Vi o filme "Home - O Mundo é a Nossa Casa" na sexta-feira (RTP2), no Dia Mundial do Ambiente. O lançamento deste documentário fez-se de forma inusitada e que dá continuidade a uma ideia de Steven Soderbergh (quando fez o filme "Bubble", em 2005): uma nova política de distribuição do filme à escala planetária e nos diversos canais de comunicação: "Home" foi lançado, simultaneamente, na internet, na sala de cinema, na televisão e em DVD. E o que dizer do documentário que recupera a militância pela defesa do ambiente de filmes como o popular "Uma Verdade Inconveniente" (2007) de Al Gore e "The 11th Hour", apoiado pelo actor Leonardo DiCpario? É indiscutivelmente um filme belo, pelas imagens captadas de mais de 50 países. O realizador (também fotógrafo) francês Yann Arthurs-Bertrand, teve a preocupação de mostrar paisagens exóticas do mundo inteiro (sempre a partir da perspectiva do céu) com a clara intenção de impressionar o espectador. Mais a mais, parece que houve uma intenção de relacionar determinadas paisagens com telas de pintura, ora impressionistas, ora abstractas, facto que peca pelo exagero estético desta conotação.
A mensagem ambientalista do filme, altamente alarmista ("se a Humanidade não fizer nada dentro dez anos, pode já ser tarde...") mas com fundamentação científica, serve para agitar a consciência colectiva de todo o mundo (ainda que "Home" pareça não evitar uma certa carga panfletária). Em termos formais e de linguagem cinematográfica, o documentário produzido por Luc Besson, está bem concebido, com uma montagem bem definida e um bom ritmo visual. Não deixa de ser curioso que muitos planos e sequências de "Home" sejam decalcadas da obra-prima de Godfrey Reggio, "Koyaanisqatsi" (1982), documentário pioneiro na técnica de filmar a natureza e a cidade. Mais curioso ainda: o filme de Reggio consegue transmitir muitas das mensagens que o narrador de "Home" profere, mas sem dizer uma única palavra: só com imagens.
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