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sexta-feira, 11 de setembro de 2009

Camille e a água Perrier

Fui tentar descobrir o que andava a fazer Camille, a cantora francesa que editou em 2008 um magnífico (e subvalorizado) álbum chamado "Music Hole", quanto a mim um dos melhores discos desse ano. A minha surpresa foi ter constatado que a música desta artista já serviu para dois anúncios publicitários. A primeira vez foi em 2005 para a publicidade do Ford Kuga. A segunda experiência é bem recente: Agosto de 2009, num anúncio que, estou em crer, não foi exibido nas televisões portuguesas. Falo da publicidade à água Perrier. O spot publicitário, muito apelativo visualmente, socorre-se da música "Waves" do álbum "Music Hole" de Camille. A água Perrier, requintada e irresistível. Tal como a canção de Camille.
Vídeo com a canção integral de Camille (ao vivo) aqui.

quarta-feira, 31 de dezembro de 2008

Top 2008

Balanço

Último dia do ano. Tal como fiz o balanço no final de 2007, estas são as minhas escolhas para o ano de 2008. Não sei se são as melhores. São aquelas que gostei de desfrutar ao longo do ano. Uma selecção pessoal. Nada mais. Mas há uma confissão a fazer: no fim de um ano de imensa produção cultural, a sensação com que fico é de uma certa frustração incómoda. Isto porque, depois das escolhas feitas, fico sempre com a nítida impressão de que ficaram muitas mais referências de fora que não tive oportunidade de conhecer. Muitos filmes que não vi, muitos discos que não ouvi, muitos livros que não li. A produção cultural é cada vez maior e torrencial a cada ano que passa. Milhares e milhares de objectos culturais são despejados para o mercado, quase indistintamente. Descortinar a qualidade no meio da quantidade é cada vez mais difícil e ingrato.

A própria comunicação social sente-se incapaz de dar vazão a tanta informação. E por isso, certos discos e filmes importantes são por vezes relegados para o fundo da prateleira por falta de espaço editorial ou por conflitos de interesses jornalísticos. Conseguir fazer uma selecção criteriosa dos produtos de qualidade dos que não têm interesse nenhum, exige esforço redobrado do cidadão comum para recolher cada vez mais informação (através de revistas, internet, jornais, rádio…) de molde a definir a sua própria opinião. O tempo é escasso para fruir (e usufruir) as propostas mais interessantes (no fundo, resume-se tudo ao que disse neste post). Ainda há filmes, discos e livros que ainda não conheço mas que provavelmente entrariam para a lista de preferências que se seguem... Agora é esperar que 2009 entre em força com boas e novas propostas.

Filmes:

Ainda não vi “Corações” de Alain Resnais, “A Turma” de Laurent Cantet, “Quatro Noites com Anna” de Jerzy Skolimowski, “O Homem de Londres” de Béla Tarr, “Destruir Depois de Ler” de Ethan e Joel Coen, “A Ronda da Noite” de Peter Greenaway, “Antes que o Diabo Saiba que Morreste” de Sidney Lumet, “Fome” de Steve McQueen, “Gomorra” de Matteo Garrone, “Em Bruges” de Martin McDonagh, “Austrália” de Baz Luhrmann…

1 – “Este País Não é Para Velhos” – Ethan e Joel Coen
2 – “Alexandra” – Alexander Sokurov
3 – “4 Meses, 3 Semanas e 2 Dias” – Cristian Mungiu
4 – “No Vale de Elah” – Paul Haggis
5 – “Haverá Sangue” – Paul Thomas Anderson
6 – “O Segredo de um Cuzcuz” - Abdellatif Kechiche
7 – “O Lado Selvagem” – Sean Penn
8 – “Sweeney Todd” – Tim Burton
9 – “The Darjeeling Limited” – Wes Anderson
10 – “Os Falsificadores” - Stefan Ruzowitzky
11 – “Wall-E” – Andrew Stanton
12 – “Nós Controlamos a Noite” – James Gray
13 – “O Assassínio de Jesse James pelo Cobarde Robert Ford” – Andrew Dominik
14 – “O Orfanato” - Juan Antonio Bayona
15 – “Michael Clayton” – Tony Gilroy
16 – “Joy Division” – Grant Gee
17 – “The Mist” – Frank Darabont
18 – “O Acontecimento” - M. Night Shyamalan

