segunda-feira, 31 de dezembro de 2012

Perguntas Indiscretas #45

Se vos perguntar por um único grande disco e um único grande filme de 2012 da vossa particular predilecção, o que responderiam?

domingo, 30 de dezembro de 2012

Top 2012 - Filmes

Depois do balanço dos discos do ano, os filmes. E com esta retrospectiva dou-me conta que, durante 2012,  estrearam mais filmes (de qualidade) que não vi do que aqueles que vi. 
Por exemplo, ainda não vi títulos que, porventura, poderiam constar na minha lista dos melhores do ano, tais como: "J. Edgar", "Attenberg", "Amor", "Holy Motors", "Le Havre", "César Deve Morrer", "Cloud Atlas", "O Gebo e a Sombra", "Killer Joe", "Looper", "Argo", "Ali - O Caçador", "Era Uma Vez na Anatólia", "Elena", "A Gruta dos Sonhos Perdidos", "Michael", "Enter The Void", "Mata-os Suavemente", "A Vida de Pi", "Deste Lado da Ressurreição"...
-----
Seja como for, os filmes que estrearam em 2012 que me deram mais prazer ver, são os seguintes:

1 - "O Cavalo de Turim" de Béla Tarr
2 - "Tabu" de Miguel Gomes
3 - "Moonrise Kingdom" de Wes Anderson
4 - "Shame" de Steve McQueen
5 - "Temos de Falar Sobre Kevin" de Lynne Ramsay
6 - "Oslo, 31 de Agosto" de Joachim Trier
7 - "A Invenção de Hugo" de Martin Scorsese
8 - "Take Shelter" de Jeff Nichols
9 - "Millennium 1 - Os Homens Que Odeiam as Mulheres" de David Fincher
10 - "4:44 Último Dia na Terra" de Abel Ferrara
11 - "Cosmopolis" de David Cronenberg
12 - "Os Descendentes" de Alexander Payne
13 - "O Miúdo da Bicicleta" dos irmãos Dardenne
14 - "Martha Marcy May Marlene" de Sean Durkin
15 - "The Grey" de John Carnahan
16 - "Cavalo de Guerra" de Steven Spielberg
17 - "Para Roma, Com Amor" de Woody Allen
18 - Frankenweenie" de Tim Burton:
19 - "Prometheus" de Ridley Scott
20 - "Amigos Improváveis" de Olivier Nakache
21 - "Albert Nobbs" de Rodrigo Garcia
22 - "A Minha Semana Com Marilyn" de Simon Curtis

-----

"Temos de Falar Sobre Kevin":






















"Take Shelter":















"O Cavalo de Turim":

sábado, 29 de dezembro de 2012

My Two Thousand Movies





Em Janeiro deste ano dava aqui conta do encerramento compulsivo (devido ao fim do Megaupload) do blogue de cinema My One Thousand Movies. Este blog fora durante 4 anos o melhor sítio português na internet para descarregar filmes de culto, clássicos e de autor. Uma espécie de enorme "cinemateca virtual" numa plataforma de partilha de ficheiros de vídeo (nem sempre de qualidade, mas nem era isso que importava).
Ora, o seu mentor, Francisco Rocha, não baixou os braços perante esta adversidade e brindou os seus muitos seguidores com um novo blog com mais filmes para conhecer e descobrir. Para dar continuidade ao conceito, baptizou-o de My Two Thousand Movies. 
E este novo blog começou em grande: um ciclo dedicado ao talentoso (e pouco reconhecido cineasta) Joseph Losey, outro dedicado à temática cinéfila do fim do mundo e raridades preciosas como filmes pouco conhecidos de Sidney Lumet ou Robert Wise. Já para Janeiro estão prometidos filmes do Expressionismo Alemão ou filmes de terror dos anos 40. 
My Two Thousand Movies vai continuar, é certo, o impecável serviço público começado com My One Thousand Movies. Pelo puro amor ao cinema.

sexta-feira, 28 de dezembro de 2012

Top 2012 - Os discos

Mais um ano terminado, mais um inevitável balanço.
Musicalmente, sei que não ouvi muitos discos que poderiam estar neste lote dos "melhores". Ainda assim, estes são os discos que mais gostei de ouvir durante o ano que agora finda:
-----
1 - Swans: "The Seer"
2 - Moon Duo: "Circles"
3 - Death Grips: "No Love Deep Web"
4 - Sleigh Bells: "Reign of Terror"
5 - Om: "Advaitic Songs"
6 - John Zorn: “The Concealed”
7 - Matt Elliott: “The Broken Man”
8 - John Zorn & Mike Patton: “Templars: In Sacred Blood”
9 - Dead Can Dance: "Anastasis"
10 - Godspeed You Black Emperor: “Allelujah! Don’t Bend! Ascend!”
11 - Felix Kubin: "TXRF"
12 - Tom Zé: "Tropicália Lixo"
13 - Barry Adamson: "I Will Set You Free"
14 - Bill Fay: "Life is People"
15 - Tame Impala: "Lonerism"
16 - Liars: "WIXIW"
17 - Actress: “RIP”
18 - Grimes: "Visions"
19 - Gonjasufi: "MU.ZZ.LE"
20 - Philip Glass: “Rework”
21 - Spiritualized: “Sweet Heart Sweet Light”
22 - Japandroids: "Celebration Rock"
23 - Mouse on Mars: "Parastrophics"
24 - Four Tet: "Pink"
25 - Grizzly Bear: "Shields"

