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segunda-feira, 15 de fevereiro de 2016

Ressuscitar com Kubik

Interrompo a "morte" deste blog por um motivo muito especial. Curiosamente, também para falar de morte. Mas neste caso, para dizer que a morte é aqui entendida como uma homenagem, uma dedicatória sentida ao meu pai, falecido há 8 meses. 
Como músico (projecto Kubik) senti necessidade de lhe prestar uma singela homenagem com uma música original. Só passado este tempo, com o devido distanciamento emocional, consegui compor a música que acompanha este vídeo. As imagens são evocações das memórias e das vivências do meu pai. E sendo uma homenagem, apesar de pessoal, tem mais sentido se for partilhada publicamente. 

Por isso ressuscito, momentaneamente, o meu blog para partilhar convosco esta música "Walking on Air" (a partir do poema "Atmosphere" de Ian Curtis/Joy Division). Depois o blog volta ao descanso eterno (ou talvez não)...

 

domingo, 25 de outubro de 2015

Maureen O'Hara

Maureen O'Hara, diva com cabelo cor de fogo do cinema clássico morreu aos 95 anos. A primeira vez que a vi foi no belo filme "How Green Was My Valley" (1947) de John Ford. Por causa dela (ok, não só por causa dela) este filme tornou-se no meu Ford favorito. Considerava-a uma das mais talentosas e belas actrizes da época de ouro de Hollywood.

quarta-feira, 17 de junho de 2015

A morte de Mozart

Neste meu post sobre os filmes que me provocaram lágrimas de emoção esqueci-me de uma sequência que mais comoção me provocou numa sala de cinema: a sequência da morte de Amadeus Mozart no filme "Amadeus" (1984) de Milos Forman. Há um comentário no Youtube que resume bem o impacto desta sequência: "If you watch this movie and don't get teared up at this scene...then you're surely made of stone." É realmente verdade: o filme magistral de Forman sobre a vida de Mozart termina com esta fabulosa sequência que, em três minutos e meio, sem diálogos, se revela a morte e funeral do génio da música clássica. Toda a sequência é acompanhada por uma das mais impressionantes composições musicais jamais escritas pelo ser humano: "Lacrimosa", o trecho musical mais dramático do "Requiem" de Mozart. 

Com a recente morte do meu pai voltei a ouvir a obra final de Mozart, uma obra de um fulgor musical e de uma elevação espiritual a toda a prova. E revi esta sequência do filme de Milos Forman. E no final voltei a verter lágrimas de emoção... porque não sou "feito de pedra".

domingo, 7 de junho de 2015

O meu pai

Custa tanto dizer isto: o meu pai morreu. 
Um pai nunca devia morrer tão cedo, devia haver uma lei que obrigasse os pais a viverem até aos 120 anos, com saúde e lucidez. Mas o meu querido pai morreu e deixou-me profundamente desolado e desorientado. Um pai dedicado e um avô extremoso como nunca conheci. 
Gostava que Terrence Malick, com a sua veia poética, fizesse um filme sobre o meu pai. Seria um filme belo, sensível e onírico. Enquanto Malick não faz um filme sobre o meu pai, deixo aqui uma singela homenagem com a música e letra que o poeta Allen Ginsberg escreveu sobre a morte de seu pai. Uma música que já me comovia antes do meu pai morrer (agora ainda mais):
   
Hey Father Death, I'm flying home 
Hey poor man, you're all alone 
Hey old daddy, I know where I'm going 

Father Death, Don't cry any more 
Mama's there, underneath the floor 
Brother Death, please mind the store 

Old Aunty Death Don't hide your bones 
Old Uncle Death I hear your groans 
O Sister Death how sweet your moans 

O Children Deaths go breathe your breaths 
Sobbing breasts'll ease your 
Deaths Pain is gone, tears take the rest 

Genius Death your art is done 
Lover Death your body's gone 
Father Death I'm coming home 

Guru Death your words are true 
Teacher Death I do thank you 
For inspiring me to sing this Blues 

Buddha Death, I wake with you Dharma 
Death, your mind is new Sangha 
Death, we'll work it through 

Suffering is what was born 
Ignorance made me forlorn 
Tearful truths I cannot scorn 

Father Breath once more farewell 
Birth you gave was no thing ill 
My heart is still, as time will tell. 

