
Na história recente da cultura do videoclip (antigamente designado teledisco), há cinco ou seis grandes realizadores que deixaram marca autoral: David Fincher (agora realizador de cinema), os conhecidos Spike Jonze e Michel Gondry, Floria Sigismondi (autora do célebre "The Beautiful People" de Marilyn Manson, entre outros), Jonathan Glazer (realizou em 2004 o interessante "Birth" com Nicole Kidman) e Chris Cunningham.
Este último é, quanto a mim, o maior de todos, ainda que a sua produção seja, porventura, menor em quantidade relativamente aos restantes realizadores.
Este último é, quanto a mim, o maior de todos, ainda que a sua produção seja, porventura, menor em quantidade relativamente aos restantes realizadores.
Realizou spots publicitários (Playstation, por exemplo), videoclips para artistas pop mainstream - Madonna e Björk e para seminais projectos da electrónica experimental - Autechre, Aphex Twin, Squarepusher (da editora Warp Records). Mas para a cultura do audiovisual da década de 90 ficará para sempre essa impressionante obra que é "Come to Daddy" (1997) de Aphex Twin, verdadeiro compêndio simbiótico de negritude estética, cibernética alienada, música libertária, terror alucinatório e imagens em erupção catatónica (considerado um dos melhores videoclips de sempre).
Cunningham aprendeu com o mestre: Stanley Kubrick, com quem trabalhou um ano para o projecto nunca concluído "I.A." (posteriormente realizado por Spielberg).
Em 2005, Cunningham realizou uma espécie de sequela de "Come to Daddy", onde um corpo mutante e disforme (reminiscências das mutações genéticas de David Lynch e David Cronenberg) chamada "Rubber Johnny" dança, de forma aterradora e distorcida, uma polirrítmica música de... Aphex Twin.
Em 2005, Cunningham realizou uma espécie de sequela de "Come to Daddy", onde um corpo mutante e disforme (reminiscências das mutações genéticas de David Lynch e David Cronenberg) chamada "Rubber Johnny" dança, de forma aterradora e distorcida, uma polirrítmica música de... Aphex Twin.
Já não é propriamente um videoclip com a estrutura convencional, é antes um formato mais ambicioso, próximo da curta-metragem de ficção. E é outro legado estético insusbtituível da cultura das imagens para a primeira década deste novo milénio.
Last but not least: Chris Cunningham prepara, já há algum tempo, a adaptação para cinema do célebre livro da cultura cibernética "Neuromancer" do guru tecnológico William Gibson. Aguarda-se nada menos do que uma bomba.
Last but not least: Chris Cunningham prepara, já há algum tempo, a adaptação para cinema do célebre livro da cultura cibernética "Neuromancer" do guru tecnológico William Gibson. Aguarda-se nada menos do que uma bomba.