Discos portugueses: o único disco verdadeiramente original que ouvi em 2012:  O Experimentar N’a M’Incomoda: “2 – Sagrado e Profano”
-----
Swans:

Discos que mudam uma vida #175

U2 - "Under a Blood Red Sky" (1983)

quinta-feira, 27 de dezembro de 2012

Travis Bickle como "Ghost Rider"

Eis uma excelente montagem do filme "Taxi Driver" com o tema de fundo "Ghost Rider" dos Suicide. Na verdade, em dois minutos e meio é captada a essência perturbada do personagem Travis Bickle (Robert De Niro) e a música encaixa na perfeição no ambiente inquietante das imagens emanadas  do filme de Scorsese. Brilhante.

quarta-feira, 26 de dezembro de 2012

Rancière sobre Béla Tarr

Eis um livro que estou para comprar há algum tempo mas nunca me dispus a isso (está disponível na Amazon e Fnac francesas). "Béla Tarr, Le Temps D'Après" é um pequeno livro na forma (88 páginas) mas certamente grande em conteúdo, escrito por um dos mais interessantes filósofos e ensaístas franceses dos últimos anos: Jacques Rancière
Recorde-se que Rancière tem reflectido muito sobre cinema clássico e contemporâneo de autor e tem publicados três livros no mercado português (editora Orfeu Negro): "O Espectador Emancipado", "O Destino das Imagens" e "Os Intervalos do Cinema". Três títulos que abordam as obras de cineasta como Hitchcock, Bresson, Godard, Tarkovski, Vertov, Straub ou Pedro Costa, intercalando-as com as correntes teóricas da comunicação e da filosofia de Deleuze, Adorno e Lyotard.
Ora, em "Béla Tarr, Le Temps D'Aprés", Jacques Rancière explora as dimensões estéticas e artísticas que o cinema do realizador húngaro levanta, fazendo um percurso pela sua obra integral (de 1984 a 2011). Eis uma conferência proferida por Rancière na Cinemateca Suíça a propósito do cinema de Béla Tarr.
Pensando bem, irei aguardar que a Orfeu Negro traduza e edite este livro para Portugal...
































terça-feira, 25 de dezembro de 2012

A memória das cassetes

Tenho mais de mil cassetes (K7) gravadas arrumadas numa estante da garagem. Cada vez que passo por essa estante, não resisto a olhar de soslaio para as cassetes. E nesses momentos fico sempre com um certo sentimento nostálgico a pairar sobre mim. 
Hoje, se quiser um qualquer álbum da minha colecção de cassetes, basta pesquisar na internet e - à distância de um clique - adquiro esse mesmo álbum. Porém, nos anos da minha juventude, conseguir gravar um disco da minha preferência era quase um feito (sobretudo de música dita alternativa). Durante anos troquei gravações com amantes de música de todo o país (e até do estrangeiro) e com amigos que partilhavam os mesmos gostos estéticos que eu (também comprava discos em vinil, mas o dinheiro não dava para tudo e gravar cassetes era bem mais barato).
Depois da gravação de uma determinada cassete, arranjava uma capa a preceito, escrevia os títulos dos álbuns e artistas num pequeno papelinho que introduzia na cassete e colocava os nomes dos músicos/bandas na lombada da mesma (ver imagem). E para que não me esquecesse de nenhuma cassete, organizava toda a informação (por ordem alfabética) num catálogo em dossier próprio. Era uma tarefa que exigia tempo e empenho, mas executava-a com total entrega, carinho e prazer. 
Muitas das cassetes ouvia-as até à exaustão, que é o mesmo que dizer até que a fita magnética estrangulasse e se partisse no leitor. 
Depois... Bem, depois do surgimento do CD, comecei a deixar para trás o formato analógico para iniciar uma nova colecção no formato digital. E as cassetes foram arquivadas na garagem, numa espécie de memorial de emoções que marcaram profundamente a minha vida.
 

segunda-feira, 24 de dezembro de 2012

Bom Natal (se possível, em família)

Humphrey Bogart, Lauren Bacall e o filho Stephen
Buster Keaton e os dois filhos
Scott Fitzgerald, Zelda e a filha Scottie

sábado, 22 de dezembro de 2012

Notas de Bresson #25

"O teu filme deve parecer-se com o que vês de olhos fechados - deves ser capaz a cada instante de o ver e ouvir inteiramente".

