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terça-feira, 21 de abril de 2015

Al Pacino assume o vício


Sabemos que o consumo de drogas e de álcool proliferam no meio artístico. O que é raro é vir a lume uma figura pública do espectáculo assumir o consumo de álcool como algo importante na sua vida. Foi o que aconteceu com o actor Al Pacino: numa entrevista ao jornal espanhol La Vanguardia, não teve problemas em assumir que foi consumidor de whisky toda a vida, ao ponto de dizer que foi tão importante como ter interpretado Michael Corleone no filme 'O Padrinho' ou de ter subido ao palco para levar à cena Shakespeare. 

La Vanguardia: A sua interpretação de 'O Padrinho' tornou-o famoso. E que papel tiveram Shakespeare e o álcool na sua carreira? 

Al Pacino: Bom, essas três coisas tiveram – e têm ainda – muita influência na minha vida. As três marcaram a minha existência e foram determinantes, cada uma à sua maneira, para a minha carreira. Posso dizer sem me enganar que as três – Michael Corleone em O Padrinho, Shakespeare e o whisky – tiveram grande responsabilidade no que sou agora. E sou sincero em dizer que fui feliz com as três coisas.

terça-feira, 16 de setembro de 2014

Reagan e Charlie Parker?

O Pedro Mexia conta no seu último livro de crónicas, "Lei Seca", um episódio delicioso com o Tom Waits como protagonista: numa entrevista ao jornal "Observer", em 1984, tentaram pôr Tom Waits a comentar assuntos políticos, coisa que ele não aprecia. 
A resposta de Waits foi lacónica e desarmante: "Nunca pediriam a Ronald Reagan uma opinião sobre Charlie Parker, pois não?"

domingo, 27 de abril de 2014

A mão no peito

Capa de duas revistas portuguesas de música: Loud!, dedicada ao metal; e BLITZ, versada para o universo pop/rock. As duas edições são deste mês de Abril e a coincidência visual das capas é interessante: os artistas em cada uma das capas não podiam ser, musicalmente falando, mais diferentes. Mas a pose une-os. A mão no peito é como se dissessem que amam apaixonadamente a sua música, a sua arte. E como sabemos, este tipo de encenação para a imprensa é fundamental para comunicar com o público.

quinta-feira, 10 de outubro de 2013

Wim Wenders fotógrafo

Para quem não sabe, Wim Wenders é, para além de um excelente cineasta, um fotógrafo de notável talento. Wenders dedica-se à fotografia há muitos anos, como uma espécie de actividade complementar ao "olho do realizador".
Gosta de fotografar a realidade tal como ela se apresenta aos seus olhos, sem retoques ou truques de Photoshop. O realizador refere, até, que é um "fotógrafo da velha escola", não só pela lado estético, como também pela utilização de máquinas fotográficas manuais clássicas.
Vem isto a propósito de uma exposição em Espanha de fotografias de Wim Wenders que revela o seu olhar sobre acontecimentos trágicos como o 11 de Setembro ou o desastre nuclear de Fukushima.
Mais informação no jornal espanhol El Mundo.

segunda-feira, 12 de agosto de 2013

Leitura para férias

O melhor elogio a este livro partiu do jornal The Guardian: "Se Baudelaire fosse um jovem africano deambulando pelas ruas de Nova Iorque contemporânea, este seria o livro que escreveria". 
Ler crítica aqui.

sábado, 10 de agosto de 2013

Sofia em duas capas

Duas belas edições dos suplementos culturais dos dois mais importantes jornais portugueses: o Atual do Expresso e o Ípsilon do Público. Ambos dedicaram a capa à realizadora Sofia Coppola a propósito da estreia do seu último filme em Portugal.
Beleza e talento em duas imagens.

quarta-feira, 10 de abril de 2013

O que o filme diz de si
























A revista Sábado gosta de publicar, de quando em vez, artigos sobre temática cinematográfica. Os artigos têm quase sempre pouca profundidade e ficam-se mais pelo lado da curiosidade histórica. Nada contra. Um cinéfilo não vive apenas de artigos eruditos e académicos.
A propósito desta tendência, a Sábado publicou uma curiosa secção na qual tenta relacionar o tipo de filmes que um indivíduo vê (ou gosta) com a sua própria personalidade. 
"O Que o Seu Filme Preferido Diz de Si", é o título desta rubrica assinada pelo psicólogo Nuno Amado. Longe de se tratar de um estudo académico, não deixa por isso de ser uma análise interessante, divertida e com alguma coerência. 
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Por exemplo, se o seu filme preferido é o clássico "Casablanca" de Michael Curtiz, eis o que (supostamente) o filme significa e o que "diz de si":

