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terça-feira, 10 de junho de 2014

Biopic sobre os VU?

Os biopics de personalidades musicais estão na moda em Hollywood. Os próximos sonantes são os filmes sobre a vida de James Brown e de Whitney Houston
Na realidade, há poucos bons filmes biográficos de músicos que me interessam. O melhor dos últimos anos foi "Control" sobre Ian Curtis/Joy Division. Haveria um biopic que me interessaria muito: The Velvet Underground.
Mas para tal era preciso saber qual seria o realizador ideal para tal empreitada (e numa segunda fase, saber quais seriam os actores). Que cineasta poderia reunir os requisitos artísticos e a sensibilidade (cinematográfica e musical) para levar a bom porto um projecto destes? 
Eu arrisco: 

- Anton Corbijn 
- Gus Van Sant 
- Paul Thomas Anderson
- Abel Ferrara
- Martin Scorsese 
- Jim Jarmusch 
- Clint Eastwood 
- Darren Aronofsky 
- Steven Soderbergh 
- Joel e Ethan Coen

terça-feira, 26 de junho de 2012

terça-feira, 8 de maio de 2012

Barton Fink



Ontem revi no canal Hollywood o magnífico filme "Barton Fink" (1991) de Joel e Ethan Coen: é a história de um argumentista que, tendo sucesso no teatro da Broadway nos anos 40, é contratado para trabalhar na meca do cinema, Hollywood, no intuito de escrever argumentos para filmes de guerra série B. John Turturro (na imagem), no papel de Barton Fink, é magistral na forma como encarna o papel de um argumentista perturbado e desinspirado por diversos acontecimentos surreais.
Aliás, todo o filme é perpassado por uma atmosfera kafkiana, tensa e enigmática. Quaise diria que tem um toque kubrickiano, na forma como encena determinadas cenas. O filme é sobre o trabalho de escrita, sobre a criatividade das palavras, sobre os sonhos desfeitos, sobre a crise de inspiração, sobre o cinema "himself". 
Foi o primeiro filme dos irmãos Coen a ganhar prémios em Cannes (Palma de Ouro, Melhor Actor e Melhor Realizador) e, para mim, continua a ser o meu filme preferido dos autores de "No Country for Old Man".

domingo, 11 de março de 2012

Woody Allen como... gigolo

Uma notícia bem interessante: em 1986 o actor John Turturro fez parte do elenco de um dos melhores filmes de Woody Allen, "Hannah and Her Sisters".
Depois destes anos todos, nunca mais se encontraram profissionalmente. Até agora. O actor (e também realizador) John Turturro convidou Woody Allen a participar no seu próximo filme, com o sugestivo título "Fading Gigolo". E Allen é o actor que irá interpretar o papel de gigolo, na companhia de duas actrizes bem fogosas: Sharon Stone e Sofia Vergara.
Veremos como Woody Allen se vai aguentar nesta comédia de John Turturro (que, diga-se a talhe de foice, é o actor princinpal do meu filme preferido dos irmãos Coen - "Barton Fink").

terça-feira, 11 de outubro de 2011

A diferença entre Filme e Fita


Confuso sobre a diferença entre o conceito de "filme" e de "fita"?
Nada como consultar o "Dicionário de Cinema Para Snobs" para esclarecer quaisquer dúvidas:

É uma Fita se for capa da Premiere.
É um Filme se for capa dos Cahiers du Cinéma.

É uma Fita se for a preto-e-branco por ser velho.
É um Filme se for a preto-e-branco por ser à Jim Jarmusch.

É uma Fita se aparecerem mamas e rabos.
É um Filme se aparecerem pénis.

É uma Fita quando o protagonista é atirado através de uma vitrina.
É um Filme quando o protagonista sente desejo sexual por rapazinhos, pela sua mãe ou pela sua irmã.

Quando Billy Cristal tem vontade de realizar, faz uma Fita.
Quando Clint Eastwood tem vontade de realizar, faz um Filme.

É um Filme se vem do subcontinente indiano, mesmo que os habitantes do subcontinente indiano pensem que é uma Fita.

