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sábado, 30 de maio de 2015

Efeitos de "O Exorcista"

Em 1973 o cinema ainda conseguia arrastar multidões que faziam fila na rua para comprar bilhete. Sobretudo para um dos maiores fenómenos populares do cinema da segunda metade do século XX: "O Exorcista" de William Friedkin. Este foi um dos filmes de terror que mais impacto e surpresa provocou no público. Hoje "O Exorcista" já não impressionará assim tanto as audiências mas em 1973 o efeito que este filme provocou foi devastador. 

Sempre soube que a rapariga possuída pelo demónio tinha causado desmaios e fortes reacções emocionais e agora descobri o vídeo que o comprova: "The Exorcist - Audience Reactions" mostra primeiro as filas intermináveis dos curiosos que queriam ver o filme; em segundo, revela-nos entrevistas breves aos espectadores após o visionamento do filme. As reacções são as mais diversas, desde desmaios, choros, até respostas angustiadas e rostos tomados pelo horror. Que filme dos últimos 20 anos foi capaz de gerar tamanha comoção no público?

domingo, 2 de novembro de 2014

Friedkin, a biografia

A auto-biografia do realizador William Friedkin foi publicada há um ano. Agora surge a tradução francesa e a espanhola vem a caminho. Mais uma vez o mercado português fica, certamente, de fora.

quarta-feira, 17 de abril de 2013

As memórias de William Friedkin

É de celebrar a edição de livros escritos por realizadores ainda vivos. Ou seja, autobiografias. Ao longo dos anos, li duas autobiografias que me marcaram bastante: a de Chaplin e a de Buñuel. Hoje em dia é raro haver um realizador que escreva as suas memórias, mais a mais, um realizador com uma carreira sólida e respeitada.
Por isso é de louvar o lançamento (hoje mesmo!) internacional (via Amazon) da autobriografia de um dos grandes cineastas norte-americanos das últimas décadas: William Friedkin (tem agora 77 anos). Apesar da carreira algo irregular e pouco sistemática no tempo, Friedkin foi o responsável por alguns dos mais emblemáticos filmes da década dourada da nova geração de cineastas americanos (1970): "The French Connection" (1971) e "O Exorcista" (1973); e na década de 1980: "Viver e Morrer em Los Angeles" (1985) e "Rampage" (1987).
Nos anos 90 andou mais parado (realizou uma adaptação para televisão do clássico "12 Angry Men" de Sidney Lumet) e regressou em força ao cinema em 2007 com o perturbador "Bug" (que já falei no blogue) e, mais recentemente (ainda sem estreia comercial em Portugal), com a controversa comédia (negríssima) "Killer Joe" (2011).
Hoje tive conhecimento que William Friedkin acaba de lançar as suas memórias em livro e, segundo a crítica, parece tratar-se de um belíssimo testemunho sobre a vida e a carreira deste tão singular (e por vezes esquecido) cineasta americano.
Agora a pergunta sacramental: e para quando uma edição portuguesa?

quarta-feira, 3 de abril de 2013

Um filme para os tempos de hoje




Vivemos um tempo histórico que parece manipulado e dirigido pelos grandes grupos de interesses (económicos e políticos) à escala global. Um tempo de profundo descrédito das instituições que julgamos defenderem os interesses da sociedade e do indivíduo. Um tempo de paranóia informativa, de puro desnorte de valores válidos. Estes pensamentos trouxeram-me à memória um filme. Um filme que, de forma arrasadora, aborda todos estes assuntos.
Falo de "Bug", do realizador William Friedkin, película que passou ao lado de muita gente quando estreou em Portugal, em Julho de 2007 (o Verão não é altura propícia para se dar atenção a este tipo de filmes).
Do mesmo realizador do essencial thriller dos anos 70 "Os Incorruptíveis Contra a Droga" (1971) e um dos mais assustadores filmes de terror de sempre, "O Exorcista" (1973), "Bug" é um filme-catarse dos traumas reminiscentes do pós-11 de Setembro. Um filme sobre as conspirações do Estado sobre o indivíduo, sobre a crescente loucura que se apodera do homem quando este se sente ameaçado pelo medo e pelo desespero. Ou seja, um olhar sobre a influência nefasta que a crise económica e suas convulsões provocam na mente de um homem.
A história decorre numa contenção rara de recursos - um cenário de hotel decrépito e 4 personagens - o argumento é baseado numa peça de teatro de sucesso e tem um fabuloso Michael Shannon como actor principal.
Paranóia, viagem aos abismos negros dos fantasmas interiores, claustrofobia psicológica, metáfora política em jeito de pesadelo kafkiano num filme portentoso capaz de colocar em causa toda a ideia de segurança humana, social e política contemporânea com múltiplas camadas de leitura.
"Bug" é, por isso, um filme cada vez mais actual para a sociedade em que vivemos.

