Para quem quer conhecer melhor toda a estética de Andrei Tarkovksy, e especialmente, o seu filme "Solaris", eis um belo vídeo-ensaio que explica os pormenores do trabalho visual e de realização do cineasta russo:
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domingo, 15 de novembro de 2015
segunda-feira, 19 de outubro de 2015
O que diz Tarkovski #23
"Na minha infância a minha mãe sugeriu que eu lesse 'Guerra e Paz' e, durante muitos anos, ela citou frequentemente o romance, chamando-me a atenção para a subtileza e as particularidades da prosa de Tolstoi. Desse modo, 'Guerra e Paz' tornou-se para mim uma espécie de escola de arte, um critério de gosto e profundidade artística. Depois desse livro nunca mais consegui ler porcarias literárias que sempre me causaram profundo desagrado."
sexta-feira, 9 de outubro de 2015
Cinema e saúde mental
No âmbito das comemorações do Dia Mundial da Saúde Mental da Escola Superior de Saúde de Viseu, fui convidado a dissertar sobre a relação entre o cinema e a saúde mental. Aceitei o desafio como aceitei, há três anos, dissertar sobre o suicídio e o cinema (ver aqui) num simpósio sobre o tema. O título que escolhi: "A Psique Cinematográfica: A Saúde Mental Representada no Cinema".
Foi um bom desafio que me obrigou a ver (ou rever) uma série de filmes e a investigar literatura especializada. Após elaborar uma pré-selecção de 60 filmes, reduzi a apresentação para 35 títulos que me pareceram absolutamente incontornáveis. Dois critérios essenciais serviram para essa selecção: a qualidade cinematográfica/artística de cada filme escolhido e a relevância temática.
Cheguei à conclusão que os distúrbios mentais mais frequentes abordados pelo cinema são: múltiplas formas de esquizofrenia, paranóia, transtorno obsessivo-compulsivo, comportamentos psicóticos, psicose maníaco-depressiva, transtorno bipolar, transtorno dissociativo de personalidade, etc.
A minha apresentação na Escola Superior de Cinema decorreu no dia 8 deste mês num auditório com 200 lugares lotados com estudantes de saúde mental, professores, enfermeiros, psicólogos e psiquiatras. Mostrei uma apresentação visual na qual constavam o título do filme, o realizador, o ano de produção e uma imagem ilustrativa (como estas duas que ilustram este post: "Shock Corridor" de Samuel Fuller e "Spider" de David Cronenberg). Depois ia dissertando sobre cada filme...
No final apresentei uma bibliografia especializada: cinema como terapia, loucura e cinema, psiquiatria e filmes, etc. Já não houve tempo para debate com a assistência.
Para dar o mote ao início da prelecção citei uma frase de uma personagem do filme “Grand Canyon” (1991) de Lawrence Kasdan: “Se estás com problemas vai ao cinema. Os filmes têm a resposta para todos os problemas da vida.”
Foi um bom desafio que me obrigou a ver (ou rever) uma série de filmes e a investigar literatura especializada. Após elaborar uma pré-selecção de 60 filmes, reduzi a apresentação para 35 títulos que me pareceram absolutamente incontornáveis. Dois critérios essenciais serviram para essa selecção: a qualidade cinematográfica/artística de cada filme escolhido e a relevância temática.
Cheguei à conclusão que os distúrbios mentais mais frequentes abordados pelo cinema são: múltiplas formas de esquizofrenia, paranóia, transtorno obsessivo-compulsivo, comportamentos psicóticos, psicose maníaco-depressiva, transtorno bipolar, transtorno dissociativo de personalidade, etc.
A minha apresentação na Escola Superior de Cinema decorreu no dia 8 deste mês num auditório com 200 lugares lotados com estudantes de saúde mental, professores, enfermeiros, psicólogos e psiquiatras. Mostrei uma apresentação visual na qual constavam o título do filme, o realizador, o ano de produção e uma imagem ilustrativa (como estas duas que ilustram este post: "Shock Corridor" de Samuel Fuller e "Spider" de David Cronenberg). Depois ia dissertando sobre cada filme...
No final apresentei uma bibliografia especializada: cinema como terapia, loucura e cinema, psiquiatria e filmes, etc. Já não houve tempo para debate com a assistência.
Para dar o mote ao início da prelecção citei uma frase de uma personagem do filme “Grand Canyon” (1991) de Lawrence Kasdan: “Se estás com problemas vai ao cinema. Os filmes têm a resposta para todos os problemas da vida.”