"Quem gosta do 'Casablanca' pode revelar alguma tendência para a melancolia. A identificação com este filme mostra uma visão do mundo como belo mas trágico. O que melhor se pode fazer é suspirar e, se possível, fumar com melancolia. Fumar como se cada cigarro dissesse: “Pois, este mundo está mesmo de pernas para o ar, isto vai mesmo tudo pelo cano abaixo, não há salvação possível. Mas, diabos me levem se eu não fumo este cigarro como se me fosse indiferente que o mundo acabasse hoje!” Não é incomum que os adeptos deste filme sejam nostálgicos, sendo frequente que se ponham a olhar para o vazio lembrando tempos melhores. Alguns fazem-no já na infância lembrando com saudades a barriga da mãe."

Os outros filme analisados são "Cinema Paraíso", "Matrix", "O Sétimo Selo" e "Twilight".
Ver neste Link.

domingo, 17 de março de 2013

A menina do casaco vermelho


Oliwia Dabrowska era uma menina de origem judaica de apenas 3 anos quando entrou no famoso filme "A Lista de Schindler" (1993) de Steven Spielberg. Ela vestia um casaco vermelho (a única mancha de cor de todo o filme), simbolizando o sangue e o sofrimento das vítimas do Holocausto Nazi.
O realizador sempre avisou a família da pequena para que visse o filme apenas quando atingisse os 18 anos. À revelia deste conselho, Oliwia visionou o filme com 11 anos e teve esta reacção: "Foi horrível, fiquei envergonhada e zangada com os meus pais por me terem deixado entrar no filme"
Quando fez 18 anos voltou a ver o filme e, com uma maturidade mais bem formada, compreendeu o significado histórico da obra de Spielberg e até ganhou orgulho por ter participado no mesmo.
Nota: esta  notícia veio a público há uma semana no jornal britânico The Times e foi reproduzida no último número da revista Sábado.

segunda-feira, 18 de fevereiro de 2013

terça-feira, 29 de janeiro de 2013

Salas de cinema à beira do fim

Esta notícia de que a Castello-Lopes vai encerrar 49 salas de cinema no país não é propriamente surpresa. Infelizmente,  tem sido essa a tendência dos últimos anos em Portugal (e não só: Espanha enfrenta um declínio ainda mais acentuado).
Com esta derradeira decisão, algumas cidades portuguesas ficam, pura e simplesmente, sem qualquer sala de cinema. Como já por diversas vezes referi neste blogue, são vários os motivos para esta decadência das salas para ver filmes: a crise, o preço elevado dos bilhetes, o desmoronar do valor cultural e social do acto de "ir ao cinema", a pirataria, o cinema de canis por cabo, a proliferação do DVD e a concorrência de outras formas de entretenimento como a internet/smartphones/videojogos estão a matar, lentamente, a fruição do cinema tal como existiu durante mais de um século.
Estudos de mercado indicam que, daqui a 5 a 10 anos, haverá um número muito reduzido (ou quase insignificante) de salas de cinema a nível global, havendo já produtoras de Hollywood a preparar as estreias de filmes através do download directo (e pago) para o computador pessoal do consumidor. Os puristas dirão que esta forma não é a mais correcta para ver cinema em sala escura e com grande ecrã. E será verdade.
Mas também será verdade que se torna cada vez mais difícil e inglório vencer a batalha para evitar que salas de cinema se transformem como esta imagem de desolação, abandono e decadência:

terça-feira, 18 de dezembro de 2012

A violência no cinema e na vida real


Como muito bem reflecte este artigo do jornal Público, cada vez que há um massacre de inocentes na "vida real", relança-se o debate sobre os massacres na "vida ficcional" (a propósito do terrível massacre que Adam Lanza perpetrou em Newtown há quatro dias). O que condiciona a própria indústria cinematográfica - como o adiamento das estreias de certos filmes com grande carga de violência (com o último de Quentin Tarantino à cabeça.)
Dito de outro modo: está relançada a eterna questão sobre se a violência na cultura do entretenimento (cinema, televisão, videojogos) influencia a concretização da mesma violência no mundo real. 
O debate rodeia-se de muitas variáveis complexas e mente quem diz que tem uma explicação ou solução concludente. Psicólogos, sociólogos, educadores, teóricos da comunicação têm debatido ardentemente o tema com conclusões, por vezes, contraditórias. Há quem sustente que a violência na cultura pop nada tem a ver com a violência real; há quem defenda que a violência do cinema ou dos videojogos influenciam pessoas psicológica e emocionalmente mais débeis. 
Eu não sou especialista no assunto nem defendo ideias fundamentalistas, mas acredito que o cinema tem o poder de influenciar comportamentos - para o bem e para o mal. Sobretudo, se essas pessoas influenciáveis tiverem um historial de vida de violência (psicológica ou física) e/ou sofrerem de alguma perturbação mental. E há vários casos documentados, como a tentativa de assassinato do presidente Ronald Reagan, em 1981, por John Hinckley: a motivação por detrás do ataque de Hinckley, segundo o próprio, foi uma obsessão doentia pelo filme "Taxi Driver", pela actriz Jodie Foster e por uma forte identificação com a personagem principal, Travis Bickle (Robert De Niro, na imagem). Hinckley, actualmente com 57 anos, está preso numa instituição psiquiátrica. Ou o caso mais recente - e igualmente chocante - de James Eagan Holmes, um jovem doutorando de neurociências que matou 12 pessoas na estreia do filme "Batman - O Cavaleiro das trevas Renasce", afirmando que era o Joker.
Claro que pode ser um erro precipitado reduzir todo este fenómeno de identificação com os ícones da violência cinematográfica a um simples processo de causa e efeito, sem outros condicionalismos por detrás. Assim como pode ser um erro tentar encontrar explicações, levianas e superficiais, para o facto de os EUA serem o país com o mais elevado índice de massacres de inocentes com armas de fogo.
Michael Moore tentou encontrar explicações no documentário "Bowling For Columbine" (2002), mas as explicações encontradas - ou sugeridas - não são ainda concludentes. São apenas pistas. É que não basta evocar o argumento da "cultura da violência" americana (desde os tempos do velho Oeste) e o da facilidade de acesso às armas legais.
Têm que existir explicações mais fundas no seio da sociedade norte-americana, mais difíceis de deslindar à primeira vista para compreender porque é que Adam Lanza (e outros antes dele) chacinaram inocentes num país considerado baluarte da democracia e da liberdade.

sábado, 15 de dezembro de 2012

Metropolis, a revista

Já está disponível online a nova edição da revista digital Metropolis, provavelmente, a melhor publicação sobre cinema actualmente em Portugal.
Nota: o jornalista Nuno Galopim escreveu uma interessante reportagem sobre a Trilogia Qatsi que eu no post mais abaixo mencionei.
Para ler a revista online ou fazer o respectivo download, é favor carregar aqui.

segunda-feira, 10 de dezembro de 2012

Um disco seminal do rock

Na lista dos "50 Discos Que Toda a Gende Deve Ouvir" elaborada pelo semanário Expresso, há um destaque a um disco que me é muito especial (marcou-me como melómano e influenciou-me como músico). Trata-se de "The Ascension" (1981) de Glenn Branca. O texto referente a este disco é assinado pelo crítico João Lisboa que, sabiamente, o considera fundamental para compreender as últimas décadas de história do rock (curiosamente, contrapõe esta obra de Branca com os 4'33'' de silêncio de John Cage).
Ora, porque é que este disco é tão especial e importante? Basicamente, porque, em 1981, Glenn Branca, em plena era revolucionária do movimento No Wave, esventra por dentro a estética do rock e explora novos domínios sónicos e sonoros. Com base em quatro guitarristas (dois dois quais elementos dos futuros Sonic Youth), um baterista e um baixista, Glenn Branca criou um rock instrumental de pendor formal quase sinfónico, recorrendo a riffs minimalistas e ritmos quase de um rigor mecânico (herança do Krautrock).
"The Ascension" é, por isso, um disco extremamente influente e visionário, prenhe de uma intensidade e de uma densidade completamente original à altura. Sem este disco e sem a visão iconoclasta do rock de Branca, não teria havido Sonic Youth, My Bloody Valentine, The Jesus & Mary Chain, Spacemen 3, e tantos e tantos outros grupos que recorreram à guitarra eléctrica como fonte de explosão sonora.
Em 2006 tive a oportunidade de entrevistar telefonicamente o músico Glenn Branca para a revista Mondo Bizarre. O resultado da entrevista pode ser lido abrindo este link.
Entretanto, caro leitor, aumente o volume dos altifalantes e carregue em play para ouvir (se conseguir) na íntegra esta obra fulminante da história do rock:

sábado, 17 de novembro de 2012

David F. Wallace: a exigência


Há já algum tempo que tenho ouvido falar no escritor David Foster Wallace, considerado um génio literário maldito americano que se suicidou aos 46 anos.
O livro pelo qual recebeu elogios rasgados é o monumental "The Infinite Jest", "A Piada Infinita" na versão portuguesa" (edição Quetzal). Segundo refere a crítica especializada (como na edição desta semana do suplemento cultural Ípsilon do Público), trata-se de uma colossal e complexa obra literária em todos os sentidos: na forma e no conteúdo inovadores, representando, por isso, um dos grandes acontecimentos literários e editoriais do ano. São 1200 impressionantes páginas de uma escrita minuciosa e arrojada.
Sobre o livro, escreveu a jornalista Filipa Melo (Sol): "A Piada Infinita é um romance sobre depressão e várias outras desordens mentais e físicas, sobre família, consumos compulsivos, drogas, indústria do entretenimento, terrorismo e agências de segurança e mil outros subtemas explorados pelo autor com a minúcia de um pesquisador de nanopartículas. Por tudo isto, A Piada Infinita é um desafio ao qual poucos leitores conseguem aceder por completo, mas um feito extraordinário, que ficará na história da literatura."
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Tento acompanhar, na medida do possível, os fenómenos literários. Mas desta vez não vou aderir a este livro. Até o poderia comprar, mas sei que depois não teria tempo nem disponibilidade (mental e física) para mergulhar, concentrado, em tão intrincada obra literária. Sei-o porque já me aconteceu em anteriores situações, nomeadamente, com o livro "2666" de Roberto Bolaño e com o fantástico "As Benevolentes" de Jonathan Litell (e antes me acontecera com o clássico "Ulisses de James Joyce).
Ambas obras têm à volta de 1000 páginas e, apesar da indiscutível qualidade literária inerentes, não consegui ler mais do que umas 200. Acabei por sucumbir perante a monumentalidade e exigência formal destes livros (talvez um dia volte a eles num futuro próximo...).
Por isso não vou investir esforço e tempo para ler "A Piada Infinita", porque sei que este livro - como diz Filipa Melo - "é um desafio ao qual poucos leitores conseguem aceder por completo". Há escritores que colocam a fasquia demasiado alta para o leitor menos preparado e exigem dele entrega incondicional.
Pode ser que um dia consiga reunir coragem, tempo e devoção totais para "aceder por completo" a Wallace.
 

terça-feira, 18 de setembro de 2012

Rui Eduardo Paes

Portugal está prestes a perder um dos seus melhores críticos, ensaístas e jornalistas musicais: Rui Eduardo Paes. Isto porque um amigo meu me reencaminhou um mail do próprio jornalista a dizer que, caso não encontre trabalho em Portugal brevemente, a solução poderá passar pela emigração.
Rui Eduardo Paes, com uma carreira de 30 anos, lançou há pouco tempo o seu sexto livro sobre música, "Breviário Ilustríssimo", um notável livro sobre as mais variadas correntes musicais de vanguarda (e não só) contemporâneas, portuguesas e estrangeiras. O livro pode ser encomendado online aqui.
Para quem não conhece o trabalho deste importante jornalista no desemprego, eis o que Nuno Catarino escreveu no jornal Público sobre este autor e o respectivo livro:

"O musicólogo Rui Eduardo Paes tem desenvolvido uma intensa actividade na escrita sobre música(s) ao longo dos últimos 30 anos, entre o jornalismo, a crítica e a reflexão ensaística. Tendo estado, nos últimos tempos, mais ligado ao universo do jazz (na qualidade de editor da revista jazz.pt), Paes não abdica de atravessar géneros, com ênfase no experimental.
Ao longo de uma obra vasta – "Ruínas" (1996), "A Orelha Perdida de Van Gogh" (1998), "Cyber-Parker" (1999), "Phonomaton" (2001), "Stravinsky Morreu" (2003) –, Paes tem desenvolvido ensaios que reflectem sobre as questões que caracterizam as "novas músicas". Estes livros serão actualmente quase impossíveis de encontrar, na sequência da falência da editora Hugin, e este novo "Bestiário Ilustríssimo" vem devolver o seu nome às prateleiras das livrarias, fechando um hiato de nove anos sem publicar. Numa edição que recupera o título de uma série de peças publicadas no jornal Blitz há cerca de 20 anos, Paes reúne textos mais recentes, produzidos para finalidades diversas (folhas de sala de concertos, artigos de revista, guiões de conferências e "liner notes" de discos).
São 50 textos, distribuídos por 260 páginas, que divergem em temas e géneros, sendo embora atravessados por algumas questões comuns que acabam por estar presentes de forma recorrente: as problemáticas da improvisação; o papel da tecnologia na produção musical; as ligações entre o jazz e as outras músicas; ou as intersecções entre música e outras artes.
Demonstrando una rara capacidade de criar paralelos entre temas, Paes estabelece metáforas, propondo analogias, questionando e desafiando. Sendo boa parte dos textos acerca de músicos vindos das áreas do jazz e da música improvisada do nosso tempo (como Elliott Sharp, Sei Miguel, Daniel Levin, Red Trio, Peter Brotzmann, Nobuyasu Furuya, Carlos "Zìngaro", Mostly Other People Do The Killing ou Steve Lehman), vai também a extremos diferentes e menos previsíveis – como Paganini, Aki Onda ou Mão Morta. Independentemente da área de proveniência, cada tema é laboriosamente analisado sob originais pontos de vista.
Cada texto engloba um manancial de referências, numa espécie de aura enciclopédica, mas a escrita de Paes favorece uma leitura e descomplicada, sem esforço, que resulta prazenteira. Refira-se ainda a inclusão das deliciosas ilustrações de Joana Pires, que funcionam como excelente complemento à prosa saborosa do escritor."
 
