quarta-feira, 9 de setembro de 2009

Para explicar Woody Allen


Ramón Luque, autor do livro “En Busca de Woody Allen – Sexo, Muerte y Cultura en su Cine”, explora o universo temático do realizador de Nova Iorque com exemplar simplicidade e pragmatismo. A sua análise nem parece a de um professor universitário (da Universidade Juan Carlos de Madrid). O leitor compreende sempre onde quer chegar o autor e o que quer dizer, sem recorrer a uma linguagem hermética e excessivamente teórica que grassa neste tipo de ensaios.
E para explicar o cinema de Woody Allen e os seus temas favoritos plasmados nos seus filmes – religião, sexo, morte, solidão, amor, cultura, arte, existencialismo, filosofia -, Ramon Luque socorre-se, sem pejo, de uma teia inusitada de referências de pensadores, artistas e filósofos (já para não falar em cineastas). A saber: Freud, Kierkegaard, Camus, Bourdieu, Durkheim, Nietzsche, Jung, Deleuze, Vattimo, Unamuno, Husserl, Heidegger, Habermas, Foucault, Derrida, Sartre, Fromm, Weber, Tchekov, Dostoievsky, Tolstoi, McLuhan, Orwell, Bataille, Nabokov, Whitman, Mailer, Shakespeare, Cervantes, Sófocles, Strindberg, (Karl e Groucho) Marx, Kafka, Proust, entre outros.
No meu curso superior tive um professor que valorizava, desmesuradamente, a bibliografia consultada e as referências a autores nos trabalhos académicos. Tenho a certeza que esse professor daria uma excelente nota final a Ramón Luque.

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