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PS - O blogue vai ficar inactivo os próximos dias até a minha mente e o meu coração ficarem mais libertos de dor.

sábado, 2 de maio de 2015

O legado de uma canção



Ben E. King faleceu e o seu maior legado foi a famosa canção "Stand By Me" composta em 1961. Canção plena de soul obteve imenso sucesso até aos dias de hoje. Consta que existem mais de 400 gravações oficiais com versões e milhares de interpretações de músicos e cantores amadores.
O jornal espanhol El País reuniu 10 icónicas versões, desde John Lennon aos U2, de Eric Clapton aos Imagine Dragons (versão que tem apenas uns meses).
Para ver e ouvir aqui.

segunda-feira, 12 de janeiro de 2015

No adeus a Anita

Ontem faleceu a Diva Anita Ekberg. Há 3 anos escrevi este post sobre ela:



Há dias li numa revista que há estrelas de cinema que envelhecem muito bem. Casos de actores e actrizes que são mais atraentes e "glamorosos" agora do que há 20 ou 30 anos. Não será por certo o caso da mítica actriz de Anita Ekberg, a voluptuosa mulher que contracenou com Marcello Mastroiani no filme "La Dolce Vita" de Fellini (de forma tão carismática que chegou a dizer: "Fui eu que fiz Fellini e não o contrário"). Enquanto que actrizes como Gina Lollobrigida ou Sofia Loren souberam manter a frescura e a beleza até aos 70 anos, Anita Ekberg desmazelou-se por completo e a decrepitude da velhice tornou-a quase irreconhecível.

Sinceramente, pensei que Anita Ekberg já tivesse morrido. Mas não. A ex-Miss Suécia 1950, que nas décadas de 50 e 60 foi uma sex-symbol a nível mundial (rivalizando com Brigitte Bardot), tem actualmente 79 anos e vive isolada em Itália. Não dá entrevistas e recusa-se a escrever as memórias. A sua carreira no cinema não foi tão auspiciosa como se poderia pensar. Para além de uma breve passagem por Hollywood (onde teve casos amorosos com os actores Errol Flynn, Yul Brynner, Frank Sinatra e Gary Cooper), o seu estrelato e glamour desvanceu-se a partir dos anos 70.

A sua última aparição no cinema foi, talvez de forma simbólica, num belo filme do mestre Federico Fellini, "Entrevista" (1984).

domingo, 28 de dezembro de 2014

2014 - O Adeus



Em 2014 desapareceram do mundo dos vivos muitas e grandiosas personalidades das artes e da cultura: do cinema à literatura, das artes plásticas à música. O mundo ficou mais pobre sem estes artistas.

Nota: selecção da minha responsabilidade (nomes ordenados alfabeticamente):

Alain Resnais, Realizador (91 anos)
Bobby Wamack, músicos e compositor (70 anos)
Bob Hoskins, Actor (72 anos)
Charlie Haden, Músico de Jazz (76 anos)
Claudio Abbado, Maestro (80 anos)
Elli Wallach, Actor (99 anos)
Frankie Knuckles, DJ (59 anos)
Gabriel García Marquez, Escritor e Jornalista (87 anos)
Gordon Willis, Director de Fotografia (84 anos)
H.R. Giger, Pintor e Escultor (74 anos)
Harold Ramis, Actor (70 anos)
Joe Cocker, Cantor (70 anos)
João Ribas, Músico dos Censurados (49 anos)
James Garner, Actor (86 anos)
João Ubaldo Ferreira, Escritor (73 anos)
José Wilker, Actor (69 anos)
Jimmy Scott, Cantor de Jazz (89 anos)
Lauren Bacall, Actriz (89 anos)
Mike Nichols, Realizador (83 anos)
Mickey Rooney, Actor (93 anos)
Manoel de Barros, Poeta (97 anos)
Miklós Jancsó, Realizador (92 anos)
Nelson Ned, Cantor (66 anos)
Nadine Gordimer, Escritora (90 anos)
Paul Mazursky, Actor e Realizador (84 anos)
Pete Seeger, Músico (94 anos)
Paco de Lucia, guitarrista de flamenco (66 anos)
Philip Seymour Hoffman, Actor (47 anos)
Robert Ashley, Compositor (83 anos)
Robin Williams, Actor (63 anos)
Richard Attenborough, Realizador e Actor (90 anos)
Shirley Temple, Actriz (85 anos)
Tomy Ramone, Músico dos Ramones (65 anos)
Vasco Graça Moura, Poeta e Ensaísta (72 anos)
Virna Lisi, Actriz (78 anos)

quarta-feira, 13 de agosto de 2014

Bacall, a última Diva despede-se

Depois da notícia trágica de ontem com a morte de Robin Williams, agora a notícia repete-se com o desaparecimento, aos 89 anos, da Diva do cinema clássico de Hollywood, Lauren Bacall, uma das mais belas e sedutoras actrizes de sempre. 
Onde quer que esteja, Humphrey Bogart já tem a companhia da sua amada...