Bruce Willis, um tipo das Fitas, ganhou credibilidade nos Filmes ao entrar em Pulp Fiction.
Steve Buscemi, um tipo dos Filmes, ganhou credibilidade nas Fitas ao entrar em Armageddon.

Tom Waits nunca irá aparecer numa Fita.
Tom Hanks nunca irá aparecer num Filme.

Os irmãos Coen são realizadores fãs de Fitas que fazem Filmes .

segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

Óscares 2011 - Um balanço


Notas em jeito de balanço telegráfico sobre a cerimónia dos Óscares 2011:
_______
- No cômputo geral, uma cerimónia muito morna e previsível. Aborrecida, mesmo, em vários momentos. Sem ritmo, sem rasgos de “espectáculo televisivo”.
- Momentos musicais deploráveis (aproveitou-se Randy Newman, ainda que com falhas técnicas no microfone), com especial destaque para a montagem vídeo de homenagem aos realizadores e actores falecidos, acompanhados com uma canção insuportavelmente pirosa de Celine Dion (aguentar isto às 4h da manhã é só para estóicos!).
- Os apresentadores/anfitriões, James Franco e Anne Hathaway, actores da mesma geração (para captar público jovem), não conseguiram estimular a plateia. Anne esteve mais desinibida e comunicativa (e canta bem), mas Franco foi monótono e pouco expressivo. Parecia até desconfortável. Patético o momento em que James Franco se disfarçou de… Marilyn Monroe! Mais interessante foi a forma como Franco actualizou, praticamente em tempo real, o seu blog com vídeos de bastidores enquanto decorria a própria cerimónia.
- Boa surpresa (e ovação de pé) da noite: o regresso ao palco de Billy Cristal (porventura o melhor e mais consensual apresentador de sempre dos Óscares), que contribuiu com algumas boas piadas a propósito da sua referência - Bob Hope.
- O início demolidor do discurso de agradecimento de Charles Ferguson, realizador do documentário “Inside Job” sobre a crise financeira mundial: “Desculpem, mas tenho de começar por dizer que, depois de três anos de uma crise financeira terrível causada por uma fraude massiva, nem um responsável executivo financeiro tenha sido preso!”. Reacção do público: um misto de salva de palmas com assobios.
- O artista anónimo Banksy (nomeado para a categoria de documentário) foi proibido de entrar no Kodak Theatre disfarçado e especulava-se sobre a sua eventual presença (disfarçado ou não). Quando Justin Timberlake se aproximou do microfone para anunciar os nomeados para esta categoria, disse: “Boa noite, eu sou… Banksy”.
- A actriz Melissa Leo ganhou o Óscar como Melhor Actriz Secundária por “The Fighter” e deixou escapar nos agradecimentos um “fuck” (que não foi transmitido pela televisão americana por causa do “delay” da realização – já a contar nestas eventualidades).
- Surpreendente aparição do veterano actor Kirk Douglas (95 anos), a mandar piadas à Anne Hathaway (“Oh Anne! Por onde andavas quando eu era um jovem actor?”). Apesar da manifesta debilidade física, revelou grande dose de humor e animou a plateia.
- Javier Bardem e Josh Brolin surgiram ambos vestidos de igual: smoking branco, à “empregado de mesa”!
- As piadas já gastas a Charlie Sheen.
- O Óscar de melhor banda sonora original para Trent Reznor e Atticus Ross por “A Rede Social”. Quem diria, há uns anos atrás, que o ex-mentor da banda industrial Nine Inch Nails viria a ganhar um Globo de Ouro e um Óscar?
- Óscar esperado – mais ainda assim merecido – para Natalie Portman.
- Os Óscares bem entregues a “Inception” nas categorias técnicas.
- Irmãos Coen de mãos vazias.
- Já não há paciência para os desfiles das actrizes na "passadeira vermelha" e as entrevistas dos jornalistas a perguntar de que estilista é o vestido...

sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

Os irmãos Quay


No cinema existem os irmãos Coen e os irmãos Quay.
Os primeiros são sobejamente conhecidos e reconhecidos - por causa dos Óscares por "Este País Não é Para Velhos" e as nomeações por "Indomável".
Já os segundos, os Quay, irmãos americanos e gémeos verdadeiros, gozam de muito menos popularidade, mas possuem altíssimo reconhecimento artístico dentro da área em que se movimentam.
Fazem cinema de animação, misturando múltiplas técnicas de animação (sobretudo bonecos, marionetas, objectos). O seu cinema é visualmente apelativo, com elaborados jogos de luz e de sombras, ambientes surrealistas e densos, preocupação pelos detalhes narrativos, movimentos de câmara invulgares no universo do cinema de animação.
Tim Burton afirma que o imaginário dos Quay exerceu grande influência no seu cinema. Foram eles que conceberam um dos mais notáveis videoclips da história da música pop - "Sledgehammer" de Peter Gabriel.
Por outro lado, Terry Gilliam dos Monty Python elege os irmãos Quay como os mais criativos realizadores de animação dos últimos 30 anos. Vale bem a pena descobri-los.

terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

Desenhos de filmes

Algumas crianças e adolescentes foram desafiados a desenhar cenas célebres de diversos filmes (alguns desenhos foram feitos no simples programa Paint de um vulgar computador). Para além da graciosidade dos desenhos em si, ressalta a ideia de que crianças vêem filmes para os quais não têm ainda idade (por causa da violência).
Eis o resultado:
"300"


"The Dark Knight"

"Wall.E"

"Kill Bill 2"

"A Guerra dos Mundos"

"Saw"

"Forrest Gump"

"The Good, The Bad and the Ugly"

"No Country For Old Men"

domingo, 24 de outubro de 2010

quinta-feira, 7 de outubro de 2010

Os irmãos Coen no Oeste

Os irmãos Coen mostraram ao mundo o trailer do novo filme, "True Gift", com Matt Damon, Jeff Bridges e Josh Brolin. Um western. A história de vingança de uma criança de 14 anos a quem matam o pai. Estreia no dia de Natal nos EUA.

quinta-feira, 30 de setembro de 2010

As opiniões de Botelho


Ouvi quase na íntegra a entrevista do realizador João Botelho no programa "Prova Oral" da Antena 3, a propósito do seu último filme - "O Filme do Desassossego". E gostei do que ouvi. O João Botelho é um cineasta formado na velha e boa cinefilia dos anos 60, no "Cinema Novo", no gosto pelo cinema clássico europeu.
Eis algumas das opiniões e frases soltas que proferiu (desgarradas do contexto, eu sei, mas pronto, não consegui captar tudo...):
- O filme que gostaria de ter feito é "Amor de Perdição" de Manoel de Oliveira.
- O seu realizador preferido é John Ford e o seu filme preferido de sempre é "Young Mr. Lincoln" do mesmo realizador.
- Considera que hoje em dia os adultos já não vão ao cinema como antigamente; os filmes de Hollywood são direccionados para os adolescentes e jovens (faixa 14 - 22 anos). Referiu que certas séries televisivas norte-americanas são de melhor qualidade do que a maior parte do cinema de Hollywood.
- Preferia fazer um filme em Bollywood do quem em Hollywood.
- Conviveu, todos os dias, durante 4 anos, com João César Monteiro.
- Adora o cinema de Buñuel, Ozu, Bresson, Welles, Rossellini, Visconti, Ophuls, Oliveira...
- Aprendeu muito com o mestre Manoel de Oliveira. Uma vez este disse-lhe: "Se não tiveres dinheiro para filmar uma carroça, filma apenas a roda, mas tem é de ser bem filmada!"
- Teve contacto com o conteúdo da Arca de Fernando Pessoa há 30 anos, com os manuscritos, os óculos, e canetas do escritor.
- Considera que o actor que interpreta Bernardo Soares, Cláudio da Silva, é um misto dos actores Gael Garcia Bernal e Johnny Depp. Disse-lhe para nunca pestanejar durante as filmagens. O actor só pestanejou quando acendeu um cigarro.
- Podiam-se fazer dezenas de filmes diferentes a partir do "Livro do Desassossego" de Pessoa.
- Manoel de Oliveira "inventou" a "5ª idade" à qual espera chegar.
- Questionado sobre se gostaria de fazer um filme sobre futebol, Botelho referiu que não, porque o futebol é muito difícil de filmar, de captar as emoções do jogo. Gostou moderadamente do documentário de Kusturica sobre Maradona e do "Zidane - Um Reatrato do Século XXI".
- Do cinema contemporâneo gosta dos irmãos Coen, de Tim Burton e de Wes Anderson.