Discos:

Apesar do hype da imprensa, ainda não ouvi discos como Fleet Foxes, Beach House, Dirty Projectors, Bon Iver, Evan Parker, Hercules & Love Affair, Silver Jews, The Dodos, Fennesz, Cut Copy, Hot Chip, She and Him…

1 - Secret Chiefs 3 – “Xaphan Book of Angels Volume 9”
2 - Leila – “Blood, Looms and Blooms””
3 - Clutchy Hopkins – “Walking Backwards”
4 - TV On The Radio – “Dear Science”
5 - Man Man – “Rabbit Habits”
6 - Portishead – “Third”
7 - Bombay Dub Orchestra – “3 Cities”
8 - Metaform – “Standing on the Shouders og Giants”
9 - Tricky – “Knowle West Boy”
10 - Stag Hare – “Black Medicine Music”
11 - Amon Tobin – “Foley Room Recorded Live In Brussels”
12 - Camille – “Music Hole”
13 - Nico Muhly – “Mothertongue”
14 - Gang Gang Dance – “Saint Dymphna”
15 - Devotchka – “A Mad And Faithful Telling”
16 - Girl Talk – “Feed the Animals”
17 – DJ Rupture – “Uproot”
18 - Fuck Buttons – “Street Horrrsing”
19 - Original Silence – “The Second Original Silence”
20 - Santogold – “Santogold”
21 - Firewater – “The Golden Hour”
22 - Matmos – “Supreme Baloon”
23 - Boredoms – “Super Roots #9”
25 - Paavoharju – “Laulu Laakson Kukista”
25 - Vampire Weekend – “Vampire Weekend”
26 - Ladytron – “Velocifero”
27 - The Bug – “London Zoo”
28 - Brazillian Girls – “New York City”
29 - Melvins – “Nude With Boots”
30 - Spiritualized – “Songs in A & E”

Discos portugueses:

Confesso que não fui um ouvinte regular de música portuguesa em 2008. Mas do que fui ouvindo ao longo do ano, gostei de: Deolinda, A Naifa, Mandrágora, Rocky Marsiano, peixe : avião, Linda Martini, Mesa, Melech Mechaya, Mikado Lab, Gala Drop, The Vicious Five, Mão Morta, Dead Combo…

Livros

Queria ter lido (espero ainda ler durante 2009): “Os Nus e os Mortos” de Norman Mailer, “Histórias de Amor” de Robert Wasler, “A Derrocada de Baliverna” de Dino Buzzati, “Contos Completos” de Truman Capote, “Correcção” de Thomas Bernhard, “Castelos Perigosos” de Céline, “Musicofilia” de Oliver Sacks, “O Jovem Estaline” de Simon Montefiore…

1 - “Sonderkommando” – Shlomo Venezia
2 – “Lacrimae Rerum” – Slavoj Zizek
3 – “A Monstruosidade de Cristo” – Slavoj Zizek
4 – “A Filosofia Segundo Woody Allen” - Vários autores
5 – “A Filosofia Segundo Alfred Hitchcock” – Vários autores
6 – “Em Busca do Grande Peixe” – David Lynch
7 – “A Febre” – Jean-Marie Le Clézio
8 – “O Jogo do Mundo” – Júlio Cortázar
9 – “O Homem Sem Qualidades Vol.1” – Robert Musil
10 – “Património” - Philip Roth
11 – “Toda a Música que eu Conheço” – António Victorino D’Almeida
12 – “Homem na Escuridão” - Paul Auster

Edições em DVD

Caixa “John Cassavetes”
Caixa “Hal Hartley”
Caixa “Wim Wenders”
Caixa "Mel Brooks"
“O Estranho Mundo de Jack”
– Edição Especial
“Casablanca” – Edição Coleccionador
“The General – Pamplinas Maquinista” – Ed. Especial
“Vertigo – A Mulher que Viveu Duas Vezes” – Ed. Especial
“Hstória(s) do Cinema” – Jean-Luc Godard
“Holocausto”
“Um Coração Selvagem” – Ed. Limitada
“Eraserhead” – Ed. Especial
"Vem e Vê" - Elem Klimov
“Control” – Ed. Especial
Coleccção Manoel de Oliveira
Coleccção “The Godfather – O Padrinho” – Ed. De Luxo
(...)

