Mostrar mensagens com a etiqueta Spike Jones. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta Spike Jones. Mostrar todas as mensagens

quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

Cartoon music


A música para cartoons (“desenhos animados”, dizia-se quando era miúdo) é uma arte. Uma arte exigente. Warner Bros e os seus Lonney Tunes foram preponderantes com a introdução de personagens icónicas como Bugs Bunny, Coyote, Daffy Duck, Speedy Gonzales, Sylvester the Cat, Road Runner, entre outros. A época de ouro destes filmes de animação foi nas décadas de 30 a 50. Enquanto Walt Disney realizava filmes politicamente correctos, de grande apelo aos valores familiares, a Warner Bros arrasava com a irreverência visual e o ritmo alucinado da acção resultante da imaginação dos maiores realizadores de cartoons: Chuck Jones e Tex Avery.
A música para estes filmes era constituída de uma precisão cirúrgica tremendamente eficaz, na qual a sonoplastia (gravada em estúdios caseiros e com objectos quotidianos) era totalmente síncrona com cada imagem. As bandas sonoras, frenéticas e imparáveis, muitas das vezes subvertendo a estética dos compositores clássicos estabelecidos, eram pequenas obras-primas de composição, de rebeldia formal e de criatividade sonora. Os grandes mestres da música para cartoons foram Spike Jones, Carl Stalling e Raymond Scott, autênticos génios de originalidade musical, extravasando o próprio conceito exíguo de “música para cartoons”.
A música para cartoons exerce um enorme fascínio, não só nos adultos mas também nas crianças (ou será que a ordem é inversa?). O próprio "guru" John Zorn é um fã incondicional dos compositores acima referidos.
Lá fora – é sempre lá fora – existe uma literatura interessante sobre esta temática da música para cartoons, da qual destaco o livro que encabeça este post. A prova de que a música de cartoons é um assunto sério e de reconhecida identidade artística.
Eis um dos mais memoráveis indicadores musicais de animação de sempre (pelo menos para a minha geração): o tema de abertura dos Looney Tunes, composto por Carl Stalling:

terça-feira, 6 de outubro de 2009

"Biopics" para todos os gostos

Parece que os produtores de cinema se voltaram, definitivamente, para o mercados dos "biopics" de figuras musicais marcantes da história. Depois das biografias cinematográficas de Johnny Cash, Ian Curtis, Bob Dylan, Edith Piaf, Sid Vicious, Rolling Stones, Elvis Presley (TV), entre outros, agora a banda Ramones vai também ser levada ao cinema (entretanto Martin Scorsese já anunciou o seu biopic sobre Frank Sinatra e Spike Lee sobre James Brown).
Nunca fui um fã de Ramones, mas admito que tenha potencial para um filme interessante.
Eu sugeria mais alguns nomes de músicos e bandas que dariam excelente filmes (tendo como critério a vida pessoal e artística do músico):
- Frank Zappa
- Jimi Hendrix
- Blixa Bargeld (Einsturzende Neubauten)
- Gustav Mahler
- Lou Reed
- Erik Satie
- Tom Waits
- Syd Barrett
- Lydia Lunch
- Iggy Pop
- John Coltrane
- Sun Ra
- Sonic Youth
- Freddy Mercury
- Kraftwerk
- Leonard Cohen
- Public Enemy
- Janis Joplin
- Talking Heads
- Spike Jones
- Billie Holiday
- Captain Beefheart
- John Cage
- John Zorn
- Ennio Morricone
- (...)

quarta-feira, 1 de julho de 2009

Bugs Bunny maestro!

Quem acompanha este blogue já deverá saber que gosto de listas. Listas sobre muitas coisas, mas essencialmente sobre música e cinema. Gosto porque compilam o melhor e o pior de determinado assunto que me interessa. Suscitam discussão e reflexão. Por isso tenho divulgado aqui muitas listas. Ora, um dos sites especializados em listas de todo o género, o List Universe, acaba de apresentar uma das listas mais interessantes para mim - pessoal e profissionalmente falando: "As dez melhores utilizações de música clássica nos cartoons clássicos". Como referi neste post, considero o período de ouro da música para cartoons como um dos mais criativos e ricos de toda a história do cinema (no âmbito da relação música-imagens), com génios musicais como Spike Jones, Carl Stalling ou Raymond Scott que compuseram verdadeiras obras-primas para os cartoons da Warner Brothers, numa abordagem musical erudita e lúdica e com uma precisão estética perfeita entre imagem e som. A lista que o site List Universe apresenta é um compêndio irresistível dos melhores momentos da animação clássica (desde os anos 30) da WB e da Disney com personagens como Mickey Mouse, Bugs Bunny ou Tom & Jerry.
Nesta colecção de 10 brilhantes momentos, vemos algumas das mais originais sequências musicais de sempre (com muita diversão à mistura), com a utilização de peças eruditas bem conhecidas: de Wagner a Rossini, de Liszt a Strauss, de Brahms a Tchaikovsky. É caso para dizer: já não se fazem desenhos animados como estes que, deleitado, via em criança na televisão.
Abrir aqui. E ver o Rato Mickey a conduzir uma louca orquestra:

sexta-feira, 27 de junho de 2008

Raymond Scott - documentário a caminho


Em Setembro próximo assinalam-se 100 anos do nascimento de Raymond Scott (1908 - 1994), um dos mestres musicais mais polivalentes do século XX. E quando me refiro a polivalente refiro-me ao facto de Scott ter sido, durante décadas (dos anos 50 aos 80): músico de jazz, orquestrador, inventor de instrumentos electrónicos (colaborou com Robert Moog), sonoplasta, engenheiro electrónico, pianista, percursor dos estúdios de música electrónica (nos anos 50!) e de música de computador (quando os computadores eram uma excentricidade cara que ocupavam o espaço de uma sala inteira). Destacou-se, igualmente, como um inovador compositor de bandas sonoras para cartoons da Looney Tunes (Bugs Bunny, Daffy Duck...), juntamente com Carl Stalling e Spike Jones.
Em suma, Raymond Scott foi uma das figuras mais originais e influentes da música da segunda metade do século passado, um visionário possuidor de uma criatividade e engenho únicos. O seu génio fez-se (faz-se, ainda) sentir numa vastíssima legião de músicos, de bandas e de campos de criação musical muito diversificados: do rock ao jazz, da electrónica experimental à electro-acústica, da pop à vanguarda, do easy-listening à composição musical para cinema e audiovisual. A música de Raymond Scott ajudou a desenvolver o imaginário de músicos tão diferentes como Hal Wilner, DJ Spooky, Henry Rollins ou David J, dos Bauhaus e Love and Rockets, que refere: "As for millions of other kids raised on Bugs and Daffy, Raymond Scott's wonderful idiosyncratic music seeped into my childhood subconscious and never left. It became the abstract soundtrack to my-dreams."
No centenário do seu nascimento, o seu filho Stan Warnow (realizador) está a ultimar um documentário sobre a vida e o imenso legado de seu pai. Chama-se "Raymond Scott: On To Something" e vai trazer, com toda a certeza, mais visibilidade a um autor e a uma obra que mercem um reconhecimento mais alargado.

quinta-feira, 29 de novembro de 2007

Música para Bugs Bunny & Comp.ª

A música para cartoons (“desenhos animados”, dizia-se quando era miúdo) é uma arte. Uma arte exigente. Warner Bros e os seus Lonney Tunes foram preponderantes com a introdução de personagens icónicas como Bugs Bunny, Coyote, Daffy Duck, Speedy Gonzales, Sylvester the Cat, Road Runner, entre outros. A época de ouro destes filmes de animação foi nas décadas de 30 a 50. Enquanto Walt Disney filmava filmes politicamente correctos, de grande apelo aos valores familiares, a Warner Bros. arrasava com a irreverência visual e o ritmo alucinado da acção resultante da imaginação dos maiores realizadores de cartoons: Chuck Jones e Tex Avery. A música para estes filmes era constituída de uma precisão cirúrgica tremendamente eficaz, na qual a sonoplastia (gravada em estúdios caseiros e com objectos quotidianos) era totalmente síncrona com cada imagem. As bandas sonoras, frenéticas e imparáveis, muitas das vezes subvertendo a estética dos compositores clássicos estabelecidos, eram pequenas obras-primas de composição, de rebeldia formal e de criatividade sonora. Os grandes mestres da música para cartoons foram Spike Jones, Carl Stalling e Raymond Scott, autênticos génios de originalidade musical, extravasando o próprio conceito exíguo de “música para cartoons”. A música para cartoons exerce um enorme fascínio, não só nos adultos mas também nas crianças (ou será que a ordem é inversa?). O próprio guru da música avantgarde, John Zorn, é um fã dos compositores acima referidos.

Lá fora – é sempre lá fora – existe uma literatura interessante sobre esta temática da música para cartoons, da qual destaco o livro que encabeça este post. A prova de que a música de cartoons é um assunto sério e de reconhecida identidade artística.