sexta-feira, 4 de junho de 2010

O argumentista Barton Fink


Apesar de muito pouca gente valorizar o papel dos argumentistas no cinema, estes detêm grande parte da responsabilidade pelo sucesso ou insucesso de uma série de televisão ou de um filme. Com alguma malícia, é voz corrente dizer-se que, quando uma "sitcom" consegue o êxito, os responsáveis são os actores; quando há insucesso, a culpa é sempre dos argumentistas.
Seja como for, não me ocorre filme mais propício sobre este assunto do que o magnífico "Barton Fink" (1991) de Joel e Ethan Coen: é a história de um argumentista que, tendo sucesso no teatro da Broadway, é contratado para trabalhar na meca do cinema, Hollywood, no intuito de escrever argumentos para filmes de guerra série B.
John Turturro (na imagem), no papel de Barton Fink, é magistral na forma como encarna o papel de um argumentista perturbado e desinspirado por diversos acontecimentos surreais. Aliás, todo o filme é perpassado por uma atmosfera kafkiana, tensa e enigmática. O filme é sobre o trabalho de escrita, sobre a criatividade das palavras, sobre os sonhos desfeitos, sobre a crise de inspiração, sobre o cinema "himself".
A realização é soberba, as interpretações superlativas (com John Goodman e Judy Davis), o argumento fascinante. Foi o primeiro filme dos irmãos Coen a ganhar prémios em Cannes (Palma de Ouro, Melhor Actor e Melhor Realizador) e, para mim, continua a ser o meu filme preferido dos autores de "No Country for Old Man".

domingo, 27 de dezembro de 2009

2009 - Os filmes

Confesso que não pensei muito para fazer esta lista. Fiz umas pesquisas rápidas, tomei o pulso aos filmes que mais gostei de ver no ano e pronto. Por isso é provável que falte algum título nesta lista (se tiver paciência farei uma selecção dos filmes da década).
Convém dizer que ainda não vi filmes muito esperados e elogiados (lá fora) e que deverão estrear no próximo ano em Portugal: "Serious Man" de Joel e Ethan Coen, "The Lovely Bones" de Peter Jackson, "Um Profeta" de Jacques Audiard, "Invictus" de Clint Eastwood, "The Road" de John Hillcoat, "Shutter Island" de Martin Scorsese, "The Fantastic Mr. Fox" de Wes Anderson, "Imaginarium of Doctor Parnassus" de Terry Gilliam, "Precious" de Lee Daniels, "Up in the Air" de Jason Reitman (...).

Os links remetem para posts sobre os respectivos filmes:

1 - "Anticristo" de Lars Von Trier
2 - "O Laço Branco" de Michael Haneke
3 - "Gran Torino" de Clint Eastwood
4 - "Whatever Works" de Woody Allen
5 - "Inglorious Basterds" de Quentin Tarantino
6 - "The Wrestler" de Darren Aronofsky
7 - "Inimigos Públicos" de Michael Mann
8 - "Two Lovers" de James Gray
9 - "Deixa-me Entrar" de Tomas Alfredson
10 - "Where The Wild Things Are" de Spike Jonze
11 - "The Hurt Locker" de Kathryn Bigelow
12 - "A Orfã" de Jaume Collet-Serra

Fiascos do ano: "Actividade Paranormal" e "2012"
Filme revelação do ano: "Moon" de Duncan Jones
Melhor filme de animação: "Mary and Max", seguido de "Coraline" e "Up"
Interpretação do ano: Christoph Waltz em "Inglorious Basterds"

domingo, 20 de dezembro de 2009

A Serious Man

Gosto muito deste poster do novíssimo filme dos irmãos Coen (um regresso à comédia negra dos autores de "Fargo").

domingo, 29 de novembro de 2009

Melhores filmes da década?