Os filmes foram citados por ordem cronológica.
"O Gabinete do Dr. Caligari” (1920) – Robert Wiene
“A Page of Madness” (1926) – Teinosuke Kinugasa
“Un Chien Andalou” (1929) – Luis Buñuel
“M - Matou” (1931) – Fritz Lang
“Spellbound” (1945) – Alfred Hitchcock
“The Snake Pit” (1948) – Anatole Litvak
“Él – O Alucinado” (1952) – Luis Buñuel
“As Três Faces de Eva” (1957) – Nunnally Johnson
“Psycho” (1960) – Alfred Hitchcock
“David e Lisa” (1962) – Frank Perry
“Shock Corridor” (1963) – Samuel Fuller
“Fogo Fátuo” (1963) – Louis Malle
“Repulsa” (1965) – Roman Polanski
"Persona" (1966) - Ingmar Bergman
“Uma Mulher Sob Influência” (1974) – John Cassavetes
“Jaime” (1974) – António Reis
“Voando Sobre um Ninho de Cucos” (1976) – Milos Forman
“Eraserhead” (1977) – David Lynch
“The Shining” (1980) – Stanley Kubrick
“Nostalgia” (1983) – Andrei Tarkovsky
“Misery” (1990) – Bob Reiner
“Despertares” (1990) – Penny Marshall
“Garota, Interrompida” (1999) – James Mangold
“Uma Mente Brilhante” (2001) – Ron Howard
“K-Pax” (2001) – Iain Softley
“As Horas” (2002) – Stephen Daldry
“Spider” (2002) – David Cronenberg
“O Aviador” (2004) – Martin Scorsese
“O Maquinsta” (2004) – Brad Anderson
“Loucuras de um Génio” (Doc, 2005) – Jeff Feuerzeig
“Bug” (2006) – Wiliam Friedkin
“Cisne Negro” (2010) – Darren Aronofsky
“Take Shelter” (2011) – Jeff Nichols
“Alive Inside” (Doc, 2013) – Michael Rossato-Bennett
“Pára-me De Repente o Pensamento” (Doc, 2014) – Jorge Pelicano
“Esta é a Minha Casa” (Doc, 2014) – Pedro Renca
“Birdman” (2014) – Alejandro Gonzalez Iñárritu
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quarta-feira, 26 de agosto de 2015
O que diz Tarkovski #22
"O cinema é um mistério. É um mistério para o próprio realizador. O resultado, o filme acabado, deve ser sempre um mistério para o realizador, caso contrário não seria interessante."
quarta-feira, 19 de agosto de 2015
Sobre "Solaris"
Eis um interessante ensaio em vídeo de 5 minutos sobre "Solaris" (1972) de Andrei Tarkovski. Para compreender melhor a visão artística e filosófica do realizador russo sobre a ciência, a ficção, e a existência humana na Terra.
terça-feira, 23 de junho de 2015
Cinema e arquitectura
Relacionar a estética de um realizador de cinema com a arquitectura não é algo assim muito óbvio. Mas depois de pensar um pouco e perceber que cada cineasta tem uma visão estética própria da vida urbana e da arquitectura, percebemos que essa relação é mais fácil de estabelecer.
Foi o que certamente pensou Federico Babina, designer e autor das maravilhosas criações em baixo: imagens de casas segundo o ponto de vista do imaginário plástico de cada cineasta. Ou seja, a casa imaginária segundo a perspectiva do cinema (e do mundo) de cada um dos cineastas. Quem conhecer bem os realizadores perceberá a relação visual com o estilo arquitectónico de cada casa.
Foi o que certamente pensou Federico Babina, designer e autor das maravilhosas criações em baixo: imagens de casas segundo o ponto de vista do imaginário plástico de cada cineasta. Ou seja, a casa imaginária segundo a perspectiva do cinema (e do mundo) de cada um dos cineastas. Quem conhecer bem os realizadores perceberá a relação visual com o estilo arquitectónico de cada casa.
Há mais exemplos aqui.
sábado, 20 de junho de 2015
O que diz Tarkovski #21
"O factor dominante e todo poderoso da imagem cinematográfica é o ritmo, que expressa o fluxo do tempo no interior do fotograma. É impossível conceber uma obra cinematográfica sem a sensação de tempo fluindo através de cada plano."
domingo, 12 de abril de 2015
O que diz Tarkovski #20
"Creio que tenho o dever de estimular a reflexão sobre o que é fundamentalmente humano e eterno em cada alma individual. A minha função como realizador é fazer com que todos os que vêem os meus filmes tenham consciência da sua necessidade de amar e de oferecer o seu amor, e que tenham consciência de que a beleza é parte integrante da vida".
terça-feira, 7 de abril de 2015
Béla Tarr e a filosofia
Em 1986 tinha acabado de estrear o filme "O Sacrifício" de Andrei Tarkovski. Um amigo meu que o tinha visto em Lisboa chegou ao pé de mim e disse-me: "Vais gostar porque sente-se Nietzsche por todo o lado".