terça-feira, 12 de agosto de 2014

A morte de Robin

Poderá ser um lugar-comum dizê-lo, mas a comédia e a tragédia são faces da mesma moeda. Na arte como na vida. Robin Williams era um grande actor cómico, também o foi nos poucos desempenhos dramáticos que teve no grande ecrã. Na chamada vida real era um ser humano como qualquer outro, com fraquezas e angústias severas (quem nem sempre deixava transparecer para o grande público). Com a sua personalidade enérgica e a sua veia humorística indubitável, Robin fez milhões de pessoas felizes. Mas o seu temperamento escondia um lado deveras sombrio e emocionalmente desequilibrado. O seu suicídio foi, aparentemente, o epílogo de um longo e penoso processo depressivo e de dependências de drogas e álcool.  

Relato aqui o testemunho de uma entrevista do jornalista e crítico de cinema Eurico de Barros que foca o temperamento do malogrado actor de "O Clube dos Poetas Mortos":

"Aqui há uns anos, entrevistei Brian De Palma no Festival de Cannes. No final, já com o gravador desligado, e por De Palma se ter revelado uma das pessoas mais joviais e bem-dispostas com quem falei no mundo do cinema, a conversa derivou para os temas da felicidade e da tristeza, e o realizador de 'Vestida para Matar' disse-me isto: "Algumas das pessoas mais descontraídas, bem-humoradas e de bem com a vida que conheço realizam filmes policiais e de 'suspense' como os meus, e filmes de terror dos mais tremendos. Mas olhe que entre as pessoas mais infelizes, depressivas e instáveis com que me cruzei nesta indústria, estão os cómicos. É impressionante." E citou-me alguns nomes que considerava serem exemplos extremos, entre os quais o de Robin Williams. 
Foi logo desta confidência de Brian De Palma que me lembrei, quando soube, há pouco, da morte trágica de Robin Williams."

Eurico de Barros (via Facebook)

domingo, 6 de abril de 2014

A morte de Anja



É daquelas notícias que, infelizmente, passam ao lado dos meios de comunicação social: a laureada fotojornalista alemã, Anja Niedringhaus, de 48 anos, foi esta sexta-feira abatida a tiro por um comandante da polícia afegã. A fotojornalista da agência Associated Press estava a cobrir os preparativos para as eleições presidenciais deste sábado no Afeganistão. Galardoada com o prémio Pulitzer, em 2005, pela cobertura da guerra do Iraque, Niedringhaus nunca teve, nem quis ter, uma fotografia favorita: “Todos os dias é uma diferente”, costumava afirmar.
Anja procurava captar réstias de humanidade no meio da guerra e do sofrimento. Algumas das suas espantosas fotografias fazem já parte da história do fotojornalismo mundial dos últimos anos:



segunda-feira, 3 de fevereiro de 2014

Seymour Hoffman: as reacções

Mia Farrow, Susan Sarandon, Steve Martin e Val Kilmer foram apenas quatro actores que manifestaram publicamente (via Twitter) o seu pesar pelo desaparecimento abrupto de Philip Seymour Hoffman. Palavras sentidas de homenagem e respeito pela morte de um grande artista.
Ler aqui outros testemunhos.

domingo, 2 de fevereiro de 2014

A morte de um dos grandes

Desapareceu hoje um dos maiores actores da sua geração: Philip Seymour Hoffman.
Impressionou-me logo no primeiro filme em que o vi: "Felicidade" (1998) de Todd Solondz. Seguiram-se grandes interpretações nos anos seguintes em filmes marcantes como "Magnolia" (1999), "Punch-Drunk Love" (2002), "Capote" (2005 - na imagem no filme que lhe valeu um Óscar), "Doubt" (2008) ou o recente "The Master" (2013).
Espero que a próxima cerimónia dos Óscares se digne a fazer-lhe uma merecida e justa homenagem.

