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quarta-feira, 11 de setembro de 2013

11 de Setembro: 12 anos


Passam hoje 12 anos dos ataques do 11 de Setembro e o cinema ainda não produziu assim tantos filmes quanto isso sobre este trágico acontecimento. Mas talvez não seja de admirar: doze anos ainda é um tempo relativamente curto para o devido amadurecimento emocional, um sarar das feridas e para um distanciamento mais objectivo dos factos (não esqueçamos que os grandes filmes sobre a guerra do Vietname só surgiram depois de mais de dez anos sobre o fim do conflito).
Sem contar com os documentários televisivos e de canais temáticos (foram muitos, com o controverso "Loose Change" à cabeça) os filmes que considero mais interessantes feitos sobre os ataques ao World Trade Cebter e ao Pentágono (e todo o seu contexto social e emocional posterior) foram os seguintes - por ordem de preferência pessoal:

1 - "Voo 93" (2006) - Paul Greengrass
2 - "11/09/01 - 11 Perspectivas" (2002) - Vários realizadores
3 - "Fahrenheit 9/11" (2004) - Michael Moore
4 - "A Última Noite" (2002) - Spike Lee
5 - "World Trade Center" (2006) - Oliver Stone
6 - "9/11: The Falling Man" (2006) - Henry Singer
7 - "A Caminho de Guantánamo" (2006) - Michael Winterbottom

segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012

Dia Mundial da Rádio

Eis dois brilhantes filmes sobre o fenómeno da rádio em tempos idos: "Talk Radio" (1988) de Oliver Stone e "Radio Days" (1987) de Woody Allen.
Ambos são pouco conhecidos e referenciados na filmografia de cada um dos realizadores, mas são duas obras belíssimas sobre o impacto que a rádio, como órgão de comunicação, teve durante décadas junto da sociedade. Vi-os na altura das respectivas estreias e nunca mais os revi, mas recordo-me de ter gostado muito deles, cada um à sua maneira e com abordagens distintas.
O filme de Oliver Stone passa-se quase todo num estúdio claustrofóbico de uma estação de rádio de Nova Iorque, com um radialista nocturno que conta as mais mirabolantes histórias. Pelo meio há conversas controversas com ouvintes, facto que conduz à questão: qual é o verdadeiro limite comunicacional da rádio?
O filme de Woody Allen, por sua vez, procura abordar o papel da rádio nos tempos gloriosos dos anos 30 do século XX, quando era o principal meio de comunicação com a sociedade. O teatro radiofónico começava a despertar e a rádio era fonte de informação e entretenimento por excelência. Uma comédia de Woody Allen no seu melhor.
Dois filmes que olham para o fenómeno radiofónico sob olhares diferentes (mas ambos acutilantes) numa época em que a rádio perdeu muito do seu encanto e poder de sedução fruto de múltiplos factores.

quinta-feira, 21 de julho de 2011

Vilões e vilãs

Há uns anos fui desafiado por um blog para escolher 5 vilões e 5 vilãs que marcaram o cinema. Tentei fugir às escolhas mais óbvias (como por exemplo Jack Torrance de "The Shining"). Eis as minhas escolhas (sem ordem de preferência nem de cronologia):
VILÕES:
George (Arno Frisch) - "Funny Games"
(1997) - Michael Haneke

Max Cady (Robert Mitchum) - "Cape Fear"
(1962) - J. Lee Thompson

Henry Lee Lucas (Michael Rooker) - "Henry, Retrato de um Assassino"
(1986) - John McNaughton

Mick Taylor (John Jarratt) - "Wolf Creek"
(2005) - Greg McLean
Patrcik Bateman (Christian Bale) - "American Psycho"
(2000) - Mary Haron

Camião assassino - "Duel - Assassino Atrás das Costas"
(1971) - Steven Spielberg

VILÃS:
Mallory Knox (Juliette Lewis) - "Assassinos Natos"
(1994) - Oliver Stone

Peyton Flanders (Rebecca de Mornay) - "A Mão Que Embala o Berço"
(1992) - Curtis Hanson

Nicole Horner (Simone Singoret) - "As Diabólicas"
(1955) - Henri-Georges Clouzot


Alex Forrest (Glenn Close) - "Atracção Fatal"(1986) - Adrian Lyne


Annie Wilkes (Kathy Bates) "Misery - Capítulo Final"

(1990) - Rob Reiner

segunda-feira, 4 de abril de 2011

Diamanda Galás: A Diva Negra ao vivo


Nascida em San Diego, sob o sol escaldante da Califórnia, descendente de pais gregos ortodoxos, Diamanda Galás revelou-se, nos últimos 25 anos, a porta-voz de uma mensagem apocalíptica sobre as múltiplas e negras facetas da existência humana. Ex-estudante de Bioquímica, pianista de eleição com experiência clássica e de jazz, fluente em várias línguas, detentora de uma visão universalista da história e da cultura, imbuída da poesia maldita de Baudelaire, Marquês de Sade, Artaud, Rimbaud e Edgar Allan Poe, fascinada pelo lado espectral da vida humana e recorrendo a textos bíblicos e de outras culturas não ocidentais, Diamanda Galás percorreu nos seus discos um caminho tortuoso de purificação espiritual, de penitência árdua e sem concessões, rumo à catarse suprema.