sexta-feira, 21 de dezembro de 2012

50 filmes que passaram ao lado

Quando pensamos que em Portugal estreiam demasiados filmes por semana (por mês e por ano...), como já por diversas vezes comentei, afinal de contas, trata-se de uma ideia algo errada. 
Ou então, não estreiam os filmes 'certos'. Isto porque, segundo a revista (e site) Film Comment, em 2012 houve muitos filmes interessantes que tiveram uma distribuição complicada ou, inclusive, sem nenhuma distribuição.
Seguindo a lista sugerida pela Film Comment, existem pelo menos 50 bons filmes deste ano - oriundos de países muito diferentes (está referenciado Manoel de Oliveira) - que os espectadores desconhecem ou dificilmente tiveram possibilidade de ver (a não ser que tenha sido em festivais de cinema ou em ciclos de cinema especializados).
Eis a lista.

quarta-feira, 19 de dezembro de 2012

Woody e o canguru

Em 1966, um jovem cómico em ascensão de nome Woody Allen participa no programa britânico "Hippodrome" dedicado a variados números de circo. Allen escolheu um duelo de boxe com um... canguru. Já Charlie Chaplin e Jacques Tati tinham demonstrado em seus filmes cenas hilariantes num ringue de boxe. Woody Allen não tem a mesma expressividade física que os dois autores citados, mas este torneio de boxe de um só round tem momentos bem divertidos com um final surpreendente (ou talvez não). 

terça-feira, 18 de dezembro de 2012

A violência no cinema e na vida real


Como muito bem reflecte este artigo do jornal Público, cada vez que há um massacre de inocentes na "vida real", relança-se o debate sobre os massacres na "vida ficcional" (a propósito do terrível massacre que Adam Lanza perpetrou em Newtown há quatro dias). O que condiciona a própria indústria cinematográfica - como o adiamento das estreias de certos filmes com grande carga de violência (com o último de Quentin Tarantino à cabeça.)
Dito de outro modo: está relançada a eterna questão sobre se a violência na cultura do entretenimento (cinema, televisão, videojogos) influencia a concretização da mesma violência no mundo real. 
O debate rodeia-se de muitas variáveis complexas e mente quem diz que tem uma explicação ou solução concludente. Psicólogos, sociólogos, educadores, teóricos da comunicação têm debatido ardentemente o tema com conclusões, por vezes, contraditórias. Há quem sustente que a violência na cultura pop nada tem a ver com a violência real; há quem defenda que a violência do cinema ou dos videojogos influenciam pessoas psicológica e emocionalmente mais débeis. 
Eu não sou especialista no assunto nem defendo ideias fundamentalistas, mas acredito que o cinema tem o poder de influenciar comportamentos - para o bem e para o mal. Sobretudo, se essas pessoas influenciáveis tiverem um historial de vida de violência (psicológica ou física) e/ou sofrerem de alguma perturbação mental. E há vários casos documentados, como a tentativa de assassinato do presidente Ronald Reagan, em 1981, por John Hinckley: a motivação por detrás do ataque de Hinckley, segundo o próprio, foi uma obsessão doentia pelo filme "Taxi Driver", pela actriz Jodie Foster e por uma forte identificação com a personagem principal, Travis Bickle (Robert De Niro, na imagem). Hinckley, actualmente com 57 anos, está preso numa instituição psiquiátrica. Ou o caso mais recente - e igualmente chocante - de James Eagan Holmes, um jovem doutorando de neurociências que matou 12 pessoas na estreia do filme "Batman - O Cavaleiro das trevas Renasce", afirmando que era o Joker.
Claro que pode ser um erro precipitado reduzir todo este fenómeno de identificação com os ícones da violência cinematográfica a um simples processo de causa e efeito, sem outros condicionalismos por detrás. Assim como pode ser um erro tentar encontrar explicações, levianas e superficiais, para o facto de os EUA serem o país com o mais elevado índice de massacres de inocentes com armas de fogo.
Michael Moore tentou encontrar explicações no documentário "Bowling For Columbine" (2002), mas as explicações encontradas - ou sugeridas - não são ainda concludentes. São apenas pistas. É que não basta evocar o argumento da "cultura da violência" americana (desde os tempos do velho Oeste) e o da facilidade de acesso às armas legais.
Têm que existir explicações mais fundas no seio da sociedade norte-americana, mais difíceis de deslindar à primeira vista para compreender porque é que Adam Lanza (e outros antes dele) chacinaram inocentes num país considerado baluarte da democracia e da liberdade.

domingo, 16 de dezembro de 2012

Kubik e "Basso Profondo"

O meu projecto Kubik apresenta um novo trabalho: "Music For Trevor Reznik". Trata-se de um EP com 6 novos temas com forte influência do imaginário cinematográfico (Trevor Reznik é o nome da personagem de Christian Bale no filme "O Maquinista" de Brad Anderson, 2004).
O EP será editado brevemente na netlabel MiMi Records. Para já, o tema de avanço: "Basso Profondo", com base no registo vocal mais grave dos cantares da Rússia: 

sábado, 15 de dezembro de 2012

Metropolis, a revista

Já está disponível online a nova edição da revista digital Metropolis, provavelmente, a melhor publicação sobre cinema actualmente em Portugal.
Nota: o jornalista Nuno Galopim escreveu uma interessante reportagem sobre a Trilogia Qatsi que eu no post mais abaixo mencionei.
Para ler a revista online ou fazer o respectivo download, é favor carregar aqui.