O The Hollywood Reporter elaborou uma lista dos dez melhores filmes da última década:

1 - "Cartas de Iwo Jima" (2006) - Clint Eastwood
2 - "Voo 93" (2006) - Paul Greengrass
3 - "Este País Não é Para Velhos" (2007) - Ethan and Joel Coen
4 - "Testemunhos de Guerra" (2003) - Errol Morris
5 - "4 Meses, 3 Semanas e 2 Dias" (2007) - Christian Mungiu
6 - "Longe do Paraíso" (2002) - Todd Haynes
7 - "Intervenção Divina" (2002) - Elia Suleiman
8 - "Caché - Nada a Esconder" (2005) - Michael Haneke
9 - "O Escafandro e a Borboleta" (2007) - Julian Schnabel
10 - "O Laço Branco" (2009) - Michael Haneke

Esta lista deixou-me perplexo. Por vários motivos. Sabendo-se que o The Hollywood Reporter é uma importante revista norte-americana sobre a indústria do entretenimento (a outra é a Variety), fiquei surpreendido por ver referenciados 5 filmes não americanos: um palestiniano, um francês, um romeno e dois austríacos. Surpreendido porque, apesar de "Cartas de Iwo Jima" ser um bom Eastwood, julgo que o trono ficaria melhor entregue com títulos como "Gran Torino" (2008) ou "Million Dollar Baby" (2004). Surpreendido, também, por ver um razoável filme de acção - "Voo 93" - em segundo lugar. A exclamação é legítima: "Voo 93" é o segundo melhor filme da década?!
Mais uma surpresa (positiva): a nomeação do excelente documentário "Testemunhos de Guerra" de Errol Morris, de que falei aqui. E derradeira surpresa: a inclusão de 2 (!) filmes do austríaco Michael Haneke: "Caché" de 2005 e "O Laço Branco" (este filme é o único que não vi da lista), título vencedor da Palma de Ouro do último festival de Cannes (também consta outro notável filme que ganhou a Palma de Ouro do ano anterior - "4 Meses, 3 Semanas e 2 Dias" do romeno Christian Mungiu).
O filme de Julian Schnabel é magnífico, como referi neste post, mas não sei se merece integrar os 10 melhores filmes de uma década (o mesmo para o título "Longe do Paraíso" de Haynes e "Intervenção Divina" de Suleiman). Já a fita dos irmãos Coen, quanto a mim, está de pleno direito na lista.
Em suma, uma lista surpreendente e improvável, tendo em conta que provém de um órgão de comunicação tão vocacionado para a promoção da indústria cultural norte-americana como é o "The Hollywood Reporter".

segunda-feira, 10 de agosto de 2009

O regresso dos Coen

Os irmãos Joel e Ethan Coen não param. Depois do sucesso comercial e artístico dos seus dois últimos filmes, "No Country For Old Men" e "Burn After Reading", eis que o último filme da dupla de realizadores já está pronto a estrear nos EUA no início de Outubro. Chama-se "A Serious Man", é anunciado como uma comédia negra sobre as desventuras de um homem comum em plena década de 60. O trailer é excelente e irresistível (repare-se na montagem e na forma como é utilizado o som). Um regresso altamente prometedor, num género cinematográfico em que os Coen são exímios executantes.

quarta-feira, 13 de maio de 2009

As Palmas de Ouro


Começou hoje o melhor festival de cinema do mundo, Cannes. A lista de realizadores com novos filmes que vai ser mostrada ao mundo nesta edição é verdadeiramente estonteante: Alain Resnais, Quentin Tarantino, Pedro Almodóvar, Lars von Trier, Francis Ford Coppola, Terry Gilliam, Gaspar Noé, Johnnie To, Ang Lee, e muitos outros grandes cineastas de autor da actualidade vão estar representados. Muitos deles, irão competir pela desejada e prestigiada Palma de Ouro, o galardão que rotula para sempre o filme (e respectivo realizador) como obra de arte cinematográfica contemporânea (ainda que haja, por vezes, discussões à volta da definição deste conceito e da justiça da atribuição do prémio).
E por falar em Palma de Ouro, estive a verificar a lista de premiados e apeteceu-me elaborar uma lista com os 10 filmes galardoados de que mais gosto. Assim, por ordem de preferência, e compreendendo apenas os filmes vencedores dos últimos 20 anos (entre 1989 - 2009):