Foi apelidada de herege, bruxa e diva, ao sabor das sensibilidades, mas uma coisa é certa: ninguém sai incólume e indiferente após uma experiência com a música de Diamanda Galás. Mais admirada na Europa do que nos EUA, a cantora foi galardoada, em Itália, (2008) com o prestigiado Prémio “Demetrio Stratos” pela sua trajectória internacional. Num mundo conspurcado pelo Mal, cujas manifestações se revelam através da violência ou Sida (viu um irmão morrer com esta doença), da morte, do sofrimento ou de genocídios, Diamanda Galás representa uma tentativa de cura libertadora. Uma cura que expurga esses males, uma cura que se materializa numa das vozes mais feéricas e ameaçadoras que alguma vez se ouviu no panorama da música contemporânea.

Numa espécie de reencarnação negra da cantora lírica Maria Callas, num misto de diva vampírica e de profetiza pessimista, Galás faz uso da sua incrível extensão vocal (quatro oitavas – pode cantar como Soprano ou Baixo) para, simultaneamente, propalar os pecados do homem e denunciar o dogmatismo religioso (a insidiosa moral cristã). Uma voz negra e profundamente expiatória perante a condição do ser humano (ela própria assevera: “Faço música para os que sofrem profundamente e têm consciência disso”).

No entanto, Galás também canta canções de amor… no seu estilo único de interpretação. Galás é insubmissa, controversa, radical, experimentalista, audaz, como ficou demonstrado em álbuns demenciais como “Litanies Of Satan” (1982), “Divine Punishment” (1986), “You Musty Be Certain of the Devil” (1988) ou “Plague Mass” (1991).


Bastariam estes três tremendos testamentos sonoros para perpetuar o nome de Galás nos anais da história da música, fruto da sua voz visceral capaz de exorcizar demónios e da sua criatividade pianística que está tão à vontade nos blues clássicos como nos devaneios musicais mais libertinos (ninguém diria que Galás tem como heróis musicais Edith Piaf, Ray Charles ou John Coltrane).

Não foi por acaso que o realizador Francis Ford Coppola a convidou para criar os gritos vampíricos do seu filme “Dracula” (1992) ou Oliver Stone para o filme “Natural Born Killers”(1994). Após o seu último registo ao vivo, “Malediction And Prayer”, datado de 1998, Diamanda Galás lançou edições sucessivas: “La Serpenta Canta”, editado no final de 2003, e “Defixiones: Will And Testament, Orders From The Dead”, lançado em Janeiro de 2004, ambos discos duplos, a solo e ao vivo.

“La Serpenta Canta” é um registo gravado ao vivo em Adelaide, Austrália, em 2001; trata-se, muito prosaicamente, de um recital de canções em que Diamanda Galás interpreta, acompanhada apenas pelo piano, standards de canções blues e soul de autores populares como Hank Williams, Ornette Coleman, Screamin’ Jay Hawkins ou The Supremes. Neste disco, Galás consegue a proeza de reinventar o espírito soul-jazz de temas clássicos como “My World Is Empty Without You”, “I Put a Spell On You” ou “Baby’s Insane”.

A cantora, respeitando as formas musicais dos originais, reorganiza-as harmonicamente, dando-lhes uma outra frescura tímbrica e, em suma, outra realidade sonora. Da mesma forma que o disco “Plague Mass” versava sobre as vítimas da Sida, uma parte da obra da cantora evoca o genocídio arménio e grego perpetrado pelo exército turco entre 1914 e 1923. Ou seja, novamente a veiculação de uma mensagem política incontestavelmente forte. Diamanda Galás socorre-se de poemas e textos históricos arménios, gregos, espanhóis e hebraicos sobre o tema, colocando o dedo na ferida aberta que constituem, ainda hoje, estas atrocidades cometidas há um século atrás.

Pelo meio da sua carreira Galás teve tempo de encetar uma notável experiência no rock mais convencional, com John Paul Jones, baixista dos Led Zeppelin, no álbum "This Sporting Life" de 1994. 2008 viria ao mundo "Gulity Guilty Guilty", um disco registado ao vivo com alguns momentos musicais de intensidade emocional arrebatadora.

A intolerância, a xenofobia e os direitos das mulheres oprimidas têm servido de inspiração para a música de Galás. A voz única e poderosa de Diamanda Galás chegerá bem alto no dia 9 de Julho à Guarda.