sexta-feira, 14 de dezembro de 2012

Polanski e a Prada

Já não é de agora que realizadores consagrados fazem pequenos anúncios para o mundo da publicidade. Há muitos anos que tal acontece. 
David Fincher, Martin Scorsese ou David Lynch, são apenas três cineastas famosos que já realizaram spots publicitários para grandes marcas internacionais. Roman Polanski é o último exemplo: há uns meses realizou um spot publicitário (de título "Prada Suits Everyone") de pouco mais de 3 minutos para a prestigiada marca de luxo Prada
A história é simples e tem quase, quase, a dimensão de curta-metragem: Helena Bohnam Carter é uma paciente que visita o consultório do psiquiatra Ben Kingsley. A paciente descalça os seus sapatos Prada, deita-se no divã e começa a debitar as suas angústias (é uma mulher solitária e tem pesadelos), enquanto Kingsley começa a fixar o seu olhar no exuberante casaco de pêlo que ela trazia vestido.
Polanski atribui ao final deste pequeno filme um toque irónico (quase cínico) colocando a nu, de certo modo, o fascínio que a ostentação do luxo provoca em mentalidades mais, digamos, susceptíveis. Mesmo na mentalidade de um suposto psiquiatra...

quinta-feira, 13 de dezembro de 2012

Trilogia Qatsi em Blu-Ray

Eis uma boa notícia para coleccionadores de edições especiais: com a extrema qualidade da editora Criterion Collection, acaba de ser colocada à venda a fantástica "Trilogia Qatsi" em Blu-Ray. Esta  trilogia de filmes representa uma revolução na linguagem audiovisual contemporânea. 

Com a herança da linguagem visual das primeiras experiências do documentário sem palavras de Dziga Vertov, Hilary Harris ou Walter Ruttmann, o realizador Godfrey Reggio preconizou uma nova forma de olhar as imagens e ouvir os sons, propondo uma nova relação expressiva entre ambos meios de comunicação e criando uma verdadeira obra de arte audiovisual. 

Com a música sublime de Philip Glass, Godfrey Reggio mostra-nos um mundo saturado de imagens pré-fabricadas, fruto da sociedade hiper-acelerada e materialista, uma sociedade onde a Natureza foi suplantada pelo advento maciço do modelo de vida moderno tecnológico e digital. Ao mesmo tempo uma meditação hipnótica em imagens e música e uma crítica feroz ao estilo de vida alienado do homem moderno, esta trilogia produz no espectador um impacto que tem tanto de emocionante como de atordoador. "Koyaanisqatsi" (1983), "Powaqqatsi" (1988) e "Naqoyqatsi" (2002), cada um à sua maneira, cada um com um notável ângulo de visão sobre o homem e a natureza, são filmes de uma beleza estonteante, uma viagem espiritual e fascinante que será, certamente, potenciada com a qualidade digital (som e image) proporcionada pelo Blu-Ray. eu já tinha adquirido há uns anos esta trilogia em DVD, numa cara edição estrangeira. Agora sinto-me compelido a comprar esta irrepreensível edição da Criterion...
É que a edição da Criterion, que pode ser vista aqui, não se resume aos três filmes. Contém um magnífico lote de extras que fará as delícias do cinéfilo mais exigente: documentários, making of, entrevistas aos criadores, ensaios de análise, fotografias, etc.
Esta obra, dado o seu enorme valor artístico, faz parte da colecção permanente do The Museum of Modern Art (Nova Iorque) e do The British Film Institute (Londres).

quarta-feira, 12 de dezembro de 2012

Elvis e os Monty Python




No documentário que a RTP2 tem estado a passar sobre os Monty Python ("Monty Python - Quase a Verdade") é revelado algo que não me passaria pela cabeça facilmente: um dos grandes fãs do grupo de humor negro britânico foi... Elvis Presley. Esse mesmo, o "Rei do Rock".
O filme preferido de Elvis era "Monty Python em Busca do Cálice Sagrado" (1975) e, especialmente, a cena em que o Cavaleiro Negro luta com o Rei Artur - um momento verdadeiramente de humor nonsense e negro dos Monty Python (ver vídeo).
Consta que Elvis se desmanchava a rir feito louco sempre que via esta cena do filme. Mais: quando se magoava por qualquer motivo dizia sempre a frase "É só um ferimento superficial!", expressão utilizada neste impagável momento do filme.
Pode ser preconceito meu, mas não imaginaria Elvis Presley, nos seus últimos anos de vida, a gostar desta forma do humor iconoclasta dos Monty Python...