quinta-feira, 10 de janeiro de 2013

Os Tops 10 da Criterion

A Criterion Collection é reconhecida como uma das mais prestigiadas editoras de filmes em todo o mundo. Com um catálogo de filmes (DVD e Blu-Ray) de superlativa qualidade artística e técnica, a Criterion move-se por uma profunda paixão pela arte do cinema (sobretudo o cinema clássico e contemporâneo de autor).
No seu site oficial existe uma interessante secção intitulada "TOP 10s". Mais não é do que as listas dos 10 filmes favoritos de realizadores, produtores, actores e outros artistas ligados ao mundo do cinema. Há escolhas bem curiosas e improváveis, como a lista de Wes Anderson
Assim, se quiser ficar a saber quais os 10 filmes preferidos de gente como Steve Buscemi, Jane Campion, Guillermo del Toro, Guy Maddin, James Franco, William Friedkin, Aki Kaurismaki, Paul Shrader ou o português João Pedro Rodrigues, é favor clicar aqui.

segunda-feira, 21 de maio de 2012

Michael Shannon


É oficial: Michael Shannon é um actor por-ten-to-so. Incrivelmente dotado, de uma expressividade física e emocional sem paralelo na sua geração de actores. Já tinha ficado impressionando com a sua performanfe no filme "Bug" (2007) de William Friedkin, magnífica e inquietante obra sobre a paranóia da segurança nos EUA. Em 2011, no brilhante filme "Take Shelter" (acabou de estrear em Portugal), do jovem realizador Jeff Nichols, Michael Shannon supera-se a si próprio e não encontro palavras para adjectivar a sua actuação. O que me leva à pergunta intrigante: como é possível a Academia de Hollywood ter ignorado este desempenho e não ter nomeado Shannon para a categoria de Melhor Actor nos Óscares 2011?
Michael Shannon tem, no filme de Jeff Nichols, uma interpretação que provoca arrepios. Ele é Curtis, homem bom e comum da América profunda (Ohio), que ama a sua família mas que começa a ser atormentado com visões e alucinações apocalípticas. Durante todo o filme, Shannon revela uma impressiva capacidade de expressar a angústia devastadora que Curtis sente ao lidar com o problema. Nos mais pequenos olhares (e que olhar tem Shannon!), na forma pausada como gesticula e fala, Curtis é um homem torturado pelo medo de perder-se e perder tudo à sua volta. Não seriam todos os actores que conseguiriam expressar tamanha confusão psicológica e emocional de uma personagem complexa como Curtis. Mas Michael Shannon consegue esse extraordinário feito de convencer o espectador. E só com grandes qualidades é que tal se consegue.
Quanto ao filme propriamente dito, voltarei a ele brevemente, sendo que adianto, desde já, que é um forte candidato aos melhores filmes do ano (apesar de ser de 2011).

quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

Há Oliveira e há os outros

A idade é um posto, diz-se na gíria popular. E é verdade.
No universo do cinema, apesar do português Manoel de Oliveira liderar a lista mundial dos realizadores mais velhos no activo com os seus (quase) impensáveis 103 anos de idade, outros há que também deitaram para trás das costas a palavra "reforma" e continuam a fazer filmes com a experiência acumulada de muitas décadas de trabalho: Clint Eastwood (81 anos), Alain Resnais (89), Jean-Luc Godard (81), Roger Corman (85), Chris Marker (91), Jacques Rivette (83), Agnès Varda (83), Claude Chabrol (80), Jonas Mekas (88), Frederick Wiseman (81), Jean-Marie Straub (78), Carlos Saura (80), Roman Polanski (78), William Friedkin (76), entre outros.
Cineastas que são verdadeiros modelos a seguir - na vida como na arte - para os jovens aspirantes a realizadores.

terça-feira, 19 de abril de 2011

A paranóia e o medo

Nos tempos que correm fala-se muito da manipulação da informação e da crescente paranóia à volta de alegados eminentes perigos que ameaçam a Humanidade. Ou a sociedade tal como a conhecemos. Há, por isso, teorias da conspiração para todos os gostos, de inspiração política, económica ou até religiosa.