A cantora apresenta no Teatro Municipal da Guarda o espectáculo “The Refugee”, um conjunto de temas inspirados na canção, "O Prosfigas", que versa sobre a fatalidade dos exilados de Smyrna, durante o genocídio turco do povo grego em 1922.

Do programa constam ainda reinterpretações de canções do egípcio Mohamed Abdel Wahab, dos gregos Dionysis Savvapoulos e Lefteris Papadopoulos, da arménia Mara Yekmalian, dos espanhóis Camarón de la Isla e Pastora Pavón, ou do belga Jacques Brel.



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Artigo publico no boletim BIS (TMG), Abril 2011

quinta-feira, 6 de janeiro de 2011

domingo, 18 de julho de 2010

Facebook, Fincher e Reznor


Em Outubro estreia o novo filme do realizador David Fincher, "The Social Network", sobre o fundador da rede social Facebook, Mark Zuckerberg (na imagem). Há dias surgiu um novo trailer que revela algo mais do que poderá ser esta nova película do autor de "Zodiac" e "Se7en".
Se à partida a ideia de uma longa-metragem sobre uma rede social da internet poderia parecer algo fútil e sem substância dramática, a verdade é que, vendo o novo trailer e lendo algumas informações complementares, o filme de Fincher pode confirmar-se como um interessante e sugestivo filme.
Para já tem a segurança e mestria da realização e direcção de actores, já comprovadíssima, de David Fincher. Depois, o tema acaba por ter potencial para a construção dramática que um bom filme deve conter. Consta-se que o filme não é apenas sobre a história do surgimento da rede Facebook. É muito mais do que isso. É também uma metáfora sobre o papel da tecnologia e da comunicação global na era moderna, afectando assim (para o bem e para o mal) as próprias relações humanas e o entendimento do mundo actual.
Particularmente interessante é a escolha da música para este filme. O trailer é acompanhado pela versão "Creep" (dos Radiohead) pela mão do grupo coral feminino Scala & Kolacny Brothers (este grupo belga é conhecido pelas versões "a cappella" de temas pop e rock dos U2, Nirvana, Depeche Mode, Lou Reed, Muse, etc). Mais relevante, neste capítulo da música do filme, é que Trent Reznor, dos Nine Inch Nails, é o compositor da banda sonora original. Reznor já tinha colaborado nas bandas sonoras dos filmes "Lost Highway" e "Natural Born Killers", mas apenas como consultor.
Neste projecto de Fincher, Reznor tem um papel bem mais criativo na composição musical. O próprio músico avisa, no site oficial dos NIN: "Speaking of the film... it's really fucking good. And dark!".
Enquanto o filme não chega, fiquemos com as sugestivas imagens do trailer acompanhadas com a versão coral de "Creep":

sexta-feira, 14 de maio de 2010

Os veteranos em Cannes


O Festival de Cannes pode ser uma rampa de lançamento para novos valores do cinema mundial, como aconteceu com o reconhecimento do jovem João Salaviza no ano transacto. Mas Cannes continua, por assim dizer, a ser um espaço de interminável valorização dos realizadores mais veteranos e reincidentes.
Senão vejamos as idades de alguns cineastas presentes este ano em Cannes com filmes:

- Manoel de Oliveira: 101 anos
- Ridley Scott: 73 anos
- Jean-Luc Godard: 79 anos (na imagem)
- Woody Allen: 74 anos
- Abbas Kiarostami: 69 anos
- Stephen Frears: 69 anos
- Otar Iosseliani: 66 anos
- Mike Leigh: 64 anos
- Nikita Mikhalkov: 64 anos
- Oliver Stone: 63 anos

domingo, 7 de fevereiro de 2010

O que os outros realizadores dizem de Kubrick

Ler comentários de realizadores consagrados sobre um determinado colega de ofício é perceber melhor a essência desse mesmo realizador. No caso, Stanley Kubrick. Recolhi um série de testemunhos de cineastas famosos sobre o autor de "Laranja Mecânica", os quais me parecem elucidativos sobre a dimensão artística de Kubrick:

MARTIN SCORSESE: “Watching a Kubrick film is like gazing up at a mountaintop. You look up and wonder, how could anyone have climbed that high?”

JAMES CAMERON: “I remember going with a great sense of anticipation to each new Stanley Kubrick film and thinking, “Can he pull it off and amaze me again?” And he always did. The lesson I learnt from Kubrick was, “Never do the same thing twice.”

STEVEN SPIELBERG: “He created more than movies. He gave us complete environmental experiences that got more, not less, intense the more you watched them.”

ORSON WELLES: “For me, Kubrick is a better director than Huston. I haven't seen Lolita but I believe that Kubrick can do everything."