segunda-feira, 10 de dezembro de 2012

Um disco seminal do rock

Na lista dos "50 Discos Que Toda a Gende Deve Ouvir" elaborada pelo semanário Expresso, há um destaque a um disco que me é muito especial (marcou-me como melómano e influenciou-me como músico). Trata-se de "The Ascension" (1981) de Glenn Branca. O texto referente a este disco é assinado pelo crítico João Lisboa que, sabiamente, o considera fundamental para compreender as últimas décadas de história do rock (curiosamente, contrapõe esta obra de Branca com os 4'33'' de silêncio de John Cage).
Ora, porque é que este disco é tão especial e importante? Basicamente, porque, em 1981, Glenn Branca, em plena era revolucionária do movimento No Wave, esventra por dentro a estética do rock e explora novos domínios sónicos e sonoros. Com base em quatro guitarristas (dois dois quais elementos dos futuros Sonic Youth), um baterista e um baixista, Glenn Branca criou um rock instrumental de pendor formal quase sinfónico, recorrendo a riffs minimalistas e ritmos quase de um rigor mecânico (herança do Krautrock).
"The Ascension" é, por isso, um disco extremamente influente e visionário, prenhe de uma intensidade e de uma densidade completamente original à altura. Sem este disco e sem a visão iconoclasta do rock de Branca, não teria havido Sonic Youth, My Bloody Valentine, The Jesus & Mary Chain, Spacemen 3, e tantos e tantos outros grupos que recorreram à guitarra eléctrica como fonte de explosão sonora.
Em 2006 tive a oportunidade de entrevistar telefonicamente o músico Glenn Branca para a revista Mondo Bizarre. O resultado da entrevista pode ser lido abrindo este link.
Entretanto, caro leitor, aumente o volume dos altifalantes e carregue em play para ouvir (se conseguir) na íntegra esta obra fulminante da história do rock:

domingo, 9 de dezembro de 2012

O papel da Alma

Em 1979, um ano antes de falecer aos 80 anos, Alfred Hitchcock recebeu a tão merecida homenagem do American Film Institute por toda a sua carreira. Dedicou da seguinte forma o prémio:
Peço autorização para mencionar quatro pessoas que me têm ajudado por todo o seu carinho, reconhecimento, apoio e constante colaboração. A primeira das quatro é uma montadora cinematrográfica, a segunda é uma guionista, a terceira é a mãe da minha filha Pat, e a quarta é a cozinheira mais notável que conheci; e o nome das quatro pessoas é Alma Reville. Sem a maravilhosa senhora Reville, com quem estou há 53 anos, seria possível que eu não estivesse agora nesta sala a receber este prémio. Ou melhor, poderia estar nesta sala, mas como um dos empregados de mesa mais lentos da história. Por isso quero compartilhar este prémio, como tenho compartilhado a minha vida, com ela.
------
Alma Reville morreria dois anos após o desaparecimento de Hitchcock.
 

sábado, 8 de dezembro de 2012

A velhice

No suplemento cultural Ípsilon do jornal Público, o grande destaque foi dado ao filme "Amor" de Michael Haneke.
Na entrevista, há uma pergunta (e consequente resposta) que destaco em especial:
- Porquê este filme sobre a morte nesta altura da sua vida?
- Porque fui confrontado com o sofrimento de um familiar ao qual tive de assistir sem poder fazer nada. Foi uma experiência dolorosa que me levou a abordar a questão em termos fílmicos. Não há ninguém que não seja afectado por ela na sua vida, razão pela qual creio que muita gente vá achar este filme mais acessível que outros que fiz. O envelhecimento e a decadência são temas que nos dizem respeito a todos. No entanto, a sociedade suprime do nosso campo de visão tudo o que tenha a ver com a velhice. Tudo acontece por trás de portas fechadas. É terrível que assim seja, e é por isso que a arte tem de se ocupar do tema.
-----
Michael Haneke tem razão quando refere que o envelhecimento é um processo da vida considerado tabu e que o cinema deve abordá-lo sem preconceitos. E é raro hoje em dia ver bons filmes sobre velhos e a velhice, como se fossem fenómenos alheios à vida quotidiana.
Porém, há dois anos escrevi um post dizendo que gosto de filmes de (e sobre) velhos e expliquei porquê. Quem quiser ler, é favor clicar aqui.
Quanto ao "Amor" de Haneke ainda não tive a feliz oportunidade de o ver...