Vem esta estória a propósito do site Taste of Cinema que publicou uma lista com os 15 filmes mais influenciados pela filosofia de Nietzsche (pode ser vista aqui). Por ser uma temática que me interessa (cinema e filosofia), li a publicação e fiquei surpreendido em constatar qual o filme em primeiro lugar: "O Cavalo de Turim" do húngaro Béla Tarr. Segundo o artigo, este filme condensa os princípios fundamentais da filosofia nietzschiana, como o conceito de Eterno Retorno, o nihilismo ideológico e o pessimismo existencial.
Na verdade, o filme de Tarr reflecte e aborda toda esta matéria e ficamos ainda mais convencidos quando pensamos que a grande ambição de vida do realizador era ter sido filósofo. Não foi filósofo no sentido tradicional e académico, mas praticou a filosofia realizando filmes.
Na verdade, o filme de Tarr reflecte e aborda toda esta matéria e ficamos ainda mais convencidos quando pensamos que a grande ambição de vida do realizador era ter sido filósofo. Não foi filósofo no sentido tradicional e académico, mas praticou a filosofia realizando filmes.
sexta-feira, 20 de março de 2015
Os (verdadeiros) primeiros filmes
Toda a gente sabe nomear um bom filme das filmografias de realizadores como Pedro Almodóvar, David Lynch, Sofia Coppola, Lars Von Trier, Martin Scorsese, Godard ou Roman Polanski. Mas poucos saberão dizer quais foram os seus primeiros filmes. E não me refiro às longas-metragens, mas sim às primeiras experiências cinematográficas no formato de curta-metragem. Por exemplo, quando falamos no primeiro filme de David Lynch julgamos que falamos do clássico de culto "Eraserhead" (1977) mas nada mais errado. O seu primeiro filme, no formato de curta é um desconcertante e surrealista filme chamado "The Alphabet" (na imagem em baixo).
É verdade que algumas dessas primeiras obras de cinema até foram bastante marcantes na vida de alguns realizadores. Por exemplo, "Un Chien Andalou" (1929) de Luis Buñuel ou "The Steam Roller and the Violin" de Andrei Tarkovski. No entanto, muitas das curtas-metragens de início de carreira de grandes cineastas ficaram esquecidas no tempo. Graças ao Youtube e ao site Taste of Cinema foi publicada uma preciosa lista com as "25 melhores curta-metragens de realizadores famosos". Realizadores de todas as épocas, nacionalidades e géneros estão aqui representados. Alguns destes pequenos filmes até já foram comentados neste blogue.
Para além de sinopse descritiva do filme, o site disponibiliza a visualização de cada uma das obras no Youtube. Uma boa forma de conhecer o trabalho menos conhecido de grandes mestre do cinema. Link.
domingo, 15 de março de 2015
A educação do meu gosto - 1
A educação do meu gosto - Cinema
Somos o que somos e gostamos do que gostamos porque estivemos sob influências de determinadas condicionantes. Ou como diria Ortega y Gasset: “Eu sou eu e a minha circunstância”.
Durante a minha adolescência gostava de filmes do Rambo e filmes de acção em geral. Mas também nessa altura comecei a ver filmes clássicos na televisão (RTP2), épicos históricos, de gangsters e westerns. A televisão espanhola passava aos sábados à tarde grandes filmes clássicos de Hollywood que via com sofreguidão. Um dia, numa noite num bar da minha cidade encontrei-me com um amigo mais velho. Um amigo com uma cultura vasta e de qualidade. Começámos a falar de cinema e fixei para sempre uma frase que me disse: “Tens de conhecer o cinema de Andrei Tarkovski, é um cinema metafísico de grande exigência estética”. Nunca tinha ouvido falar do cineasta russo mas fiquei altamente motivado para tal. Numa época sem internet e poucas enciclopédias disponíveis, lá procurei por esse Tarkovski. Até que um outro amigo, estudante de Comunicação Social, me gravou uma cassete VHS com o filme “Stalker” (na imagem). Vi-o nessa mesma noite e quase não consegui dormir atormentado por tantas interrogações que o filme me suscitou.