DAVID LYNCH: "I really love "Eyes Wide Shut". I just wonder if Stanley Kubrick really did finish it the way he wanted to before he died."

OLIVER STONE: “He was the single greatest director of his generation. He influenced me deeply.”

LUIS BUNUEL: “A Clockwork Orange is my current favourite. I was very predisposed against the film. After seeing it, I realize it is the only movie about what the modern world really means.”

SIDNEY LUMET: “Each month Stanley Kubrick isn’t making a film is a loss to everybody.”

FLORIAN VON DONNERSMARCK: “My megalomaniac goal is to make a film that could stand next to the films of Kubrick.”

BRYAN SINGER: "Kubrick showed us something special. Every film was a challenge, and a direct assault on cinema's conventions."

LARS VON TRIER: "I don't think that matters. I have a great affection for Kubrick and this film only strips things further."

MARTIN SCORSESE: "One of his pictures is equivalent to ten of somebody elses".

BRIAN DE PALMA: "It took me 20 years to appreciate Kubrick. I put Barry Lyndon on in my hotel room and couldn't look away. That's great film making."

PAUL THOMAS ANDERSON: "We're all children of Kubrick, aren't we? Is there anything you can do that he hasn't already done?"

GUS VAN SANT: "There's usually some of Kubrick in all of my films."

segunda-feira, 11 de janeiro de 2010

A História contada por Oliver Stone


Segundo o jornal i, o realizador Oliver Stone continua a desbravar caminhos políticos inauditos. Depois de ter feito documentários sobre Fidel Castro e Hugo Chávez (absolvendo-os politicamente), depois de ter procurado conspirações internas na morte de John Fitzgerald Kennedy, de ter criticado duramente George W. Bush, de ter criado um presidente Nixon amorfo, Oliver Stone investiga agora as raízes mais obscuras da história norte-americana com uma mini-série de dez horas intitulada - "The Secret History of America".
O título deste trabalho é, já por si, todo um programa de intenções. Nele, o realizador de "Platoon" quer mostrar como corporações americanas ajudaram financeiramente o partido nazi alemão. Parece-me bem denunciar certos fenómenos históricos que se encontram ainda algo encobertos pela poeira dos tempos. O que já me parece abusivo e deturpador da verdade histórica é a tentativa, já revelada nas próprias palavras de Stone, em branquear a figura política, militar e histórica de Adolfo Hitler: "O líder nazi Adolf Hitler foi um bode expiatório fácil ao longo da história. Não podemos julgar as pessoas apenas como 'más' ou 'boas'. Hitler é o produto de uma série de acções. É uma relação de causa e efeito."

Sobre Estaline, o cineasta diz que nada tem a ver com Hitler: "Não quero pintá-lo como um herói, mas tento fazer-lhe uma representação mais factual. Lutou contra a máquina alemã mais do que qualquer pessoa." Eu acho estas declarações absolutamente infelizes, demagógicas e manipuladoras, e farão as delícias dos movimentos fascistas e neo-nazis. Depreende-se das palavras de Stone que devemos desculpar Estaline porque foi um bravo combatente de Hitler (sobretudo na decisiva batalha de Estalinegrado). E o reinado de terror que durou 30 anos às mãos deste maníaco assassino em massa, responsável pela aniquilação de mais de 25 milhões dos seus próprios concidadãos inocentes, encerrando 18 milhões nos infames campos de trabalhos forçados (Gulags)? E quererá Oliver Stone fazer-nos crer que Hitler não passou de um "produto de uma série de acções", sem responsabilidades na consumação dos maiores acontecimentos trágicos de toda a História da Humanidade (2ª Guerra Mundial, Holocausto, campos de extermínio)?
Repugna-me pensar que, em pleno Século XXI, após o crescimento dos movimentos pró-criacionistas norte-americanos que negam a Teoria da Evolução darwiniana e seguem literalmente as profecias bíblicas, se difunda à custa da nova mini-série de Oliver Stone, a ideia que Hitler, afinal, é apenas um triste e irresponsável "bode expiatório fácil ao longo da história".

sexta-feira, 3 de abril de 2009

Sobre filmes biográficos



Não sei se se pode considerar o "biopic" (filme biográfico sobre uma personalidade) um género cinematográfico. Seja como for, assumo que gosto de "biopics", e ao longo da história do cinema existem múltiplos exemplos de bons filmes que focam o percurso da vida (ou um determinado período de tempo dessa vida) de personalidades influentes, essencialmente, ligadas às artes ou à política. Há filmes biográficos que prezam o respeito pela precisão histórica dos factos, enquanto que há outros que misturam esses factos com elementos ficcionais. Das muitas dezenas de "biopics" que já se fizeram, destaco os meus preferidos, que podem não ser os melhores ou mais representativos do "género", mas são os que gosto mais (e só do Martin Scorsese menciono três títulos!):