quinta-feira, 6 de dezembro de 2012

A carta de dez em dez anos

Depois de ter realizado "Este Obscuro Objecto de Desejo" (1977), Luis Buñuel retirou-se do cinema. Estava cada vez mais surdo e a saúde começava a faltar-lhe. Sempre fora um grande bebedor e fumador e, apesar da sua enorme resistência, começou a sofrer de diabetes e de cancro do fígado. Por outro lado, sentia a memória fugir-lhe e por isso ainda foi a tempo de escrever a sua (brilhante) autobiografia três anos antes de morrer (1983): "O Meu Último Suspiro".
Em Novembro de 1982, o também muito combalido Salvador Dalí (a sua mulher e diva Gala morrera em Junho desse ano), tentou convencer Buñuel a regressarem ambos ao trabalho (estiveram zangados décadas sem se falarem). 
Para tal, enviou-lhe a seguinte mensagem: "Querido Buñuel: de dez em dez anos envio-te uma carta com a qual não estás de acordo, mas eu insisto. Esta noite concebi um filme que podemos fazer em dez dias, não a propósito do demónio filosófico, mas do nosso diabozinho. Se te apetecer, vem ver-me ao castelo de Púbol. Um abraço, Dalí".
E a resposta seca de Buñuel foi: "Recebi os teus dois telegramas. Fantástica a ideia do filme, mas retirei-me do cinema há cinco anos e quase não saio de casa. É uma pena. Um abraço, Buñuel".
Oito meses depois, Luis Buñuel morreu...
 

quarta-feira, 5 de dezembro de 2012

Filmes de Natal (ou talvez não)

Do que falamos quando falamos de "filmes de Natal"? Filmes cujas histórias decorrem no Natal? Filmes que fazem uma alusão breve ao chamado espírito natalício? Ambas as coisas?
Classificações à parte, creio que não é difícil encontrar bons filmes que abordem os sentimentos habituais associados à quadra natalícia: o amor, a concórdia, a solidariedade, a esperança, a paz, a espiritualidade.
Eis alguns exemplos:

"Eduardo Mãos de Tesoura" (1990) de Tim Burton - uma belíssima história que preenche todos os requisitos do sentimento natalício mais genuíno. E belíssima é a música de Danny Elfman com as imagens da neve a cair ao som das tesouradas de Eduardo...

"It's a Wonderful Life" (1946) de Frank Capra - inesquecível clássico de Frank Capra sobre um homem que recupera o sentido da vida na noite de Natal.

"Milagre da Rua 34" (1947) de George Seaton - apesar das diversas versões para cinema e televisão, este é o filme original e verdadeiro. A relação de uma menina que não acredita no Pai Natal e o Pai Natal que diz que é o verdadeiro... Pai Natal.

"The Muppet Christmas Carol" (1992) de Brian Henson - o primeiro filme dos Marretas feito após a morte do seu criador, Jim Henson. Talvez não tenha sido por acaso que resultou neste divertido e ternurento filme de Natal (a partir do conto "A Christmas Carol").

"Nightmare Before Christmas" (1993) de Tim Burton - Um filme que tanto é sobre o Natal como sobre o Halloween. O meu preferido de todos, com a magia da animação, a comovente história de tolerância e a estonteante música de Danny Elfman.

"The Grinch" (2000) de Ron Howard - um remake de um filme clássico sobre Grinch, o monstro (adorável) que quer roubar o Natal às criancinhas. Divertido e didáctico.
"Bad Santa" (2003) de Terry Zwigoff - Se há um Pai Natal, também há um Anti-Pai Natal, encarnado com irrefutável cinismo e perversão por Billy Bob Thornton.

"Eyes Wide Shut" (1999) de Stanley Kubrick - Não é um filme de Natal, é o reverso do filme de Natal. Não esqueçamos que toda a história do filme de Kubrick se desenrola no período natalício. O lado negro, obsessivo e maníaco das emoções humanas... em época natalícia.

"Umberto D" (1952) de Vittorio De Sica - Não se passa sequer na época natalícia. Mas apela, profundamente, aos mais essenciais sentimentos emanados pelo espírito natalício. A comovente história de um velho reformado que vive sozinho e desamparado com o seu adorado cão. Não é no Natal que se deve apelar à solidariedade, não esquecendo os idosos? Então este é o filme certo para tal.

Coppola: o descanso do guerreiro


É triste

É com uma certa estupidez e até embaraço que admito que ainda vi poucos filmes de Pasolini e Fassbinder. Eu sei, é triste. E é algo que tenho de rectificar urgentemente.

segunda-feira, 3 de dezembro de 2012

"Samsara"

Se há filmes que merecem - e têm - de ser vistos em grande ecrã, numa sala escura e com as melhores condições de imagem e som, este é seguramente um deles: "Samsara" de Ron Fricke. O mesmo realizador que fez o magnífico "Baraka" (1992), aventurou-se num incrível projecto de filmar em 25 países durante vários anos para captar a complexidade e essência do tempo, da natureza e do homem. 
À semelhança do que fizera com "Baraka", este "Samsara" é um documentário sem recurso a palavras, cuja mensagem é transmitida unicamente pelo poder das imagens e da música, resultando numa autêntica experiência imersiva para o espectador. 
Estreou há uns meses nos EUA e tem feito um percurso triunfal, recebendo excelentes elogios da crítica especializada e do público (apenas dois exemplos: "Sumptuous, thoughtful and profoundly gorgeous - one of the most immersive things the screen has shown us in years" ou "One of the best films of 2012: Samsara is a profound spiritual experience").
Diz-se que visualmente é arrebatador e eu acredito; não só porque a sensibilidade estética e plástica de Fricke já foi mais do que comprovada, mas também porque este documentário foi filmado num formato raro hoje em dia: o imponente 70mm.
Infelizmente, duvido que "Samsara" estreie em salas portuguesas, visto que os distribuidores deverão achar que se trata de uma mera curiosidade "étnica" à moda da National Geographic. Nada mais errado: "Samsara" é, certamente, uma prova das potencialidades estéticas que o cinema, enquanto arte, tem ainda para oferecer (e surpreender) ao mundo.
Site oficial.