A descoberta de Tarkovski foi, certamente, o início da minha formação de gosto pelo bom cinema. A partir daí comecei a ler religiosamente as críticas de cinema nos jornais e revistas, os catálogos da Cinemateca, a procurar todos os livros sobre cinema da biblioteca pública e a conhecer cada vez mais a história do cinema desde as suas origens. Ou seja, o gatilho que me despertou para o cinema de qualidade foi o encontro com esse amigo num bar em finais dos anos 80.
Obrigado, António.
domingo, 8 de março de 2015
O que diz Tarkovski #19
"Em todos os meus filmes o tema das raízes sempre teve uma importância muito grande: laços com a casa paterna, com a infância, com o país, com a Terra. Sempre achei que fosse importante deixar claro que também pertenço a uma tradição particular, a uma cultura, a um círculo de pessoas ou ideias."
domingo, 1 de março de 2015
Mr. Turner: o mestre da luz

"Mr. Turner" de Mike Leigh é um filme magnífico. Se houvesse justiça nos Óscares seria nomeado para várias categorias (realização, fotografia, direcção artística, interpretação...). Para já só ganhou o prémio em Cannes para o esplêndido actor Timothy Spall no papel do pintor inglês.
William Turner, pintor da época do Romantismo inglês (século XIX), elevou a pintura paisagística quando tendeu ao quase abstraccionismo nas suas telas, sendo considerado hoje, além de génio universal da arte, precursor do Impressionismo.
O filme "Mr. Turner" retrata os últimos anos de vida e obra do pintor na Londres de meados do século XIX, um homem controverso e excessivo obcecado com o perfeccionismo da sua arte - ao ponto de ficar amarrado a um mastro de um navio em plena tempestade para reunir todos os dados empíricos dessa experiência que servissem para as suas pinturas.
Das várias sequências memoráveis do filme destaco desde logo a primeira que surge aos olhos do espectador: plano fixo de uma paisagem incrivelmente bela, um campo verdejante, um moinho e o pôr-do-sol resplandecente. Duas mulheres vão-se aproximando e a câmara começa a movimentar-se para a esquerda (a fazer lembrar um plano-sequência de Tarkovski) para acompanhar a deslocação das referidas mulheres. De repente, no exacto momento em que as mulheres deixam de estar em cena vislumbra-se ao fundo o vulto de um homem. A câmara fixa-se e revela o homem bem ao centro do plano, até que um close-up nos mostra que se trata de William Turner a tirar notas para as suas pinturas de paisagem.
Esta sequência, que tem pouco mais de 2 minutos, é um espantoso trabalho ao nível da realização e da composição plástica e visual. É minha convicção que o realizador Mike Leigh quis mostrar, logo a partir do primeiro plano, a beleza da paisagem que tanto inspirou Turner. Mais: estas imagens são como telas da pintura paisagística do pintor inglês, mestre da luz e das cores. Trata-se, em suma, de um pequeno momento de cinema tão superlativo e tão belo esteticamente que nos deixa sem palavras.
Eis a sequência de que falo:
Eis a sequência de que falo:


Nota: esta paisagem foi filmada em Herringfleet Mill, Suffolk, norte de Inglaterra.
quinta-feira, 29 de janeiro de 2015
O que diz Tarkovski # 17
"Se tentarmos agradar ao público, aceitando acriticamente as suas preferências, isso significará apenas que não temos respeito algum por ele, que só queremos o seu dinheiro. Em vez de educarmos o espectador através de obras de arte inspiradoras, estaremos apenas a ensinar o artista a garantir o seu lucro.
Da parte do público – satisfeito com aquilo que lhe dá prazer – continuará firme na convicção de estar certo, uma convicção no mais das vezes sem fundamento. Deixar de desenvolver a capacidade crítica do público equivale a tratá-lo com total indiferença."
sexta-feira, 14 de novembro de 2014
O que diz Tarkovski #16
"O assunto que abordo nos meus filmes é, na minha opinião, o mais crucial: a ausência de espaço para a existência espiritual na nossa cultura. Nós ampliamos a meta das nossas realizações materiais e conduzimos experiências materialistas sem levar em conta a ameaça que é privar o homem da sua dimensão espiritual. O homem está a sofrer, mas não sabe porquê. Ele sente uma ausência de harmonia e procura a sua causa."
domingo, 19 de outubro de 2014
Um jovem realizador chamado Trakovsky

Há uns anos, um jovem estudante russo de cinema chamado - curioso nome - Dmitry Trakovsky, realizou um documentário sobre o cineasta Andrei Tarkovsky (a propósito do vigésimo aniversário da sua morte). O documentário procurava aprofundar o legado artístico e filosófico do realizador russo, partindo de alguns dos seus principais temas (explanados no livro "Esculpir o Tempo" e em todos os seus filmes): tempo, memória, morte, espírito, arte, fé, razão, humanidade...