Embirrações do ano: Amy Winehouse, Tony Carreira, Tokio Hotel e "Rock in Rio"
Conflito do ano: concertos simultâneos de Leonard Cohen e Lou Reed
Acontecimento do ano: centenário de Manoel de Oliveira e Elliott Carter
Adeus: Luiz Pacheco, Bettie Page, Paul Newman, Sydney Pollack, Heath Ledger, Eartha Kitt, Albert Cossery, Harold Pinter, Humberto Solas, Pedro Bandeira Freire, Arthur C. Clarke
Boa notícia: regresso às bancas da revista de cinema Premiere e experiência 3D no cinema ("Bolt", "Viagem ao Centro da Terra"...). Abertura da Cinemateca do Porto.
Má notícia: encerramento da livraria Byblos. Preço dos livros, DVDs e CDs.

terça-feira, 2 de setembro de 2008

Afinidades e contrastes

Há quem ache a notícia descabida e bizarra. Eu acho-a interessante e passível de boas surpresas. Refiro-me à notícia de uma sessão musical improvisada entre três nomes improváveis: Carla Bruni, Metallica e Paul McCartney, a acontecer no próximo dia 16 no célebre programa "Later With Jools Holland" (BBC2).
Carla Bruni e os Metallica vão estar no programa a promover os novos álbuns, juntando-se a estes, o ex-Beatle. Ao que parece, o próprio apresentador do programa vai tocar piano para acompanhar o trio. Efectivamente, são três personalidades musicais e artísticas muito diferentes, mas talvez sejam essas diferenças que podem originar uma reunião improvisada estimulante. Os contrastes são, não raras vezes, mais propiciadores de resultados originais do que as semelhanças e afinidades (a história da música pop tem registado múltiplos exemplos). Por isso, pegando no caso referido, gostaria um dia de ver uma reunião musical entre:
- David Bowie + John Zorn + Diana Krall
- Tom Zé + Public Enemy + Massive Attack
- Anthony Braxton + Eric Clapton + Wim Mertens
- Nick Cave + Rage Against The Machine + Steve Reich
- Michael Nyman + Portishead + Goran Bregovic
- Camille + Tricky + Arcade Fire
- Gogol Bordello + The National + Autechre
As divagações especulativas (e quiçá absurdas) poderiam continuar...

domingo, 1 de junho de 2008

"Music Hole" explicado

Na sequência do post abaixo sobre Camille, quem quiser ficar a saber mais sobre esta artista fantástica, convém ver a primeira parte do "making of" do disco "Music Hole". Em 9 minutos, Camille explica de forma objectiva e muito divertida, o conceito por detrás do título do disco (fala de todos os buracos do corpo humano!), o processo de composição musical (exemplificando na prática com percussão corporal e não só) e como se situa, enquanto mulher e artista, no panorama musical.

sábado, 31 de maio de 2008

Camille - voz e muito talento


Uma extraordinária revelação.
Esqueçam Björk e o álbum "Medulla". Camille, nome singelo de uma cantora francesa que faz da voz o seu instrumento, ao qual junta beatbox, percussão corporal, melodias pop e muita criatividade à mistura, vai mais longe que a cantora islandesa. Admito que a não conhecia. Li hoje um inflamado artigo de página inteira no Expresso e tive de procurar toda a informação disponível. O entusiasmo compreende-se. Camille não se restringe às regras da canção pop, é uma inventora de soluções sonoras (tem um tema, "Cats and Dogs", que é um prodígio musical com vozes desses animais feitas com recursos vocais humanos), faz com a voz um trabalho similar ao do francês Bernard Massuir ou do americano Bobby McFerrin (já se encontra mais distante do experimentalismo de uma Meredith Monk). O álbum "Music Hole" (título que brinca com a expressão "music hall"), o seu terceiro trabalho recentemente editado, é um sério candidato a disco mais surpreendente do ano e está repleto de pérolas como esta música:
Para quem não ficou convencido, pode sempre ouvir este outro excelente tema.