Um dos melhores filmes sobre estes temas - ainda que não de forma aberta - é o filme "Bug" (2006), do realizador William Friedkin. Passou ao lado de muita gente quando estreou em Portugal no verão de 2006 (o Verão não é altura propícia para se dar atenção a este tipo de filmes).

Do mesmo realizador do essencial thriller dos anos 70 "Os Incorruptíveis Contra a Droga" (1971) e um dos mais assustadores filmes de terror de sempre, "O Exorcista" (1973), "Bug" é um filme-catarse dos traumas reminiscentes do pós-11 de Setembro. Numa contenção rara de recursos - um cenário de hotel decrépito e quatro personagens assoladas pela paranóia e pelo medo - o argumento é baseado numa peça de teatro de sucesso.

Paranóia, viagem aos abismos dos fantasmas interiores, metáfora política em jeito de pesadelo kafkiano num filme portentoso capaz de por em causa toda a ideia de segurança social e política contemporânea.

Devia ser visto por todos quantos detêm poder político e/ou económico à escala global.

domingo, 6 de março de 2011

terça-feira, 4 de janeiro de 2011

Que grande ano cinematográfico...

Que grande ano cinematográfico seria 2011 se estreassem novos filmes de Gus Van Sant, Béla Tarr, Todd Solondz, Larry Clark, Alexander Sokurov, Wim Wenders, William Friedkin, Spike Jonze, Alejandro Jodorowsky, Nanni Moretti, François Ozon, Spike Lee, Terence Malick, Wong Kar Wai, Jim Jarmusch, Werner Herzog, Godfrey Reggio, David Cronenberg, Lars Von Trier, Julian Schnabel, Wes Anderson, Chris Marker, David Lynch, Manuel Mozos, Peter Greenaway, Andrei Zvyagintsev, Jean-Claude Brisseau, Kim Ki-Duk, André Téchiné, Pedro Almodóvar, Bruno Dumont, , Christian Mungiu, Martin Scorsese, Emir Kusturica, Frank Darabont ou Francis Ford Coppola.
Era bom, não?

sábado, 22 de maio de 2010

Um filme para os tempos de hoje


Vivemos um tempo histórico que parece manipulado e dirigido pelos grandes grupos de interesses (económicos, políticos, culturais...) à escala global. Um tempo de profundo descrédito das instituições que julgamos defenderem os interesses da sociedade. Um tempo de paranóia informativa, de puro desnorte de valores válidos. Estes pensamentos trouxeram-me à memória um filme. Um filme que, de forma arrasadora, aborda todos estes assuntos.
Falo de "Bug", do realizador William Friedkin, película que passou ao lado de muita gente quando estreou em Portugal, em Julho de 2007 (o Verão não é altura propícia para se dar atenção a este tipo de filmes).
Do mesmo realizador do essencial thriller dos anos 70 "Os Incorruptíveis Contra a Droga" (1971) e um dos mais assustadores filmes de terror de sempre, "O Exorcista" (1973), "Bug" é um filme-catarse dos traumas reminiscentes do pós-11 de Setembro. Um filme sobre as conspirações do Estado sobre o indivíduo, sobre a crescente loucura que se apodera do homem quando este se sente ameaçado pelo medo e pelo desespero.
A história decorre numa contenção rara de recursos - um cenário de hotel decrépito e 4 personagens - o argumento é baseado numa peça de teatro de sucesso.
Paranóia, viagem aos abismos negros dos fantasmas interiores, claustrofobia psicológica, metáfora política em jeito de pesadelo kafkiano num filme portentoso capaz de colocar em causa toda a ideia de segurança humana, social e política contemporânea.
Um filme cada vez mais actual para a sociedade em que vivemos.

quarta-feira, 4 de novembro de 2009

75 filmes em 75 lições


"Ver, Aprender e Vencer: 75 filmes, 75 lições", é o título (algo pomposo, diga-se) do livro de Paulo Miguel Martins (formador e professor universitário), lançado há dias. A obra, com 213 páginas, reúne 75 críticas de filmes e segundo consta, já está a ser usada em acções de formação nas empresas e nas escolas. Porquê nas empresas? Porque este livro aborda um conjunto de questões sobre formação pessoal e profissional, ao nível da gestão. Eis alguns temas: Negociação, Liderança, Estratégia, Auto-Conhecimento, Trabalho de Equipa. As mencionadas 75 lições são facultadas através de textos de outros tantos filmes que exploram os temas referenciados.
O ponto de partida desta obra parece-me interessante e eu sou um apologista da utilização da Sétima Arte como recurso, digamos, pedagógico. Mas segundo a revista de cinema Premiere, "Ver, Aprender e Vencer" enferma de alguns problemas graves, como os alegados fracos conhecimentos de cinema do autor e de alguns erros crassos, como o de atribuir a realização do filme "12 Homens em Fúria" a William Friedkin, em vez de Sidney Lumet (o elenco deste filme também está errado). Mas nada melhor do que uma leitura mais atenta e desenvolvida para aferir da qualidade do livro.
Aqui pode-se visionar um vídeo de apresentação sobre o livro.