quinta-feira, 2 de janeiro de 2014

Top 2013 - O adeus de artistas



Bigas Luna (Cineasta)
Ray Harryhausen (Animador de efeitos especiais)
Ray Manzarek (Músico - The Doors)
Patti Page (Cantora)
Jeff Hanneman (Guitarrista - Slayer)
Aleksei Balabalov (Cineasta)
Georges Moustaki (Cantor)
Cory Monteith (Actor)
Donald Byrd Músico de jazz)
Dennis Farina (Actor)
Esther Williams (Actriz)
Jesús Franco (Cineasta)
J.J. Cale (Músico)
Patrice Chéreau (Cineasta e encenador)
Doris Lessing (Escritora)
Ian Banks (Escritor)
Jean Stapleton (Actriz)
Cláudio Calvancanti (Actor)
John Tavener (Compositor)
Urbano Tavares Rodrigues (Escritor)
Elmore Leonard (Escritor e argumentista)
Seamus Heaney (Poeta)
Otto Sander (Actor)
James Gandolfini (Actor)
António Ramos Rosa (Poeta)
Nagisa Oshima (Cineasta)
Paul Walker (Actor)
Nadir Afonso (Pintor)
Joan Fontain (Actriz)
Peter O'Toole (Actor)
Tom Sharpe (Escritor)
Lou Reed (Músico - The Velvet Underground)
Wojciech Kilar (Compositor de cinema)
Sara Montiel (Actriz e cantora)
(...)


domingo, 15 de dezembro de 2013

O'Toole

Morreu Peter O'Toole, um dos últimos grandes actores de formação teatral e clássica.
O'Toole era um actor de enorme elegância e dono de um olhar azul penetrante. A última vez que vi um filme do actor que fez o clássico "Lawrence da Arábia" foi em 2006: protagonizou (na imagem) um reformado no filme "Venus" de Roger Michell. Uma bela história de amizade com uma adolescente irreverente. 
A propósito deste filme e de outros filmes de "velhos", escrevi isto.

quinta-feira, 7 de novembro de 2013

Lou na Rolling Stone

De todas as publicações especializadas em música e cultura que vi sobre a morte de Lou Reed, esta foi a que mais me impressionou: a capa da célebre e icónica revista Rolling Stone é despojada e visualmente marcante. O rosto do músico falecido, ainda jovem, óculos escuros Ray Ban, ocupa todo o espaço disponível da capa. Não há necessidade de frases grandiloquentes visíveis, apenas constam o nome do artista e as respectivas datas de nascimento e de falecimento. 
É uma capa aparentemente simples e fácil de compor em termos gráficos, mas produz resultados de forte impacto no imaginário do leitor.

terça-feira, 5 de novembro de 2013

"A Bela Suicida"

No dia 1 de Maio de 1947, Evelyn McHale, de 23 anos, depois de discutir com o seu namorado, lançou-se para o vazio desde o miradouro situado no andar 86 do famoso Empire State Building de Nova Iorque (no bolso do seu casado havia uma nota: "Ele está muito melhor sem mim, não seria uma boa esposa").
No outro lado da rua, Robert Wiles, estudante de fotografia, ao ouvir o tremendo impacto aproximou-se com  a sua câmara e fotografou o corpo da bela jovem que caíra sobre o tecto de uma limusine de um mandatário das Nações Unidas, estacionada perto da Quinta Avenida. Esta fotografia correria mundo e ficou conhecida como "The Most Beautiful Suicide".
"A Bela Suicida". 
A imagem de Evelyn morta no meio dos destroços da limusine é, ao mesmo tempo, chocante e enternecedora. E prova como a morte e o acto suicida, por mais brutal que seja, pode ter contornos poéticos. A fotografia quase parece encenada: repare-se como a sua mão esquerda parece acariciar o colar de pérolas. A serenidade do seu rosto, as pernas cruzadas e a elegância do seu corpo como se estivesse simplesmente deitada a descansar - sem vestígios de sangue - no meio da destruição, criam uma imagem quase onírica (terá sido esta imagem que motivou David Cronenberg a realizar o filme "Crash"?). 
A fotografia apareceu publicada em Maio de 1947 na revista Life e anos mais tarde, em 1963, o guru da Pop Art, Andy Warhol, fascinado pela iconografia trágica, utilizou a mesma foto de Robert Wiles para criar um quadro intitulado "Suicide" ("Fallen Body").

domingo, 27 de outubro de 2013

Na morte de Lou Reed


Hoje morreu Lou Reed.
Figura icónica do rock, Lou Reed foi para mim o génio que revolucionou o rock com os seminais The Velvet Underground (apadrinhados por Andy Warhol). Foi com esta banda, em Nova Iorque, que Lou Reed marcou toda uma geração e influenciou várias outras de ouvintes e de músicos e guitarristas.
Neste dia e nos próximos, muitas homenagens irão acontecer, sobretudo ao som dos seus hinos "Perfect Day" ou "Walk on The Wild Side". Mas na carreira a solo de Reed há um disco que poucos conhecerão mas que se tornou num disco maldito da história do rock (e se formos rigorosos, de toda a história da música).
Lou Reed, uns anos após o fim dos Velvet Underground, em 1975, grava essa infâmia e embuste (para uns) ou obra genial e visionária (para outros tantos): "Metal Machine Music" (incluo-me no segundo grupo de opiniões).