Playtime #81

A solução: "The Machinist" (2004) - Brad Anderson
Quem descobriu: Emanuela Siqueira

domingo, 2 de dezembro de 2012

Notas de Bresson #24

"Cinema, rádio, televisão e revistas são uma escola de desatenção: olhamos sem ver, ouvimos sem escutar."

sábado, 1 de dezembro de 2012

Parabéns, Woody

Woody Allen comemora hoje 76 anos de idade. Parabéns, Woody. E que se concretize o teu desejo expresso de continuar a fazer filmes até atingires a bela idade do nosso Manoel de Oliveira. 

sexta-feira, 30 de novembro de 2012

Não gosto...


Não gosto de ouvir mexer e mastigar pipocas ao meu lado na sala de cinema.
Não gosto de levar com gargalhadas histriónicas do espectador ao meu lado.
Não gosto da dificuldade de retirar o papel celofane dos CDs e de embalagens de gadgets.
Não gosto do excesso de publicidade dos canais televisivos durante os intervalos das séries ou filmes.
Não gosto das músicas que acabam em ‘fade-out’.
Não gosto das músicas com solos intermináveis de guitarra ou de 'gritinhos' estridentes do vocalista.
Não gosto de ler livros com mais de 500 páginas e com menos de 60.
Não gosto de revivalismos musicais serôdios e inconsequentes.
Não gosto de ver sempre os mesmos clichés nos filmes de acção.
Não gosto de telenovelas nem de séries juvenis.
Não gosto de sair da sala de cinema logo que o filme termina.
Não gosto de ouvir rádio que passa sempre as mesmas músicas durante anos.
Não gosto de locutores ignorantes que querem passar por inteligentes.
Não gosto da cultura imposta pela sociedade de consumo e do espectáculo.
Não gosto de ler poesia que não comunica com o leitor.
Não gosto de filósofos herméticos e impenetráveis.
Não gosto da quantidade absurda de livros editados por dia em Portugal.
Não gosto de ver as prateleiras das livrarias abarrotadas de best-sellers.
Não gosto de certos filmes menos inspirados de Woody Allen.
Não gosto de quem não gosta de discos de vinil.
Não gosto da exploração comercial de sequelas e prequelas.
Não gosto dos preços excessivos das caixas de DVD de colecção.
Não gosto de canções lamechas e de filmes lamechas.
Não gosto da música em alto volume nos espaços públicos.
Não gosto da presença da televisão nos restaurantes.
Não gosto de ouvir “Eu ouço todos os tipos de música”
Não gosto de ficar decepcionado com um filme ou um disco que julgava excelente.
Não gosto de comentários autoritários e ‘sabidões’ sobre um filme.
Não gosto de quem não aceita a opinião contrária.
Não gosto de filmes "franchizados".
Não gosto de ver animais “morrer” no cinema.
Não gosto de políticos vendidos, evangelizadores, padres moralistas, falsos messias, vendedores da banha da cobra, economistas presunçosos, delatores, neo-liberais e pseudo-intelectuais de esquerda.
Não gosto…
-----
-----

quarta-feira, 28 de novembro de 2012

12 questões pertinentes a Woody Allen

O realizador Robert B. Weide realizou um documentário, há dois anos, sobre Woody Allen intitulado, simplesmente, "Woody Allen: A Documentary".
Nesse documentário, para além de uma retrospectiva da obra e vida de Allen, o cineasta de Nova Iorque submeteu-se a uma curiosa sessão de perguntas. Perguntas nada vulgares que revelam melhor o pensamento e gostos de Woody Allen.
Sabia que, se tivesse de optar entre o cinema e o desporto, Allen escolheria o desporto? E que preferia ter sido um grande músico a um grande realizador?
Eis 12 respostas a 12 curiosas questões.

Para os amantes da FC

"Qual a data de nascimento do cinema de ficção científica? Que formas foi adquirindo até se impor como género autónomo, com uma linguagem e filosofia próprias? 
E que olhares nos propõe sobre o mundo que nos rodeia, que projeções sugere sobre outros mundos, prováveis ou hipotéticos, razões das humanas angústias e deslumbramentos? 
Desde os seus inícios como género na América dos anos 1950, todas as facetas deste cinema são aqui descritas e analisadas por ângulos inovadores. Graças a numerosos exemplos, descobrimos como, do medo atómico dos anos da guerra fria à emergência do cyberpunk trinta anos mais tarde, os filmes de ficção científica nos elucidam sobre a evolução tecnológica, estética e social das respetivas épocas. 
Num segundo tempo, a obra propõe uma tipologia das figuras visuais e narrativas, desde as imagens do espaço ou do extraterrestre até à crítica social e política, e mostra quanto este género cinematográfico, que é também criação de um mundo, se fundamenta na desorientação do homem face às suas próprias referências."
--------
Éric Dufour é professor na Universidade de Grenoble. Especialista em Estética, tem escrito várias obras sobre música e cinema.
Nota: o livro está à venda na Fnac por 22€ e na Wook por 19,80€