quarta-feira, 6 de maio de 2009

Dicionário de Cinema Para Snobs - Parte 1

Guia para a Nomenclatura Snob - Como identificar Correctamente Figuras Estimadas do Reino do Cinema em Conversa com Outros Snob:

"Jack", e nunca "John", Ford
(o icónico realizador de westerns)

"Marty", e nunca "Martin", Scorsese
(o mestre do cinema italo-americano)

"Bobby", e nunca "Robert", De Niro
(o barril de pólvora italo-americano)

"O Imperador", e nunca "Akira Kurosawa"
(o rei do cinema japonês)

"Il Maestro", e nunca "Federico Fellini"
(o rei do cinema italiano)

"Billy", e nunca "William", Friedkin
(o temperamental realizador de O Exorcista)

"Bernie", e nunca "Bernard", Hermann
(o compositor de cinema)

"Terry", e nunca "Terrence", Malick
(o místico realizador)

segunda-feira, 4 de maio de 2009

Os coelhos que brincam aos filmes


É um verdadeiro fenómeno de popularidade na Internet: O projecto “Bunnies 30 Seconds Theatre” subverte com humor e irreverência, desde 2004, alguns dos filmes mais marcantes e populares de sempre (desde "King Kong" de 1933 até ao recente "Twillight"). Produzido pela Angry Alien Productions dirigida por Jennifer Shiman, "Bunnies 30 Seconds Threatre" é um irresistível cartoon criado em flash cujos protagonistas são, pois claro, coelhos, e cujos episódios duram 30 segundos (ainda que haja alguns que chegam aos 60 segundos).
Com um humor desconcertante e grande capacidade de síntese narrativa, os Bunnies são fiéis à essência dos filmes que explora, acrescentando-lhes elementos visuais sarcásticos que redefinem a visão que habitualmente temos do filme visado.
Há dezenas de filmes famosos que já foram objecto de remontagem pelos coelhos insubmissos, mas um dos meus preferidos é o filme dedicado ao clássico de terror "O Exorcista" de William Friedkin:

Para ver mais filmes dos Bunnies, carregar aqui.

domingo, 29 de março de 2009

O prodigioso cinema americano dos 70


Que relação existe entre filmes como "O Padrinho", "Serpico", "Taxi Driver", "Easy Rider", "O Cowboy da Meia-Noite", "O Exorcista", "Sombras", "Carrie""The French Connection", e "A Woman Under the Influence"? Todos são filmes americanos dos anos 70, marcando decididamente uma nova e entusiasmante era do cinema americano. Depois da época de ouro de Hollywood das décadas de 40 e 50, o cinema norte-americano só voltaria a regenerar-se e a afirmar-se esteticamente com o fulgurante movimento pós-60 (decorrente dos ideais do movimento hippie, da contracultura, da oposição à guerra do Vietnam, da emergência da defesa dos direitos civis, etc). Alguns desses realizadores que iniciaram essa revolução são agora nomes confirmadíssimos do cinema mundial: Francis Ford Coppola, Roger Corman, Robert Altman, Martin Scorsese, Brian de Palma, Dennis Hopper, William Friedkin, Sydney Pollack, John Cassavetes, Peter Bogdanovitch, entre outros. 
Esta nova geração americana de cineastas viria a revolucionar o cinema dos EUA, com óbvias influências da vanguarda do cinema europeu (Bergman, Godard, Antonioni, Herzog, Fellini...). Era já um cinema com novas preocupações sociais, artísticas e políticas. Em 2003, dois cineastas, Richard LaGravenese e Ted Demme (sobrinho de Jonathan Demme), realizaram um documentário sobre a excitante década de 70 do cinema americano, com depoimentos exclusivos de realizadores, produtores e actores que protagonizaram os grandes filmes que marcaram, mundialmente, os anos 70. Agora a Midas Filmes, sempre atenta ao melhor da produção do documentário, acaba de editar o filme "O Cinema Americano dos anos 70 - Uma Década em Revolução". Vale muito a pena descobrir.