Kundun (1997) de Martin Scorsese sobre Dalai Lama
Raging Bull (1980) de Martin Scorsese sobre Jack LaMotta
O Aviador (2004) de Martin Scorsese sobre Howard Hughes
Amadeus (1984) de Milos Forman sobre Wolfgang Amadeus Mozart
Ed Wood (1994) de Tim Burton sobre Edward D. Wood
Control (2007) de Anton Corbijn sobre Ian Curtis
Chaplin (1992) de Richard Attenborough sobre Charlie Chaplin
Basquiat (1996) de Julian Schnabel sobre Jean-Michel Basquiat
Malcolm X (1992) de Spike Lee sobre Malcom X
Lenny (1974) de Bob Fosse sobre Lenny Bruce
American Splendour (2003) de Shari Springer sobre Harvey Pekar
A Paixão de Joana D'Arc (1928) de Carl Dreyer sobre Joana D'Arc
I'm Not There (2007) de Todd Haynes sobre Bob Dylan
The Life and Death of Peter Sellers (2004) de Stephen Hopkins sobre Peter Sellers
Bird (1988) de Clint Eastwood sobre Charlie Parker
Pollock (2000) de Ed Harris sobre Jackson Pollock
Shine (1996) de Scott Hicks sobre David Helfgott
JFK (1991) de Oliver Stone sobre John F. Kennedy
Gandhi (1982) de Richard Attenbourgh sobre Mahatma Gandhi
Walk the Line (2005) de James Mangold sobre Johnny Cash
O Homem Elefante (1980) de David Lynch sobre John Merrick
Citizen Kane (1941) de Orson Welles "sobre" William R. Hearst
Young Mr. Lincoln (1939) de John Ford sobre Abraham Lincoln
Tucker: The Man and His Dream (1988) de Francis Coppola sobre Preston Tucker
O Pianista (2002) de Roman Polanski sobre Wladyslaw Szipilman
Ray (2004) de Taylor Hackford sobre Ray Charles
Milk (2008) de Gus Van Sant sobre Harvey Milk
Zelig (1983) de Woody Allen sobre Leonard Zelig
Lawrence da Arábia (1962) de David Lean sobre Thomas Edward Lawrence
Como habitualmente, os contributos e sugestões dos leitores serão bem vindos.

sexta-feira, 20 de março de 2009

A educação pelo cinema - agora em livro


Há quase um ano escrevi sobre o peculiar caso de um pai que educou o filho com recurso aos filmes porque este tinha deixado a escola. Esse relato pode ser lido aqui. Entretanto, leio na edição online do jornal espanhol El País que esse caso resultou em livro. O título é "Educado pelo Cineclube" e conta a incrível experiência de David Gilmour que educou o filho Jesse com filmes de Frank Capra, Luís Buñuel, David Cronenberg ou Oliver Stone. O livro está traduzido em 13 línguas. Esperemos que uma delas seja a portuguesa.
Para ler a reportagem na íntegra, ver aqui.

quarta-feira, 10 de dezembro de 2008

Tony Montana - o gangster que queria o mundo


Dia 9 de Dezembro de 1983, há precisamente 25 anos, estreava um dos filmes paradigmáticos dos anos 80 e um dos que mais polémica levantou por causa do uso excessivo da violência: "Scarface", de Brian de Palma. Com argumento de um jovem chamado Oliver Stone, um alucinante Al Pacino no papel do gangster sem escrúpulos Tony Montana, e com uma estreante e bela Michelle Pfeiffer, "Scarface" tornou-se num fascinante objecto de culto durante duas décadas e meia. Um marco que influenciaria dezenas de outros filmes similares. Lembro-me de o ver no cinema, por volta de 86 ou 87, e ter ficado siderado com tão marcante interpretação de Pacino e com a história carregada de adrenalina à volta de traficantes de droga e corrupção. E mais fascinado fiquei ao ver os últimos 10 minutos de película, nos quais o irascível Tony Montana, submerso em drogas e alucinações derivadas de traições e desconfianças familiares (reminiscências da saga "O Padrinho"?), reage violentamente ao assalto à sua mansão na qual tem inscrita a irónica máxima - "The World is Yours".
Uma impressionante sequência de tiroteio que o realizador que estilizou a violência gráfica, Sam Peckinpah, não desdenharia (e que rivaliza com esta outra célebre sequência).

