vida e jazz, jazz e vida.
2 comentários:
pois devia... mas o mundo perfeito e idílico vai longe!
post 5*!
devia...resta-nos ler os livros para tentar sentir que é mesmo assim
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