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terça-feira, 11 de outubro de 2011

A diferença entre Filme e Fita


Confuso sobre a diferença entre o conceito de "filme" e de "fita"?
Nada como consultar o "Dicionário de Cinema Para Snobs" para esclarecer quaisquer dúvidas:

É uma Fita se for capa da Premiere.
É um Filme se for capa dos Cahiers du Cinéma.

É uma Fita se for a preto-e-branco por ser velho.
É um Filme se for a preto-e-branco por ser à Jim Jarmusch.

É uma Fita se aparecerem mamas e rabos.
É um Filme se aparecerem pénis.

É uma Fita quando o protagonista é atirado através de uma vitrina.
É um Filme quando o protagonista sente desejo sexual por rapazinhos, pela sua mãe ou pela sua irmã.

Quando Billy Cristal tem vontade de realizar, faz uma Fita.
Quando Clint Eastwood tem vontade de realizar, faz um Filme.

É um Filme se vem do subcontinente indiano, mesmo que os habitantes do subcontinente indiano pensem que é uma Fita.

Bruce Willis, um tipo das Fitas, ganhou credibilidade nos Filmes ao entrar em Pulp Fiction.
Steve Buscemi, um tipo dos Filmes, ganhou credibilidade nas Fitas ao entrar em Armageddon.

Tom Waits nunca irá aparecer numa Fita.
Tom Hanks nunca irá aparecer num Filme.

Os irmãos Coen são realizadores fãs de Fitas que fazem Filmes .

terça-feira, 7 de julho de 2009

Dicionário de Cinema Para Snobs - Parte 6

Cábula Snob Para Parecenças Confusas:

- Bibi Andersson é a actriz sueca que apareceu em muitos dos mais famosos de Ingmar Bergman, incluindo "Sorrisos de Uma Noite de Verão", "O Sétimo Selo", "Morangos Silvestres" e "A Máscara".
- Harriett Andersson é a actriz sueca que apareceu em muitos dos outros filmes famosos de Ingmar Bergman, como "Através de Um Espelho", "Lágrimas e Suspiros" e "Fanny e Alexander". Bibi e Harriet não são aparentadas.
- Josef von Sternberg era um realizador vienense baixinho, que acrescentou "von" ao nome por puro pretensiosimo e fez vários filmes nos anos 30 com Marlene Dietrich, na altura sua amante, incluindo "O Anjo Azul", "Marrocos", "O Expresso de Xangai" e "A Imperatriz Vermelha".
- Erich von Stroheim era um realizador vienense baixinho, que acrescentou "von" ao nome por puro pretensiosimo e fez notáveis filmes mudos como "Esposas Levianas", "Aves de Rapina" e "The Wedding March". Mais tarde fez aparições memoráveis como actor em "A Grande Ilusão" e "Crepúsculo dos Deuses".
- Sidney Lumet é o realizador intenso, autor de incómodos nacos de realismo nova-iorquino como "Serpico", "Um Dia de Cão" e "Príncipe da Cidade".
- Sydney Pollack foi o afável realizador de filmes populistas, amados pela academia, como "Tootsie" e "África Minha".
- William Wyler foi o rigoroso e exigente realizador que deu que falar nos anos 30 por causa dos filmes "Veneno Europeu" e "Jezebel, a Insubmissa" e que se inspirou na sua experiência como membro da Força Aérea americana na Segunda Guerra Mundial para fazer os filmes de guerra "Os Melhores Anos das Nossas Vidas".
- William Wellman foi o rigoroso e exigente realizador que deu que falar nos anos 30 por causa dos filmes "O Inimigo Público" e "Nasce Uma Estrela" e que se inspirou na sua experiência como piloto condecorado pela Legião Estrangeira Francesa na Primeira Guerra Mundial para fazer os filmes de guerra "The Story of GI Joe" e "Battleground".

quarta-feira, 20 de maio de 2009

Dicionário de Cinema Para Snobs - Parte 5

Apichatpong Weerasethakul
"Realizador vanguardista do emergente cinema tailandês, admirado pelos snobs atentos às novas tendências graças aos seus filmes "intrigantes" (leia-se incompreensíveis) e ao prazer de pronunciarem o seu nome multissilábico (apesar de ele rpeferir que lhe chamem Joe). O pseudo-documentário de Weerasethakul, "Mysterious Object at Noon" (2000), termina com a câmara a partir-se e o barulho da equipa técnica a tentar repará-la; em "Blissfully Yours" (2002), o genérico inicial só surge aos 45 minutos de filme e há actores sem experiência, diálogos improvisados e sexo explícito; "Tropical Malady" (2004) começa como uma história de amor entre um rapaz do campo e um soldado e acaba como uma rebuscada alegoria sobre um espírito que se transforma."

quinta-feira, 14 de maio de 2009

Dicionário de Cinema Para Snobs - Parte 4

"Apesar de se orgulharem de ter um gosto extremamente afinado, os cinéfilos snobs são também criaturas perversas capazes de elogiar perdidamente alguns trabalhos de chapa mais flagrantes, a que os próprios realizadores não ligam puto ("é isso que os torna tão brilhantes, tão audazes!"). Por vezes, os snobs iludem-se e convencem-se de que aquele estrume cinematográfico, ao qual dedicaram horas sem fim e webzines pagas do seu próprio bolso, tem algum significado cultural digno de uma dissertação doutoral e impossível de ser apreendido pelos fãs de Tom Cruise.
Segue-se um guia do consumidor para uma snobeira fidedigna."