segunda-feira, 20 de outubro de 2008

"W." em horário nobre


Uma notícia sobre cinema a meio do Jornal da Noite (SIC)?! Pois foi o que aconteceu precisamente às 20h30 de hoje: o jornalista Rodrigues Guedes de Carvalho tinha acabado de noticiar qualquer coisa sobre a crise económica mundial quando apresentou uma peça sobre a estreia, em Portugal esta semana, do filme "W." de Oliver Stone. Claro que a conjuntura informativa internacional ajuda a esta inserção cinematográfica pelo meio do noticiário (eleições americanas, crise financeira), mas é um facto que não deixa de ser surpreendente. É que nós, os espectadores, mais ou menos cinéfilos, sempre estivemos habituados a ver notícias sobre filmes (mesmo os mais comerciais) como matéria informativa arredada lá para os confins dos alinhamentos das televisões (secção entretenimento).
Agora a propósito do filme, trata-se da terceira incursão directa de Oliver Stone na vida privada e política de presidentes da América, depois de dois sublimes filmes sobre John F. Kennedy e Richard Nixon. As críticas devastadoras que Stone faz à administração de George W. Bush têm embaraçado alguns poderes instituídos, e não apenas o norte-americano, uma vez que até o italiano Silvio Berlusconi reagiu ao filme proibindo-o de exibição no recente Festival de Cinema de Roma - Berlusconi "vetou" a abertura do festival com o filme de Stone. Manifestações interessantes de democracia, portanto.
Ao que parece, Josh Brolin, magnífico actor que se revelou em "No Country For Old Man" e "American Gangster", tem uma excelente performance em "W." na pele de George Bush. Curioso é saber que a primeira escolha de Oliver Stone para interpretar Bush foi o actor Christian Bale, que recentemente encarnou Batman. Terá Stone vislumbrado alguma analogia metafórica entre as duas figuras?

sexta-feira, 26 de setembro de 2008

Conhece o filme "O Pentelho"?


O portal de informação diario.iol.pt revelou uma lista bizarra de títulos de filmes traduzidos para português. Não é novidade nenhuma que alguns títulos são perfeitas aberrações relativamente aos originais. Ou são levados demasiado à letra, ou são tão poéticos e levianos que fogem ao essencial da história do filme. Sempre me questionei quem serão os responsáveis desta tarefa (algo ingrata, admito) de traduzir títulos. Serão os mesmo que traduzem os diálogos dos filmes? Seja como for, alguns títulos de filmes entraram para o anedotário nacional pelo ridículo. Exemplos:

Título original »»» Título português
Balls of Fury - "Não me Toques nas Bolas"
Harold and Kumar go to the White Castle - "Grande Moca Meu"
White Man Can't Jump - "Branco não Sabe Meter"
See No Evil - "Coleccionador de Olhos"
Jersey Girl - "Era uma vez...um Pai"
Snatch - "Porcos e Diamantes"
Forgetting Sarah Marshall - "Um Belo Par... de Patins"
Sleepy Hollow - "A Lenda do Cavaleiro sem Cabeça"
Are we there yet? - "Estás Frito, Meu!"

Como se vê, alguns dos títulos são verdadeiros tratados de estupidez e só promovem a indiferença total perante o respectivo filme. Qual é o jovem que tem a coragem de convidar a namorada para ver o filme "Não me Toques Nas Bolas"? De qualquer modo, pode parecer incrível, mas os nossos irmãos brasileiros conseguem fazer melhor, muito melhor. O blogue Som Viciado analisou as traduções brasileiras de filmes americanos e não restam dúvidas. Os portugueses ao pé dos brasileiros são muito mais competentes do que julgamos. Ao constatar as traduções brasileiras de filmes americanos, ficamos a saber que o clássico dos musicais "Sound of Music" passou para "A Noviça Rebelde" (na imagem), Charlot é "Carlitos", o filme "The Cable Guy" com Jim Carrey tem a hilariante tradução de "O Pentelho", "Sozinho em Casa" tem interpretação brasileira "Esqueceram de Mim" ou o filme de Oliver Stone "JFK" tem o acrescento "JFK - A Pergunta Que Não Quer Calar".
Agora gostava era de conhecer mais a fundo as traduções inglesas de filmes portugueses ou brasileiros...

quinta-feira, 11 de setembro de 2008

sexta-feira, 13 de junho de 2008

A hora do documentário


A Fnac está a promover uma secção de documentários que importa referenciar, numa altura em que este género cinematográfico adquire cada vez mais importância artística e aceitação pública (recorde-se que a recente Palma de Ouro no último festival de Cannes foi entregue a um documentário francês – “Entre Muros”). Os festivais temáticos sobre documentários multiplicam-se - vai começar o importante “Doc’s Kingdom” em Serpa - e os realizadores, amadores e profissionais, assumem que o documentário é, objectivamente, um poderoso instrumento de intervenção sobre o real social e político (Michael Moore ou Errol Morris que o digam).
Voltando à promoção da Fnac: são apenas treze títulos em DVD, mas são treze documentários que revelam diversas e interessantes facetas do mundo actual. Destaques para o documentário “A Ponte” de Eric Steel sobre o suicídio na ponte de São Francisco; “Shakespeare Atrás das Grades” de Hank Rogerson, sobre uma experiência teatral com reclusos a cumprir pena por crimes violentos; "Diários da Bósnia" do português Joaquim sapinho, acerca da terrível memória da guerra balcânica; “Ao Encontro de Fidel”, de Oliver Stone, resultado de horas de entrevistas com o carismático líder cubano; o recente e polémico “Sicko” de Michael Moore sobre o estado do sistema de saúde americano; ou premiado “Terror em Setembro” de Kevin McDonald, que visa a abordagem ao terrível atentado terrorista nos Jogos Olímpicos de 1972 (em Munique). São documentários que possibilitam olhares únicos sobre o mundo, visões sobre distintas perspectivas de sentir e reflectir a vida, a política, as artes e, em suma, o homem.