domingo, 20 de abril de 2008

Filmes de terror - o prazer de sentir medo


A propósito de uma reportagem sobre o mestre dos filmes de terror - facção Zombie - George Romero - o semanário Expresso dedica várias páginas do seu suplemento de cultura "Actual" à história dos filmes de terror. Para além de uma brilhante abordagem aos sons e músicas do imaginário do terror escrita pelo João Lisboa, podemos ler uma recensão dos filmes mais marcantes escrita pelo Manuel Cintra Ferreira e uma listagem dos "melhores filmes de terror". Foram seleccionados 16 títulos de terror que, ao longo da história do cinema, foram de uma maneira ou de outra, marcantes na evolução estética do género.
Nessa lista temos tanto Polanski como Murnau; Carpenter como Spielberg; Cronenberg como Fisher. São filmes, todos eles, referêncais absolutas dentro do género de terror e consequentes subgéneros: thriller psicológico, gore, zombies, suspense, monstros... Da lista enunciada há apenas um filme que não conheço: "Kuroneko" (1968) do japonês Kaneto Shindo. Como é natural, uma lista de 16 títulos limita sempre o leque de escolhas, pelo que será por casua desta justificação que faltem filmes como "Poltergeist", "Massacre no Texas", "Hellraiser", "Psico", "Cabo do Medo" ou "A Descida" (talvez o melhor filme de terror dos últimos 10 anos).

Da lista, eis os meus dez filmes preferidos por ordem crescente:

1 - "The Shining" - Stanley Kubrick (1980)
2 - "Os Pássaros" - Alfred Hitchcock (1963)
3 - "A Semente do Diabo" - Roman Polanski (1968)
4 - "Nosferatu" - F.W. Murnau (1922)
5 - "O Exorcista" - William Friedkin (1973)
6 - "Alien, o 8º Passageiro" - Ridley Scott (1979)
7 - "A Mosca" - David Cronenberg (1986)
8 - "Halloween" - John Carpenter (1978)
9 - "A Noite do Demónio" - Jacques Tourneur (1957)
10 - "A Aldeia dos Malditos" - Wolf Rilla (1960)
Nota: na imagem: Jeff Goldblum no filme "A Mosca"

segunda-feira, 11 de fevereiro de 2008

Roy Scheider


Soube agora: o actor Roy Scheider morreu ontem aos 75 anos de idade. Não era um actor de proa do star system de Hollywood (apesar de ser da mesma geração de um Gene Hackman, não tinha o mesmo estatuto e talento que este), mas bastaram-lhe dois ou três papéis fulcrais para não mais ser esquecido: os filmes "The French Connection" (1971) de William Friedkin, "All That Jazz" (1979) de Bob Fosse e o incontornável "Tubarão" (1975) de Spielberg.

domingo, 30 de dezembro de 2007

2007 - escolhas são escolhas


É inevitável. O calendário marca o fim de 2007. E no final do ano, fazem-se as recensões do melhor (e pior) do ano que passou. Já tinha colocado o post sobre os melhores discos, aqui e aqui; agora é a minha lista pessoal (e subjectiva) de filmes e livros. Do cinema há ainda títulos que quiçá poderiam incluir-se na lista mas que ainda não vi (os novos Cronenberg e Van Sant, por exemplo).

FILMES 2007:

1 – INLAND EMPIRE – DAVID LYNCH
2 – PECADOS ÍNTIMOS – TODD FIELD
3 – CONTROL – ANTON CORBIJN
4 – BUG – WILLIAM FRIEDKIN
5 – CARTAS DE IWO JIMA – CLINT EASTWOOD
6 – A VIDA DOS OUTROS - FLORIAN DONNERSMARCK
7 – ZODIAC – DAVID FINCHER
8 – O BOM ALEMÃO – STEVEN SODERBERGH
9 – DEATH PROOF – QUENTIN TARANTINO
10 – O LIVRO NEGRO – PAUL VERHOEVEN
11 – ZIDANE – RETRATO DO SÉCULO XXI – GORDON / PARRENO
12 - HALF NELSON - RYAN FLECK
13 - SHORTBUS - JOHN CAMERON MITCHELL
14 - 300 - ZACK SNYDER
15 - RATATUI - BRAD BIRD