terça-feira, 27 de novembro de 2012

5 anos

Faz hoje 5 anos que começou a aventura do blogue O Homem Que Sabia Demasiado. 
O balanço é positivo: ao fim destes 5 anos, contabilizam-se 3580 publicações, 600 seguidores, 9 mil comentários de leitores, 568 mil visitas e 930 mil páginas visionadas.
Tenho consciência que o blogue passou por altos e baixos (a média de 100 posts por mês já lá vai!), por momentos de maior e menor inspiração (ao ponto de, nos piores momentos, ter achado que seria o fim do blogue). No entanto, apesar do menor fulgor de agora, continuo a ter prazer em escrever sobre o que gosto e não gosto nas diversas áreas culturais. Sinto que O Homem Que Sabia Demasiado continua a ser um espaço de partilha profícua na blogosfera.
O blogue foi nomeado duas vezes para prémios nacionais na categoria de Melhor Blogue de Cinema e vai constar num livro - a ser publicado brevemente - sobre a blogosfera portuguesa. Se acabasse agora, tinha o sentimento de ter feito um trabalho minimamente honroso e de valor.
Obrigado aos leitores que continuam a manter este espaço vivo. E um especial obrigado aos seguidores do Brasil, que representam quase 30% dos leitores deste blogue.

domingo, 25 de novembro de 2012

A poesia de Tarkovski (pai e filho)

A propósito da poesia de Arseni Tarkovski (que reproduzi num post há dias), pai do realizador Andrei Tarkovski, descobri uma entrevista realizada pelo jornal espanhol ABC (2002) à irmã do cinestas russo, Marina Tarkovskaia, na qual aborda a poesia do pai e a relação com os filmes do irmão:
-----
Desconhecia a poesia do seu pai. Pode falar-me dela?
Marina Tarkovskaia: Desde pequeno, Andrei e eu conhecíamos a poesia do meu pai, ainda que no regime soviético não se podia publicar os seus poemas porque ele não elogiava o partido Comunista nem Estaline. O seu primeiro livro devia ter sido publicado depois da segunda Grande Guerra mas quando já estava pronto, o Partido Comunista proibiu a sua edição. Só em 1962, quando tinha 55 anos, o meu pai conseguiu editar um livro. Chamava-se "Antes Que a neve Caia". O curioso é que nesse mesmo ano o meu irmão Andrei ganhou em Veneza com "A Infância de Ivan". Comecei a a conhecer mais a fundo a sua poesia mais tarde, quando compreendi que era um grande poeta.
 
Quais são os principais temas poéticos que aborda o seu pai?
Marina Tarkovskaia: Os mesmos temas que o Andrei abordava nos seus filmes. Os mundos criativos dos dois estão entrecruzados ao longo dos anos. Não é nenhuma surpresa se a poesia do meu pai está incluída nos filmes do meu irmão, como é o caso de "Stalker", "Nostalgia" e "O Espelho". O tema central destes filmes é o conhecimento de si mesmo. O meu pai tem poemas muito belos que falam de patriotas e de patriotismo, mas não no sentido social e propagandístico na velha tradição da União Soviética, mas numa perspectiva cultural

Discos que mudam uma vida #173

David Holmes – "Let’s Get Killed" (1997)

sábado, 24 de novembro de 2012

"On earth there is no death"

On earth there is no death.
All are immortal.
All is immortal.
No need to be afraid of death at seventeen
Nor yet at seventy.
Reality and light Exist, but neither death nor darkness...
All of us are on the sea-shore now,
And I am one of those who haul the nets
When the shoal of immortality comes in.

Arseny Tarkovsky

sexta-feira, 23 de novembro de 2012

Packs DVD a preço módico

Várias vezes me queixo do preço exorbitante dos DVD vendidos em Portugal. E não me estou a referir aos DVD de importação, compreensivelmente mais caros, mas sim às edições nacionais. Uma das editoras que sempre praticou um política de preços elevada é a Costa do Castelo. Apesar da qualidade do seu catálogo ser inquestionável, os preços praticados (sobretudo com caixas de cinema clássico de coleccionador) sempre foram altos e raramente (talvez nunca) alvo de promoções ou descontos especiais. 
Ora, o panorama mudou - para benefício do cinéfilo. Finalmente, a Costa do Castelo faz uma promoção de alguns títulos clássicos da sua preciosa colecção, como são os packs de filmes do John Ford, do Antonioni, do Dreyer ou do Ophüls. Packs que anteriormente custavam à volta de 60€, custam agora ao público uns módicos 15,99€.
É aproveitar, portanto.