sexta-feira, 6 de junho de 2008

A Turquia vista por Alan Parker


Amanhã começa o festim do Europeu de Futebol. E a selecção de Portugal vai medir forças futebolísticas com a Turquia. Sobre a Turquia revi há dias um excelente filme de Alan Parker, "O Expresso da Meia Noite" (1978), cuja acção se desenrola, precisamente, na Turquia. A história - baseada em factos verídicos - é telegráfica: um jovem americano de férias em Istambul é preso no aeroporto por posse de droga (haxixe). A partir daí, esse americano, Billy Hayes, passa por um verdadeiro calvário nas prisões turcas durante quase 5 anos, que o leva a sofrer e a cometer actos de extrema violência e loucura. O argumento do filme é da autoria de Oliver Stone e a música original de Giorgio Moroder. Ambos ganharam o Óscar para essas categorias (foi a primeira vez que uma banda sonora totalmente electrónica ganhou um Óscar). O papel do malogrado americano foi interpretado pelo notável Brad Davis, que arrebatou o papel a Richard Gere e John Travolta. Davis viria a morrer prematuramente de sida em 1991 (recorde-se que Brad Davis protagonizou outro grande papel no filme "Querelle" (1982), de Fassbinder).
Na altura o filme de Parker foi severamente criticado pela imagem negativa que passava da justiça turca e das suas prisões com condições infra-humanas. Mas a verdade é que o filme foi inspirado nos factos relatados no livro "O Expresso da Meia Noite" do verdadeiro Billy Hayes (que ainda é vivo), que conseguiu escapar da prisão e refugiar-se na América. A tortura e os maus tratos nas prisões turcas sempre foram considerados factos comprovados pela Amnistia Internacional (aliás, o próprio escritor turco Orhan Pamuk, controverso vencedor do Prémio Nobel da Literatura em 2006, refere nalguns dos seus livros esse facto). As autoridades turcas é que não gostaram do conteúdo do filme e proibiram a sua exibição na Turquia durante anos. O filme exprime de forma claustrofóbica e opressiva todo o ambiente angustiante vivido pela odisseia de Billy Hayes. E conta ainda com um extraordinário John Hurt no papel de outro americano (alucinado) condenado.
Neste ano que se comemoram 30 anos do filme, foi lançada uma edição DVD especial de coleccionador: filme com remasterização digital da imagem e dois discos repletos de bons extras (como o excelente comentário áudio de Alan Parker).
Em baixo está uma das mais impressionantes cenas de violência e raiva descontrolada que já vi alguma vez no cinema (ainda era miúdo quando a vi e fiquei estarrecido): Billy Hayes vinga-se de Rifki, um informador interno da prisão que fazia a vida negra a Billy. Veja-se como a sequência se desenrola de forma cada vez mais intensa e como culmina nessa cena antológica do arrancar da língua à dentada ao som de cânticos turcos. No comentário áudio do realizador, este refere que foi um dos momentos mais intensos que alguma vez filmou. Acredito piamente.


segunda-feira, 21 de janeiro de 2008

Oliver Stone vs. George Bush


Oliver Stone tem sido um realizador profundamente comprometido com as causas políticas. Como ex-combatente do Vietnam, Stone tem certamente uma sensibilidade social e política muito própria. Dessa consciência resultaram filmes em discurso directo como "Platoon", "Nascido a 4 de Julho", "Salvador", "JFK", "Nixon", "Comandante" (sobre Fidel Castro) ou "WorldTrade Center". Todos estes filmes são, cada um à sua maneira, postos de observação crítica perante a sociedade americana, os políticos carismáticos do mundo e os conflitos da América (os interiores e os exteriores). Hoje é notícia que Oliver Stone se prepara para realizar um filme sobre... George W. Bush. Outra vez a veia política a vir ao de cima na carreira de Stone. O filme irá estrear, imagine-se, em Novembro próximo, mesmo a tempo de coincidir com as eleições norte-americanas. Será a figura de Bush assim tão interessante para fazer um filme? O que pretenderá Stone com este projecto? Denunciar a política republicana na Casa Branca e ajudar os democratas na eleição? Oliver Stone promete abordar de forma "justa" a vida e carreira política de Bush. Falta saber o que entende por "justo" o realizador. Oliver Stone é um realizador político muito astuto e talentoso ("JFK" ou "Nixon"são exemplos disso), daí que este seu próximo filme suscite muito interesse e expectativa.

domingo, 13 de janeiro de 2008

Hollywood ou Bollywood?