Nesse sentido, o jovem Dmitry Trakovsky procurou em "Meeting Andrei Tarkovsky" um olhar poético e conciso sobre a herança do pensamento e da arte de Tarkovsky, através de inúmeras entrevistas com actores que trabalharam com o realizador e familiares directos (o filho e a irmã de Andrei). O documentário foi aclamado pela crítica e foi editado em DVD via Amazon. numa edição limitada e assinada pelo realizador.
Por certo um filme a guardar juntamente com outros três documentários (reunidos numa só edição DVD) que fazem luz sobre a obra deste realizador único: "The Andrei Tarkovsky Companion" (com filmes de Chris Marker, Sokurov e Tonino Guerra).
O jovem realizador (nasceu em 1985) Dmitry Trakovsky:
sábado, 11 de outubro de 2014
O que diz Tarkovski #15
"Qual a essência do trabalho de um realizador? Poderia defini-la como 'esculpir o tempo'. Assim como o escultor trabalha um bloco de mármore e, guiado pela visão interior da sua futura obra, elimina tudo o que não faz parte dela, do mesmo modo o cineasta, a partir de um 'bloco de tempo', corta e rejeita tudo aquilo que não necessita. Desta forma deixa apenas o que deverá ser um elemento do futuro filme, revelando uma componente essencial da imagem cinematográfica."
sexta-feira, 19 de setembro de 2014
Tarkovsky: pai e filho
A relação e influência que a poesia de Arsenii Tartkovsky teve junto do seu filho realizador Andrei. Livro sobre poesia e cinema, duas artes maiores e centrais no universo tarkovskiano, numa edição acabada de editar e à venda na Amazon.
Imperdível.
A propósito da poesia de Arseni Tarkovsky, descobri uma entrevista realizada pelo jornal espanhol ABC (2002) à irmã do cineasta russo, Marina Tarkovskaia, na qual aborda a poesia do pai e a relação com os filmes do irmão. Nas duas perguntas sobre a poesia do pai e a sua relação com a arte cinematográfica do irmão, Marina diz isto:
--------------Desconhecia a poesia do seu pai. Pode falar-me dela?
Marina Tarkovskaia: Desde pequeno, Andrei e eu conhecíamos a poesia do meu pai, ainda que no regime soviético não se podia publicar os seus poemas porque ele não elogiava o partido Comunista nem Estaline. O seu primeiro livro devia ter sido publicado depois da segunda Grande Guerra mas quando já estava pronto, o Partido Comunista proibiu a sua edição. Só em 1962, quando tinha 55 anos, o meu pai conseguiu editar um livro. Chamava-se "Antes Que a neve Caia". O curioso é que nesse mesmo ano o meu irmão Andrei ganhou em Veneza com "A Infância de Ivan". Comecei a a conhecer mais a fundo a sua poesia mais tarde, quando compreendi que era um grande poeta.
Quais são os principais temas poéticos que aborda o seu pai?
Marina Tarkovskaia: Os mesmos temas que o Andrei abordava nos seus filmes. Os mundos criativos dos dois estão entrecruzados ao longo dos anos. Não é nenhuma surpresa se a poesia do meu pai está incluída nos filmes do meu irmão, como é o caso de "Stalker", "Nostalgia" e "O Espelho". O tema central destes filmes é o conhecimento de si mesmo. O meu pai tem poemas muito belos que falam de patriotas e de patriotismo, mas não no sentido social e propagandístico na velha tradição da União Soviética, mas numa perspectiva cultural
segunda-feira, 8 de setembro de 2014
Cinema: imagens visuais
Como muito bem defende (aqui) o crítico de cinema Mark Cousins, o que faz evoluir a história do cinema é, essencialmente, a associação de ideias visuais.
Reparem neste exemplo: três imagens de três filmes e épocas muito diferentes demonstram isso mesmo.
Os filmes são (por ordem):
- "Nymphomaniac" (2013) de Lars Von Trier
- "The Virgin Spring" (1960) de Ingmar Bergman
- "The Sacrifice" (1986) de Andrei Tarkovski
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