1 - "Pulp Ficion" (1994) - Quentin Tarantino
2 - "Barton Fink" (1991) - Joel e Ethan Coen
3 - "Underground" (1995) - Emir Kusturica
4 - "O Pianista" (2002) - Roman Polanski
5 - "Coração Selvagem" (1990) - David Lynch
6 - "Elefante" (2003) - Gus Van Sant
7 - "Dancer in The Dark" (2000) - Lars Von Trier
8 - "O Piano" (1993) - Jane Campion
9 - "4 Meses, 2 Semanas e 2 Dias" (2007) - Christian Mungiu
10 - "O Quarto do Filho" (2001) - Nanni Moretti

quarta-feira, 31 de dezembro de 2008

Top 2008

Balanço

Último dia do ano. Tal como fiz o balanço no final de 2007, estas são as minhas escolhas para o ano de 2008. Não sei se são as melhores. São aquelas que gostei de desfrutar ao longo do ano. Uma selecção pessoal. Nada mais. Mas há uma confissão a fazer: no fim de um ano de imensa produção cultural, a sensação com que fico é de uma certa frustração incómoda. Isto porque, depois das escolhas feitas, fico sempre com a nítida impressão de que ficaram muitas mais referências de fora que não tive oportunidade de conhecer. Muitos filmes que não vi, muitos discos que não ouvi, muitos livros que não li. A produção cultural é cada vez maior e torrencial a cada ano que passa. Milhares e milhares de objectos culturais são despejados para o mercado, quase indistintamente. Descortinar a qualidade no meio da quantidade é cada vez mais difícil e ingrato.

A própria comunicação social sente-se incapaz de dar vazão a tanta informação. E por isso, certos discos e filmes importantes são por vezes relegados para o fundo da prateleira por falta de espaço editorial ou por conflitos de interesses jornalísticos. Conseguir fazer uma selecção criteriosa dos produtos de qualidade dos que não têm interesse nenhum, exige esforço redobrado do cidadão comum para recolher cada vez mais informação (através de revistas, internet, jornais, rádio…) de molde a definir a sua própria opinião. O tempo é escasso para fruir (e usufruir) as propostas mais interessantes (no fundo, resume-se tudo ao que disse neste post). Ainda há filmes, discos e livros que ainda não conheço mas que provavelmente entrariam para a lista de preferências que se seguem... Agora é esperar que 2009 entre em força com boas e novas propostas.

Filmes:

Ainda não vi “Corações” de Alain Resnais, “A Turma” de Laurent Cantet, “Quatro Noites com Anna” de Jerzy Skolimowski, “O Homem de Londres” de Béla Tarr, “Destruir Depois de Ler” de Ethan e Joel Coen, “A Ronda da Noite” de Peter Greenaway, “Antes que o Diabo Saiba que Morreste” de Sidney Lumet, “Fome” de Steve McQueen, “Gomorra” de Matteo Garrone, “Em Bruges” de Martin McDonagh, “Austrália” de Baz Luhrmann…

1 – “Este País Não é Para Velhos” – Ethan e Joel Coen
2 – “Alexandra” – Alexander Sokurov
3 – “4 Meses, 3 Semanas e 2 Dias” – Cristian Mungiu
4 – “No Vale de Elah” – Paul Haggis
5 – “Haverá Sangue” – Paul Thomas Anderson
6 – “O Segredo de um Cuzcuz” - Abdellatif Kechiche
7 – “O Lado Selvagem” – Sean Penn
8 – “Sweeney Todd” – Tim Burton
9 – “The Darjeeling Limited” – Wes Anderson
10 – “Os Falsificadores” - Stefan Ruzowitzky
11 – “Wall-E” – Andrew Stanton
12 – “Nós Controlamos a Noite” – James Gray
13 – “O Assassínio de Jesse James pelo Cobarde Robert Ford” – Andrew Dominik
14 – “O Orfanato” - Juan Antonio Bayona
15 – “Michael Clayton” – Tony Gilroy
16 – “Joy Division” – Grant Gee
17 – “The Mist” – Frank Darabont
18 – “O Acontecimento” - M. Night Shyamalan