Já seria de prever. Uma vida tão atribulada (em termos políticos e humanos) como a da paquistanesa Benazir Bhutto, só podia dar em filme. Acontece que há duas indústrias cinematográficas interessadas em adquirir os direitos para levar à grande tela a vida da ex-presidente do Paquistão: Hollywood e... Bollywood. A primeira indústria é mundialmente conhecida e detém o monopólio global da criação, produção e distribuição de filmes. Bollywood, por seu lado, é a indústria do cinema indiano, capaz de gerar mais de 500 filmes por ano de série B (ou Z) - dramalhões folclóricos feitos a metro. Resta saber quem vai levar o troféu para o cinema: se um Oliver Stone da bem oleada e profissional Hollywood, se um qualquer realizador do cinema "pobre indiano". No que se refere à figura de Benazir Bhutto, é caso para dizer: "a minha vida dava um filme indiano".

sábado, 24 de novembro de 2007

Documentários políticos: visões e revisões


Num mundo globalizado e massificado pelas tecnologias da informação e comunicação, a realidade social e política toma contornos surpreendentes e cada vez mais imprevisíveis. Essa realidade já não é balizada com base em coordenadas estanques e uniformes: fenómenos globais como o terrorismo, a emigração ilegal, a pobreza, o racismo, os ideais fundamentalistas e radicais, a economia a reboque dos interesses do petróleo, os lobbies, a instabilidade social ou os conflitos étnicos e regionais, provam que o mundo é cada vez mais um mundo descoordenado, instável, inseguro e altamente complexo. Os grandes ideais políticos mobilizadores preconizados por Churchill ou John Kennedy parecem já ineficazes face à complexidade da realidade contemporânea.
Por seu turno, os EUA mantêm - fazendo uso do estatuto de única superpotência mundial - a sua supremacia militar, económica e política face ao resto do mundo. Mas por detrás dessa imagem de potência global, escondem-se segredos políticos que embaraçam a actual Administração Bush. O documentário “O Mundo Segundo Bush” (William Karel, 2004) é um crítico e polémico olhar sobre a presidência americana, as suas controversas políticas internas e externas, nas quais se revelam pormenores pouco conhecidos da administração Bush. Uma assombrosa investigação jornalística que expõe os segredos e mecanismos do poder, através de entrevistas aos protagonistas, detalhes de factos desconhecidos da opinião pública e manipulações de informação sobre temas tão controversos como a invasão do Iraque e as relações entre Bush e os magnatas do petróleo da Arábia Saudita (Bin Laden incluído). Longe da demagogia militante de Michael Moore.
Por outro lado, Robert McNamara, antigo Secretário de Defesa dos EUA dá-nos também uma visão surpreendente dos bastidores políticos do período mais delicado da política externa americana no brilhante documentário "Testemunhos de Guerra ("The Fog of War", 2003). Noutro ponto da barricada, Fidel Castro, resiste até ao fim no seu casulo comunista e anti-imperialista (o documentário "Fidel" de Oliver Stone). Os três documentários políticos (de produção recente)configuram, assim, uma espécie de trilogia surpreendente sobre o universo político mundial menos visível à opinião pública mundial. Para que todos possamos perceber melhor o mundo em que vivemos. Destes três filmes mencionados, o mais pertinente (e o melhor em termos estritamente cinematográficos) é o do premiado realizador Errol Morris. Ganhou o Óscar do melhor documentário de 2003. Trata-se de uma pertinente análise sobre o mandato dos presidentes Kennedy e Johnson, através de uma entrevista contundente do seu Secretário de defesa, o famoso e influente Robert McNamara. “Testemunhos de Guerra” aborda alguns dos factos mais importantes e delicados da história norte-americana dos últimos 40 anos, como o bombardeamento do Japão, a crise dos mísseis de Cuba e a controversa guerra do Vietname, factos que desencadearam consequências sociais, históricas e políticas ainda hoje vividas. Depois, a música original de Philip Glass outorga um cariz mais solene e austero às mensagens veiculadas pelo filme. Perante estes exemplos de intervenção cívica (porque é disso também que é feito um documentário), urge perguntar: quando é que em Portugal haverá algum realizador suficientemente corajoso para engendrar um documentário político que coloque, sem rodeios, o dedo nas feridas desta, aparentemente tácita, democracia representativa?