Cinema - acontecimentos do ano:
- Mortes de Bergman e Antonioni
- Aclamação internacional (sobretudo nos EUA) de Pedro Costa
- Filme “Corrupção” e conflito realizador vs. produtor
- Encerramento de salas de cinema de autor – Quarteto, Nimas e King
- O apogeu do género documentário – Al Gore, "O Grande Silêncio", "Sicko", Doclisboa…
- Prémios para documentário "Ainda Há Pastores?"
- Sucesso de séries de televisão - 24, Prison Break, Dr. House, Lost...
- Editora Midas Filmes – edições DVD de cinema de autor
- Filme em qualidade 3D ("Beowulf")

Melhores edições DVD do ano:
- Colecção Fassbinder
- Colecção Tarkovski
- Colecção Hal Hartley
- Colecção Aalin Resnais
- Edição especial de "Blade Runner"
- Edição "Hiroshima Meu Amor + "Noite e Nevoeiro"
- Edição especial de Leni Riefenstahl
- Colecção "Os Malucos do Circo" - Monty Python
- Colecção Robert Bresson
- Pack Douglas Sirk
- "Histórias do Cinema" - Godard

Música - acontecimentos do ano:
- Golpe fatal na indústria discográfica – Radiohead, Madonna, Prince
- Morte de Tony Wilson, Stockhausen, Ligeti, Rostropovitch, Pavarotti e Oscar Peterson
- Ornette Coleman ao vivo na Gulbenkian
- Actividade cultural da ZDB
- Reconversão do jornal BLITZ para a revista BLITZ
- Nova orquestra de Câmara Portuguesa de Pedro Carneiro
- Profusão de concertos comentados
- Sucesso e qualidade do festival FMM Sines
Reedições do ano:
- Young Marble Giants - Colossal Youth
- Laurie Anderson - Big Science
- David Bowie - Rise and Fall of Ziggy Stardust and the Spiders From Mars
- Leonard Cohen - Songs of Love and Hate
- Pink Floyd - The Piper at the Gates of Dawn
- Sonic Youth - Daydream Nation
- John Coltrane - My Favourite Things: Coltrane at Newport

LIVROS :

O FIM DA FÉ – SAM HARRIES
DEUS NÃO É GRANDE – CRISTOPHER HITCHENS
A DESILUSÃO DE DEUS – RICHARD HAWKINS
LENI – VIDA E OBRA DE LENI RIEFENSTAHL – STEVEN BACH
SOBRE HUMANOS E OUTROS ANIMAIS - JOHN GRAY
TODO O MUNDO – PHILP ROTH
AUTOBIOGRAFIA DOS MONTY PYTHON
GUIA TERAPÊUTICO DO CINEMA
– PEDRO MARTA SANTOS
GORE VIDAL – NAVEGAÇÃO PONTO POR PONTO
APRENDER A REZAR NA ERA DA TÉCNICA – GONÇALO M. TAVARES
CAL – JOSÉ LUÍS PEIXOTO
PURA ANARQUIA – WOODY ALLEN
O HOMEM EM QUEDA - DON DELILLO
BREVE HISTÓRIA DO FUTURO - JACQUES ATTALI

Livros - acontecimentos do ano:
- Consagração de Gonçalo M. Tavares e Valter Hugo Mãe
- Crescimento dos e-books
- Debate entre Vasco Pulido Valente e Miguel Sousa Tavares
- Proliferação editorial de livros sobre Salazar
- Abertura da megalivraria Byblos
- Paes do Amaral e o domínio do mercado livreiro
- Exagero de edições: 14 mil livros no ano, média 100 por semana.
- Proliferação massiva de romances históricos sucedâneos do Código DaVinci

terça-feira, 4 de dezembro de 2007

Insectos invasores

"Bug", do realizador William Friedkin, passou ao lado de muita gente quando estreou em Portugal, em Julho deste ano (o Verão não é altura propícia para se dar atenção a este tipo de filmes). Do mesmo realizador do essencial thriller dos anos 70 "Os Incorruptíveis Contra a Droga" (1971) e um dos mais assustadores filmes de terror de sempre, "O Exorcista" (1973), "Bug" é um filme-catarse dos traumas reminiscentes do pós-11 de Setembro. Numa contenção rara de recursos - um cenário de hotel decrépito, 4 personagens - o argumento é baseado numa peça de teatro de sucesso. Paranóia, viagem aos abismos dos fantasmas interiores, metáfora política em jeito de pesadelo kafkiano num filme portentoso capaz de por em causa toda a ideia de segurança social e política contemporânea.