Discos:

Apesar do hype da imprensa, ainda não ouvi discos como Fleet Foxes, Beach House, Dirty Projectors, Bon Iver, Evan Parker, Hercules & Love Affair, Silver Jews, The Dodos, Fennesz, Cut Copy, Hot Chip, She and Him…

1 - Secret Chiefs 3 – “Xaphan Book of Angels Volume 9”
2 - Leila – “Blood, Looms and Blooms””
3 - Clutchy Hopkins – “Walking Backwards”
4 - TV On The Radio – “Dear Science”
5 - Man Man – “Rabbit Habits”
6 - Portishead – “Third”
7 - Bombay Dub Orchestra – “3 Cities”
8 - Metaform – “Standing on the Shouders og Giants”
9 - Tricky – “Knowle West Boy”
10 - Stag Hare – “Black Medicine Music”
11 - Amon Tobin – “Foley Room Recorded Live In Brussels”
12 - Camille – “Music Hole”
13 - Nico Muhly – “Mothertongue”
14 - Gang Gang Dance – “Saint Dymphna”
15 - Devotchka – “A Mad And Faithful Telling”
16 - Girl Talk – “Feed the Animals”
17 – DJ Rupture – “Uproot”
18 - Fuck Buttons – “Street Horrrsing”
19 - Original Silence – “The Second Original Silence”
20 - Santogold – “Santogold”
21 - Firewater – “The Golden Hour”
22 - Matmos – “Supreme Baloon”
23 - Boredoms – “Super Roots #9”
25 - Paavoharju – “Laulu Laakson Kukista”
25 - Vampire Weekend – “Vampire Weekend”
26 - Ladytron – “Velocifero”
27 - The Bug – “London Zoo”
28 - Brazillian Girls – “New York City”
29 - Melvins – “Nude With Boots”
30 - Spiritualized – “Songs in A & E”

Discos portugueses:

Confesso que não fui um ouvinte regular de música portuguesa em 2008. Mas do que fui ouvindo ao longo do ano, gostei de: Deolinda, A Naifa, Mandrágora, Rocky Marsiano, peixe : avião, Linda Martini, Mesa, Melech Mechaya, Mikado Lab, Gala Drop, The Vicious Five, Mão Morta, Dead Combo…

Livros

Queria ter lido (espero ainda ler durante 2009): “Os Nus e os Mortos” de Norman Mailer, “Histórias de Amor” de Robert Wasler, “A Derrocada de Baliverna” de Dino Buzzati, “Contos Completos” de Truman Capote, “Correcção” de Thomas Bernhard, “Castelos Perigosos” de Céline, “Musicofilia” de Oliver Sacks, “O Jovem Estaline” de Simon Montefiore…

1 - “Sonderkommando” – Shlomo Venezia
2 – “Lacrimae Rerum” – Slavoj Zizek
3 – “A Monstruosidade de Cristo” – Slavoj Zizek
4 – “A Filosofia Segundo Woody Allen” - Vários autores
5 – “A Filosofia Segundo Alfred Hitchcock” – Vários autores
6 – “Em Busca do Grande Peixe” – David Lynch
7 – “A Febre” – Jean-Marie Le Clézio
8 – “O Jogo do Mundo” – Júlio Cortázar
9 – “O Homem Sem Qualidades Vol.1” – Robert Musil
10 – “Património” - Philip Roth
11 – “Toda a Música que eu Conheço” – António Victorino D’Almeida
12 – “Homem na Escuridão” - Paul Auster

Edições em DVD

Caixa “John Cassavetes”
Caixa “Hal Hartley”
Caixa “Wim Wenders”
Caixa "Mel Brooks"
“O Estranho Mundo de Jack”
– Edição Especial
“Casablanca” – Edição Coleccionador
“The General – Pamplinas Maquinista” – Ed. Especial
“Vertigo – A Mulher que Viveu Duas Vezes” – Ed. Especial
“Hstória(s) do Cinema” – Jean-Luc Godard
“Holocausto”
“Um Coração Selvagem” – Ed. Limitada
“Eraserhead” – Ed. Especial
"Vem e Vê" - Elem Klimov
“Control” – Ed. Especial
Coleccção Manoel de Oliveira
Coleccção “The Godfather – O Padrinho” – Ed. De Luxo
(...)