Dez Causas Célebres dos Snobs Que Valem a Pena:
- Robert Aldritch
- John Cassavetes
- Manny Farber
- "Freaks"
- Nouvelle Vague
- Expressionismo Alemão
- Guy Maddin
- Sam Peckinpah
- Spaghuetti Western
- Wire-Fu

Dez Causas Célebres dos Snobs Que São Fraudulentas:
- "O Impérios dos Sentidos"
- Maya Deren
- Dogma 95
- Robert Downey Jr.
- Peter Greenaway
- "L'Atalante"
- Tom Laughlin
- Filmes de luta livre mexicana
- "O Insustentável Peso do Trabalho"
- Filmes de mulheres-na-prisão

terça-feira, 12 de maio de 2009

Dicionário de Cinema Para Snobs - Parte 3

Film Comment - Revista bimestral presunçosa e agressivamente elitista publicada pela Film Society of Lincoln Center. É aqui que os Snobs lêem (ou escrevem) artigos inflamados sobre Bollywood e críticas desesperadas ao cinema popular.
Film Threat - Webzine (originalmente publicada em papel) surpreendentemente bem-disposta e despretensiosa, dedicada ao cinema independente. É aqui que os Snobs lêem apreciações efusivas aos filmes de Sam Raimi e entrevistas com rainhas da série B como Debbie Rochon ou Tina Krause.

sábado, 9 de maio de 2009

Dicionário de Cinema Para Snobs - Parte 2

Fitas e Filmes - Um Guia Snob Para Saber Distinguir

É uma Fita se for capa da Premiere.
É um Filme se for capa dos Cahiers du Cinéma.

É uma Fita se for a preto-e-branco por ser velho.
É um Filme se for a preto-e-branco por ser à Jim Jarmusch.

É uma Fita se aparecerem mamas e rabos.
É um Filme se aparecerem pénis.

É uma Fita quando o protagonista é atirado através de uma vitrina.
É um Filme quando o protagonista sente desejo sexual por rapazinhos, pela sua mãe ou pela sua irmã.

Quando Billy Cristal tem vontade de realizar, faz uma Fita.
Quando Clint Eastwood tem vontade de realizar, faz um Filme.

É um Filme se vem do subcontinente indiano, mesmo que os habitantes do subcontinente indiano pensem que é uma Fita.

Bruce Willis, um tipo das Fitas, ganhou credibilidade nos Filmes ao entrar em Pulp Fiction.
Steve Buscemi, um tipo dos Filmes, ganhou credibilidade nas Fitas ao entrar em Armageddon.

Tom Waits nunca irá aparecer numa Fita.
Tom Hanks nunca irá aparecer num Filme.

Os irmãos Coen são fãs de Fitas que fazem Filmes.

quarta-feira, 6 de maio de 2009

Dicionário de Cinema Para Snobs - Parte 1

Guia para a Nomenclatura Snob - Como identificar Correctamente Figuras Estimadas do Reino do Cinema em Conversa com Outros Snob:

"Jack", e nunca "John", Ford
(o icónico realizador de westerns)

"Marty", e nunca "Martin", Scorsese
(o mestre do cinema italo-americano)

"Bobby", e nunca "Robert", De Niro
(o barril de pólvora italo-americano)

"O Imperador", e nunca "Akira Kurosawa"
(o rei do cinema japonês)

"Il Maestro", e nunca "Federico Fellini"
(o rei do cinema italiano)

"Billy", e nunca "William", Friedkin
(o temperamental realizador de O Exorcista)

"Bernie", e nunca "Bernard", Hermann
(o compositor de cinema)

"Terry", e nunca "Terrence", Malick
(o místico realizador)

Um dicionário de cinema muito particular


É um dos mais deliciosos livros que li ultimamente: "Dicionário de Cinema para Snobs" (Edições Tinta da China) de David Kamp e Lawrence Levi. Um magnífico livro simultaneamente sério e divertido sobre o que é isso de ser um "Snob cinéfilo". Com prefácio de Pedro Mexia (subdirector da Cinemateca) e tradução competente de Ana Markl (sim, a irmã do Nuno), "Dicionário de Cinema para Snobs" é um livro sobre todos os cinéfilos, porque todo o cinéfilo que se preze, tem qualquer coisa de "Snob". Encontra-se à venda em qualquer Bertrand ou Fnac.
Eis o que Pedro Mexia escreve no prefácio: "Não é do cinéfilo clássico que trata este pequeno manual cómico e erudito. David Kamp e Lawrence Levi pensam numa criatura mais recente, cujo modelo não é Truffaut mas Tarantino. O «snob» que eles gozam conhece as referências canónicas mas exibe um gosto mais contemporâneo e abrangente. Não cresceu em cinematecas mas em lojas de vídeo, não cursou cinema mas estudou atentamente os extras dos DVD da Criterion.
É um elitista populista, que usa termos como "diegese" ou "meditação sobre o desejo", mas tem um fraquinho por filmes mexicanos de luta livre, musicais de Bollywood. O cinéfilo snob ainda frequenta as altas esferas, a Nova Vaga Iraniana, digamos, mas nada lhe dá mais gozo do que ver e rever os filmes "esquecidos", "menores", "malditos". Cinema de massas para intelectuais, eis o apetite paradoxal do novo cinéfilo, isto é, do novo snob. Kamp e Levi gozam com os snobs cinéfilos porque são uns snobs cinéfilos. Não tinha graça nenhuma se não fosse assim."
Os autores, Kamp e Levi, são dois prestigiados críticos de cinema norte-americanos, com carreira jornalística credenciada em revistas da especialdiade (e com livros editados). E, claro, ambos têm um afiado sentido (auto)crítico uma veia sarcástica sobre a cultura cinéfila.

O livrinho é de tal forma interessante que decidi, para quem o não tem e quer conhecer os seus irresistíveis (e discutíveis, afinal de contas) ensinamentos, abrir uma nova categoria do blogue: "Dicionários de Cinema Para Snobs".