Nuno Catarino no Público (suplemento Ípsilon).
Classificação do livro: ****

quinta-feira, 6 de setembro de 2012

Woody Allen e "Ladrões de Bicicleta"

E por falar em Woody Allen: como se sabe, o seu último filme ("To Rome With Love") tem como cenário a cidade italiana de Roma. Daí que tenha sido desafiado pela imprensa italiana para escolher os seus filmes italianos preferidos. Um dos filmes italianos de que Woody Allen mais gosta (já o referiu várias vezes publicamente) é o magnífico "Ladrões de Bicicletas" (1948), obra-prima de Vittorio De Sica e um marco essencial do Neo-Realismo italiano.
Sobre esta película, Woody explicou os motivos pelos quais considera esta obra como absolutamente admirável. Os seus argumentos são tão simples, nobres e objectivos como o próprio filme em si:
"This, to me, was the supreme Italian film and one of the greatest films in the world. It was out when I was a teenager, in the same era as “Stromboli” and “Bitter Rice,” that wave at the time. When you see it, it seems so simple and effortless. I mean, what could be more simple? A guy has a bicycle which he needs for his livelihood, it gets stolen, and he goes to find it with his son. The boy’s relationship with his father was part anger, part desperate affection. It couldn’t help but make an impression on the most primitive level. You didn’t have to think about anything, you just watched the characters and their predicament. It’s flawless; every part of it works perfectly."

quarta-feira, 5 de setembro de 2012

Woody Allen e os filmes europeus

Woody Allen, em entrevista ao jornal El País, explica porque é que tem feito filmes nos últimos anos em cidades europeias: basicamente, porque é na Europa que lhe dão o dinheiro  que precisa sem que ninguém exija algo em troca (como nos EUA, onde lhe dão pouco dinheiro e querem saber tudo sobre o argumento e elenco). Diz ainda que concorda que estes filmes realizados na Europa possam ser considerados "guias turísticos", como já o era, o filme "Manhattan" e outras obras filmadas em Nova Iorque.
Vendo bem, são argumentos lúcidos e honestos. O cineasta não é hipócrita: vai ao cerne da questão de forma pragmática. Isto é, assume que o cinema é uma arte cara e filma nos países onde lhe dão dinheiro e liberdade criativa, condições essenciais para a prática cinematográfica em qualquer país do mundo. Faz sentido e não há mal nenhum em assumi-lo. Agora, concluir se esses filmes europeus são bons, maus ou medianos, é outra questão...
Woody Allen explica ainda que já recebeu propostas para filmar em Moscovo, na China e em cidades sul-americanas. Há tempos ventilou-se na imprensa que o presidente da Câmara Municipal de Lisboa terá manifestado interesse em convidar Woody Allen para filmar em Lisboa. Não sei se esta intenção tinha algum fundo de verdade ou não, mas não me repugnaria que Woody aceitasse tal desafio. Mas também é verdade que, até considerando a idade do realizador, os cinéfilos não podem esperar que Allen filme no futuro na sua cidade!
Teria de ter muitos anos pela frente (talvez vidas) para concretizar esta ideia.  
 

sábado, 4 de agosto de 2012

Ridley Scott e o universo

O realizador Ridley Scott deu uma entrevista ao jornal espanhol El Mundo a propósito do seu último filme "Prometheus". Nesta entrevista, Scott explica porque é que regressou à ficção científica iniciado com "Alien", argumenta acerca do seu ateísmo e assevera que "é absurdo pensar que estamos sozinhos no universo".