Embirrações do ano: Amy Winehouse, Tony Carreira, Tokio Hotel e "Rock in Rio"
Conflito do ano: concertos simultâneos de Leonard Cohen e Lou Reed
Acontecimento do ano: centenário de Manoel de Oliveira e Elliott Carter
Adeus: Luiz Pacheco, Bettie Page, Paul Newman, Sydney Pollack, Heath Ledger, Eartha Kitt, Albert Cossery, Harold Pinter, Humberto Solas, Pedro Bandeira Freire, Arthur C. Clarke
Boa notícia: regresso às bancas da revista de cinema Premiere e experiência 3D no cinema ("Bolt", "Viagem ao Centro da Terra"...). Abertura da Cinemateca do Porto.
Má notícia: encerramento da livraria Byblos. Preço dos livros, DVDs e CDs.

segunda-feira, 15 de dezembro de 2008

Os primeiros grandes filmes



Muitos foram os realizadores que construíram uma carreira de grande reconhecimento artístico sem terem realizado um primeiro filme particularmente impressionante. Outros, pelo contrário, estrearam-se na sétima arte de forma tão fulgurante que depois nunca mais conseguiram igualar a qualidade desse primeiro filme. Mais raro e difícil ainda, são aqueles cineastas que, não só realizaram uma primeira obra deveras espantosa, como também conseguiram manter, ao longo da carreira, um percurso artístico de grande fulgor e personalidade.
Ou seja, cineastas que fizeram uma primeira longa-metragem de grande impacto (pela invocação estética, pelo argumento, pela temática, pela realização, ou tudo isto junto) que perdurou como uma marca de autor, de singularidade criativa. É sobre estes realizadores que me debruço, os que fizeram uma estreia no cinema quase apoteótica e conseguiram manter o nível. Num exercício de memória mais ou menos imediato, reuni os seguintes primeiros filmes que conjugam as características que mencionei: primeiríssima longa-metragem de inquestionável qualidade que significou uma assinatura artística e estilística para a posterior carreira do respectivo realizador. E não é difícil começar pela referência mais óbvia: "Citizen Kane". A lista não obedece a especiais critérios (nem de qualidade, nem cronológicos). Certo é que faltarão outros filmes e realizadores. Para isso fica este post aberto a contribuições e comentários dos leitores.
"Citizen Kane" (1941) - Orson Welles
"Reservoir Dogs" (1992) - Quentin Tarantino
"Sexo, Mentiras e Vídeo" (1989) - Steven Soderbergh
"A Infância de Ivan" (1962) - Andrei Tarkovski
"O Sangue" (1989) - Pedro Costa
"Pee-Wee's Big Adventure" (1985) - Tim Burton
"Mean Streets" (1973) - Martin Scorsese
"Há Festa na Aldeia" (1948) - Jacques Tati
"Blood Simple" (1984) - Joel and Ethan Coen
"Faca na Água" (1962) - Roman Polanski
"Un Chien Andalou" (1929) - Luís Buñuel
"A Bout de Soufle" (1959) - Jean-Luc Godard
"A Noite do Caçador" (1955) - Charles Laughton
"Pi" (1998)- Darren Aronofsky
"Os 400 Golpes" (1959) - François Truffaut
"Eraserhead" (1977) - David Lynch
"Amor Cão" (2001) - Alejandro Gonzalez Iñarritu
"Shadows" (1959) - John Cassavetes
"Europa" (1991) - Lars von Trier
"O Sétimo Continente" (1989) - Michael Haneke
"Les Dames du Bois de Boulogne" (1945) - Robert Bresson

Nota: na imagem, "Pi" de Darren Aronofsky