Num aspecto todos estão de acordo: trata-se de um registo radical, concebido e gravado sem concessões, feito à base de feedback de guitarra e de manipulação de ruído branco. Reed disse que gravou o disco "completamente pedrado". Acredito. Já foi considerado o pior álbum de rock de sempre e já foi incluído na lista dos discos mais inovadores de sempre. Em que ficamos?

Na verdade, o disco vale sobretudo como testemunho conceptual e experimental, mais do que estritamente musical. Deve tanto ao rock de guitarras dos Velvet como aos princípios estéticos e teóricos de La Monte Young, de John Cage ou dos concretistas Pierre Schaeffer e Pierre Henry. Deve também à teoria dos "intonarumori", as célebres máquinas de produzir ruído industrial do futurista italiano Luigi Russolo. E é um disco que influenciou bandas tão diversas como os Sonic youth, Glenn Branca ou Throbbing Gristle, Merzbow e todos os subgéneros do noise, do industrial e do electro-acústico. Ouvi-lo na íntegra é deveras uma experiência exigente e dura, muito diferente de ouvir uma canção de Lou Reed do álbum "Transformer" (1972).

Mas a verdade é que, ao longo destes 30 e tal anos, não acredito que alguém, alguma vez, tenha ouvido "Metal Machine Music" do princípio ao fim sem ter tido lesões cerebrais irreversíveis. Mas quem sabe, tratar-se-ia de uma experiência limite no teste à capacidade auditiva humana. Não eram os Einstürzende Neubeutan que defendiam que "é preciso ouvir com dor"?

O disco já foi apresentado ao vivo por diversas vezes, como demonstra esta actuação do colectivo de música experimental Zeitkratzer com a própria presença de Lou Reed (versão mais soft do que no disco):

terça-feira, 2 de julho de 2013

Hollywood: o lado trágico

Sabemos como o mundo do estrelato artístico (cinema, música ou literatura) é um mundo de fama e proveito mas também de muitas tragédias e sofrimentos. Hollywood, neste aspecto em particular, tem sido um autêntico viveiro de desgraças (mais ou menos anunciadas, mas ou menos surpreendentes). Excessos derivados a drogas, álcool, doenças súbitas ou comportamentos de risco (como a alta velocidade automóvel) proporcionaram mortes precoces. E ceifaram vidas e carreiras auspiciosas. 
James Dean ou Rudolfo Valentino são apenas dois exemplos mais famosos.
Sabia que a Diva do cinema Carol Lombard morreu com apenas 32 anos vítima de desastre de avião? Ou que a actriz Natalie Wood morreu afogada aos 42 anos? E que Veronica Lake, a sensual e esbelta loura do cinema clássico, morreu de hepatite aos 54 anos?
Este vídeo compila alguns desses casos de vida do cinema que acabaram de forma trágica e cedo demais. Mas atenção: a lista está consideravelmente incompleta.

terça-feira, 7 de maio de 2013

A morte de Ray

Hoje morreu, aos 92 anos, um dos grandes mestres - ainda que pouco conhecido das massas - do cinema mundial: Ray Harryhausen
O chamado pai dos efeitos especiais e artista maior da animação "stop-motion" (que tanto influenciou Tim Burton), Harryhausen foi responsável por uma autêntica revolução na arte dos efeitos especiais, dando vida a esqueletos guerreiros, serpentes gigantes ou monstros imaginários em filmes dos anos 40 a 70.
Quando estive em Londres no verão passado, visitei o magnífico London Film Museum no qual estava patente uma grande ala dedicada à obra de Ray Harryhausen (que o próprio inaugurou - ver aqui). 
Nessa exposição, intitulada "Myths & Legends",  pude ver maquetas utilizadas por Harryhausen em filmes de ficção científica, fotografias de rodagem, modelos de bonecos, storyboards, técnicas de animação, etc. 
Estas são as fotografias que tirei nessa exposição temporária do museu: